Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía

Presentación. Dilemas éticos, oportunidades para el encuentro: el quehacer antropológico en debate

Dignidade, autoridade, conservação: dilemas éticos na prática bioarqueológica no Uruguai

Resumen En los códigos deontológicos relativos al análisis de restos humanos antiguos pueden encontrarse, con variantes, tres principios rectores básicos: tratamiento digno de los restos, potestad de los descendientes sobre su destino, y garantía de su conservación y salvaguarda. Cuando se encuentran formulados en forma amplia, estos principios entran en conflicto entre sí y con diversas situaciones que surgen en la práctica de investigación, especialmente en la bioarqueología americana. Este trabajo presenta una serie de escenarios prácticos vinculados con la práctica bioarqueológica en Uruguay, donde no hay un código de ética para el trabajo con restos humanos, con la finalidad de dar cuenta de ciertas características propias de la realidad uruguaya que sirvan para orientar la resolución de dilemas éticos en un futuro. La aplicación del principio de dignidad es altamente contingente a la situación y el contexto, y decanta en última instancia en tres recomendaciones: el manejo cuidadoso de los restos, evitar en la medida de lo posible su exhibición pública, e intervenir arqueológicamente en sitios amenazados. En lo referente a la potestad sobre el destino de los restos, su cumplimiento en el Uruguay implica un diálogo aún incipiente con una gama de agrupaciones indígenas, y la elaboración de una serie de recomendaciones éticas en lo referente a restos óseos prehispánicos, para cuyo manejo no hay un marco legal específico. Por último, la conservación es considerada crucial tanto por sus implicancias académicas como por su significación para la sustentabilidad y el desarrollo local de la disciplina.

Abstract Three basic guiding principles can be found, with variations, in the codes of ethics related to the analysis of ancient human remains: dignified treatment of the remains, authority of the descendants over the fate of the remains, and the guarantee of their conservation. When broadly formulated, these principles conflict with each other and with various situations that arise in research practice, especially in the bioarchaeology of the Americas. This paper presents a series of practical scenarios related to bioarchaeological practice in Uruguay (where there is no code of ethics for work with human remains) to account for characteristics of the Uruguayan reality that may serve to guide the resolution of ethical dilemmas in the future. The application of the principle of dignity is highly contingent on the situation and the context, and ultimately results in three recommendations: careful handling of the remains, avoiding as far as possible their public exhibition, and archaeological intervention in threatened sites. Regarding the authority over the fate of remains, compliance in Uruguay involves a still incipient dialogue with a range of indigenous groups, and the elaboration of a series of ethical recommendations regarding pre-Hispanic skeletal remains, for which there is no specific legal framework. Finally, conservation is considered crucial both for its academic implications and its significance for the sustainability and local development of the discipline.

Resumo Três princípios básicos de orientação podem ser encontrados, com variações, nos códigos de ética para a análise de restos humanos antigos: tratamento digno dos restos mortais, o poder dos descendentes sobre o destino dos restos mortais, e a garantia de sua preservação e salvaguarda. Quando formulados de forma ampla, esses princípios entram em conflito entre si e com várias situações que surgem na prática da pesquisa, especialmente na bioarqueologia americana. Este documento apresenta uma série de cenários práticos relacionados à prática bioarqueológica no Uruguai, onde não existe um código de ética para o trabalho com restos humanos, com o objetivo de fornecer um relato de certas características da realidade uruguaia que podem servir para orientar a resolução de dilemas éticos no futuro. A aplicação do princípio da dignidade é altamente dependente da situação e do contexto e, em última análise, resulta em três recomendações: o manuseio cuidadoso dos restos mortais, evitar sua exibição pública na medida do possível e a intervenção arqueológica em locais ameaçados. Com relação à autoridade sobre o destino dos restos mortais, a conformidade no Uruguai envolve um diálogo ainda incipiente com uma série de grupos indígenas e a elaboração de uma série de recomendações éticas com relação aos restos de esqueletos pré-hispânicos, para cujo manuseio não há uma estrutura legal específica. Por fim, a conservação é considerada crucial tanto por suas implicações acadêmicas quanto por sua importância para a sustentabilidade e o desenvolvimento local da disciplina.

Os mortos que falam. Investigações etnográficas e reflexões éticas sobre mortes e cadáveres em Córdoba, Argentina

Resumen El presente artículo aborda reflexiones éticas en relación al indagar etnográficamente sobre muertos y muertes. Dichas inquietudes surgieron durante la realización de mi doctorado en ciencias antropológicas -área de antropología política-, centrado en la construcción de la figura del “subversivo”. Particularmente me interesaba el tratamiento al momento del deceso de esos “enemigos”, específicamente en Córdoba en 1975, periodo donde los asesinatos de personas relacionadas con la “subversión” se volvieron recurrentes, siendo que para entonces Córdoba ya era escenario de prácticas represivas y clandestinas que luego se profundizarían con la llegada de la dictadura militar en marzo de 1976. Por tratamiento me refiero tanto a la gestión administrativa de esos cuerpos, como a los sentidos, relatos y prácticas plasmados en los escritos a los cuales accedemos actualmente. A partir de entrevistas, la ausencia de la mayoría de los “sujetos implicados” -ya muertos- y una serie de escenas de campo que compartiré aquí, fui tejiendo diversos interrogantes en torno a la posición como investigadora frente al trabajo de relatar la muerte, investigarla, objetivarla. Dichos interrogantes refieren a ¿cómo es escribe sobre los muertos? ¿qué de esos muertos nos interpela? ¿Qué legitimidad existe en nuestro relato como investigadores al hablar sobre lo ausente? ¿se ejerce alguna ética del cuidado en la indagación y en la escritura sobre los muertos en nuestros procesos de investigación? Estas cuestiones iré compartiendo a lo largo de este escrito, abierto al debate y a la reflexión, en la interrelación entre la disciplina antropológica y la reflexión filosófica.

Abstract This article addresses ethical reflections in relation to ethnographically investigating deaths. These concerns arose during the completion of my doctorate in anthropological sciences -area of political anthropology-, focused on the construction of the figure of the “subversive”. I was particularly interested in the treatment of these “enemies” at the time of their death, specifically in Córdoba in 1975, a period where the murders of people related to the “subversion” became recurrent, since by then Córdoba was already the scene of repressive and clandestine practices which would later deepen with the arrival of the military dictatorship in March 1976. By treatment I mean both the administrative management of these bodies, as well as the meanings, descriptions and practices reflected in the writings that we currently have access to. Based on interviews, the absence of most of the “subjects involved” -already dead- and a series of experiences that I will share here, I was weaving certain questions around the position as a researcher regarding the work of recounting, investigating and objectifying death. These questions refer to: how do we write about the dead? What do the dead pose to us? What legitimacy exists in our work as researchers when talking about what is absent? Are any ethics of care exercised in inquiry and writing about the dead in research processes? I will share these questions throughout this writing, open to debate and reflection, in the interrelation between the anthropological discipline and philosophical reflection.

Resumo Este artigo aborda reflexões éticas em relação à investigação etnográfica de mortes e óbitos. Estas preocupações surgiram durante a conclusão do meu doutoramento em ciências antropológicas -área da antropologia política-, centrado na construção da figura do “subversivo”. Interessei-me particularmente pelo tratamento no momento da morte destes “inimigos”, especificamente em Córdoba em 1975, período em que os assassinatos de pessoas relacionadas com a “subversão” se tornaram recorrentes, pois nessa altura Córdoba já era palco de práticas repressivas e clandestinas, que mais tarde se aprofundariam com a chegada da ditadura militar em março de 1976. Por tratamento entendo tanto a gestão administrativa desses órgãos, como os significados, histórias e práticas refletidas nos escritos aos quais atualmente acessamos. A partir de entrevistas, da ausência da maioria dos “sujeitos envolvidos” -já mortos- e de uma série de cenas de campo que compartilharei aqui, fui tecendo diversas questões em torno da posição de pesquisadora frente ao trabalho de narrar a morte, investigá-la, objetifique-o. Essas questões referem-se a como se escreve sobre os mortos? O que aqueles mortos nos questionam? Que legitimidade existe na nossa história como pesquisadores quando falamos do que está ausente? Existe alguma ética do cuidado exercida na investigação e na escrita sobre os mortos em nossos processos de pesquisa? Compartilharei essas questões ao longo desta escrita, abertas ao debate e à reflexão, na inter-relação entre a disciplina antropológica e a reflexão filosófica.

Antropologia do (e no) estado no Uruguai. Entre desafios e oportunidades de fazer

Resumen La producción etnográfica en lugares cercanos al/a investigador/a ha sido tematizada y abordada en diversos debates recuperados por la literatura antropológica. Sin embargo, ¿qué sucede cuando el lugar de investigación coincide con el lugar de trabajo cotidiano del/a investigador/a? Más aún, qué ocurre cuando el campo es “el estado”. A partir de estas consideraciones, en este artículo se presentan y discuten las perspectivas metodológicas y éticas que me han puesto a prueba durante el proceso de una investigación etnográfica al intentar producir conocimiento en el contexto de mi lugar de trabajo. En este marco, buscaba pensar al estado desde las prácticas, las relaciones y los procesos que se experimentan en la cotidianeidad, en el encuentro entre el funcionariado público y las mujeres rurales a partir de una nueva política de tierra con perspectiva de género. El hecho de ser funcionaria de la institución que aplica la normativa, y estar muy identificada con su implementación, motivó algunos desplazamientos durante el trabajo de campo, suscitando decisiones éticas y metodológicas que muestran algunos de los desafíos y las oportunidades de hacer antropología del (y en el) estado.

Abstract Ethnographic production in places close to the researcher has been thematized and addressed in various debates recovered by anthropological literature. However, what happens when the research location coincides with the researcher's daily workplace? Furthermore, what happens when the field is “the state.” Based on these considerations, this article presents and discusses the methodological and ethical perspectives that have been tested during the process of ethnographic research when trying to produce knowledge in the context of my workplace. In this framework, I sought to think about the state from the practices, relationships and processes experienced in everyday life, in the encounter between public officials and rural women based on a new land policy with a gender perspective. The fact of being an official of the institution that applies the regulations and being very identified with its implementation motivated some trips during the field work, giving rise to ethical and methodological decisions that show some of the challenges and opportunities of doing anthropology of (and in the) state.

Resumo A produção etnográfica em locais próximos ao pesquisador tem sido tematizada e abordada em diversos debates recuperados pela literatura antropológica. Porém, o que acontece quando o local da pesquisa coincide com o local de trabalho diário do pesquisador? Além disso, o que acontece quando o campo é “o estado”. Com base nessas considerações, este artigo apresenta e discute as perspectivas metodológicas e éticas que foram testadas durante o processo de pesquisa etnográfica ao tentar produzir conhecimento no contexto do meu local de trabalho. Neste quadro, procurei pensar o estado a partir das práticas, relações e processos vividos no quotidiano, no encontro entre agentes públicos e mulheres rurais a partir de uma nova política fundiária com perspectiva de género. O facto de ser funcionária da instituição que aplica o regulamento e estar muito identificado com a sua implementação motivou algumas viagens durante o trabalho de campo, dando origem a decisões éticas e metodológicas que mostram alguns dos desafios e oportunidades de fazer antropologia do (e no) estado.

Dilemas éticos nas etnografias esportivas no Uruguai: ginastas, lutadores e jogadores de futebol-murgueros

Resumen Desde el Grupo de Estudios Sociales y Culturales sobre Deporte (ISEF, Udelar), hemos venido experimentando sobre la etnografía, como método, enfoque y como texto (Guber, 2001), para mirar y pensar las prácticas deportivas en el Uruguay. Esto ha significado consolidar una perspectiva teórico-metodológica para abordar al fenómeno deportivo, y un posicionamiento particular a la hora de vincularnos con el campo como investigadores/as. Sin embargo, este proceso ha implicado el reconocimiento de una serie de conflictos y dilemas a la hora de tomar decisiones metodológicas, y a la hora de relatar nuestras estadías en el campo. En esta ocasión, nos hemos propuesto analizar el vínculo entre el método etnográfico y las prácticas deportivas, y lo haremos a partir de la experiencia de tres investigaciones individuales: una etnografía en un gimnasio de deportes de combate en Montevideo (Mora, 2018), una etnografía de gimnasia artística (Pastorino, 2023) en la ciudad de Maldonado, y una etnografía en un club de la ciudad de San Carlos en la que se encuentran el fútbol y la murga como prácticas asociadas (Alsina, 2023). No nos importará tanto para este caso describir cada una de las prácticas, sino mostrarlas como ejemplos de la potencialidad del método etnográfico para estudiar las prácticas corporales, y también para reflexionar sobre los lugares de quienes investigamos, las estrategias de posicionamiento en relación al campo estudiado (las distancias y cercanías óptimas y posibles) y los vínculos teóricos que surgen de este proceso.

Resumo Juntamente com o Grupo de Estudos Sociais e Culturais do Esporte (ISEF, Udelar), temos experimentado a etnografia, como método, abordagem e texto (Guber, 2001), para olhar e pensar sobre as práticas esportivas no Uruguai. Isso significou a consolidação de uma perspectiva teórico-metodológica para abordar o fenômeno esportivo e um posicionamento particular quando se trata de nos vinculamos ao campo como pesquisadores. Entretanto, esse processo implicou o reconhecimento de uma série de conflitos e dilemas ao tomar decisões metodológicas e ao relatar nossas estadias no campo. Nesta ocasião, propusemo-nos a analisar o vínculo entre o método etnográfico e as práticas esportivas, e o faremos a partir da experiência de três investigações individuais: uma etnografia em uma academia de esportes de combate em Montevidéu (Mora, 2018), uma etnografia da ginástica artística (Pastorino, 2023) na cidade de Maldonado e uma etnografia em um clube na cidade de San Carlos, no qual o futebol e a murga são práticas muito próximas (Alsina, 2023). Neste caso, não concentramos nossa atenção na descrição de cada uma das práticas, mas sim em mostrá-las como exemplos do potencial do método etnográfico para estudar práticas corporais e também para refletir sobre os lugares daqueles que pesquisamos, as estratégias de posicionamento em relação ao campo estudado (as distâncias e proximidades ideais e possíveis) e os vínculos teóricos que surgem desse processo.

Abstract With colleagues from the Group of Social and Cultural Studies on Sport (ISEF, Udelar), we have been experimenting with ethnography, as a method, approach strategy and text (Guber, 2001), to observe and think about sport in Uruguay. This has meant consolidating a theoretical-methodological perspective to approach the sports phenomenon, and a particular positioning when it comes to positionate ourselves with the field as researchers. However, this process has implied the recognition of a few conflicts and dilemmas when we take methodological decisions, and when we are reporting our field research journals. On this occasion, our aim is to analyze the link between the ethnographic method and sport practices. And we will do so from the experience of three individual researches: an ethnography in a combat sports gym in Montevideo (Mora, 2018), an ethnography of artistic gymnastics (Pastorino, 2023) in Maldonado, and an ethnography in a club in the city of San Carlos in which football and murga are related practices (Alsina, 2023). We will not put the attention into describe each of the practices, but to show them as examples of the potential of the ethnographic method to study bodily practices, and also to reflect on the places of those we investigate, the strategies of positioning in relation to the studied field (the optimal and possible distances and proximities) and the theoretical links that arise from this process.

De encontros e retornos: debates éticos numa pesquisa sobre acordeonistas e bandoneonistas do norte do Uruguai

Resumen El texto presenta algunas reflexiones y experiencias que surgen de una investigación sobre acordeonistas y bandoneonistas del norte de Uruguay, en particular sobre la proyección de un caso concreto de retorno, como forma de responder con alguna acción específica a las cuestiones que las personas protagonistas fueron planteando. En la búsqueda de entender sus intereses para conformar este posible retorno, el primer paso consistió en caracterizar con la mayor claridad posible las prácticas musicales con instrumentos de fuelle, donde se destacan las observaciones sobre las formas particulares de aprendizaje y adquisición del repertorio por parte de quienes tocan estos instrumentos. La acción tomó finalmente forma en un evento que fue realizado (con ayuda de diversas personas) el día 2 de diciembre de 2023 en la localidad de Paso Campamento, Artigas, Uruguay, y que llamé Encuentro de Fuelles y Afines. Todo el proceso que llevó a la concreción del evento generó debates éticos en torno a la forma del retorno, así como también sobre los usos de los registros que se han ido generado en los encuentros personales previos. Finalmente, la realización del Encuentro1 posibilitó una nueva instancia de observación etnográfica. El texto muestra entonces como, tanto de los debates éticos como de las observaciones en el Encuentro surgieron conclusiones que sugieren características distintivas de las prácticas musicales de la región investigada.

Resumo O texto apresenta algumas reflexões e experiências que surgem de uma pesquisa sobre acordeonistas e bandoneonistas do norte do Uruguai, em particular sobre a projeção de um caso concreto de retorno como forma de responder com alguma ação específica às questões que as pessoas protagonistas foram colocando. Na procura de compreender seus interesses para conformar este possível retorno, o primeiro passo consistiu em caracterizar com a maior claridade possível as práticas musicais com instrumentos de fole, onde ressaltam as observações sobre as formas particulares de aprendizado e aquisição do repertório por parte das pessoas instrumentistas. A ação de retorno tomou forma finalmente num evento realizado (com ajuda de diversas pessoas) o dia 2 de dezembro de 2023 na localidade de Paso Campamento, Artigas, Uruguai, e que chamei Encuentro de Fuelles y Afines. Todo o processo que levou à concreção do evento provocou debates éticos tanto sobre a forma do retorno, quanto sobre os usos dos registros gerados nos encontros pessoais prévios. Finalmente, a realização do Encontro gerou uma nova instância de observação etnográfica. Deste jeito, tanto dos debates éticos quanto das observações no Encontro surgiram conclusões que sugerem características distintivas das práticas musicais na região pesquisada.

Abstract The text presents some reflections and experiences that emerge from a research on accordionists and bandoneonists from northern Uruguay, particularly while devising a concrete case of return, as a way to answer to the issues raised by the protagonists with a specific action. In the search to understand their interests so as to shape this potential return, the first step consisted of characterizing the musical practices with bellows instruments with the greatest possible clarity, with special focus on the particular forms of learning and building the repertoire observed on the individuals who play such instruments. The action finally took shape as an event that occurred (with the help of many people) on December 2nd, 2023, in the city of Paso Campamento, Artigas, Uruguay, and which I named Encuentro de Fuelles y Afines (A meeting of bellows and peers). The whole process that led to the concretion of the event generated ethical debates on the manner of returning, and also on the potential usage of the recordings that had been produced in the previous personal encounters. Finally, holding the Meeting allowed for a new instance of ethnographical observation. Therefore, the text reveals how conclusions were drawn - both from the ethical debates and the observations during the Meeting - that suggest distinctive characteristics of the musical practices of the researched region.

Ética na pesquisa humana e social, uma prática situada

Resumen En este trabajo proponemos una perspectiva teórica que articula la ética, entendida como práctica situada, y la metodología de la investigación, en el ámbito de las ciencias sociales y humanas. El punto de partida es la problematización de los riesgos que podría implicar para los sujetos o colectivos de estudio su participación o involucramiento en un proceso de investigación. A través de casos y situaciones, se reflexiona sobre los problemas éticos en las distintas fases de dicho proceso en diálogo con instrumentos prescriptivos tradicionales presentes en la literatura sobre ética de la investigación y en los principios que la normativa estipula. Establecemos la necesidad de una evaluación ética caso a caso durante el desarrollo de cada investigación.

Abstract This paper proposes a theoretical perspective in which ethics, understood as situated practice, is articulated with research methodology in the field of social and human sciences. The starting point is the problematization of the risks that the participation or involvement in a research process could imply for the subjects or groups of study. Through cases and situations we reflect on the ethical problems in the different phases of this process, in dialogue with traditional prescriptive instruments present in the literature on research ethics as well as in the principles stipulated by the regulations. We establish the need for a case-by-case ethical evaluation during the development of each research.

Resumo Neste artigo propomos uma perspetiva teórica que articula a ética, entendida como prática situada, e a metodologia de investigação no domínio das ciências sociais e humanas. O ponto de partida é a problematização dos riscos que a sua participação ou envolvimento num processo de pesquisa pode implicar para os sujeitos ou grupos em estudo. Através de casos e situações, refletimos sobre os problemas éticos nas diferentes fases deste processo em diálogo com os instrumentos prescritivos tradicionais presentes na literatura sobre ética na pesquisa e nos princípios estipulados pelos regulamentos. Estabelecemos a necessidade de uma avaliação ética caso a caso durante o desenvolvimento de cada projeto de pesquisa.

Ciência e profissão. Uma experiência de pesquisa psicossocial no âmbito esportivo

Resumen Este trabajo se propuso compartir y analizar, de manera crítica, situaciones que subyacen a un proceso de investigación psicosocial en el ámbito deportivo. Tiene la particularidad de haber surgido en el cruce entre la experiencia profesional que se realizó en el acompañamiento, asistencia y orientación psicológica de varones jugadores de fútbol de un club de la ciudad de Córdoba, Argentina, y el inicio del trabajo de campo, en el marco de la producción académico científica realizada para acceder al título de Magíster en Intervención e Investigación Psicosocial. En el análisis, se problematizaron cuatro dimensiones: la construcción del rol como investigadora, el desafío de realizar un trabajo de campo en un contexto conocido, el vínculo con las informantes clave y la encrucijada entre demanda y encargo, en la que se vio envuelta la producción académica derivada de dicha práctica. Para abordarlas, se recuperaron los registros de campo producidos en el marco del proceso de investigación etnográfica. Finalmente, se sostuvo que el reconocimiento de los dilemas, tensiones y negociaciones derivadas de los elementos metodológicos, se presentó como una dimensión ético-política central para la producción de conocimientos.

Abstract This work aimed to share and analyze, critically, situations that underlie a psychosocial research process in the sports field. It has the particularity of having arisen at the intersection between the professional experience that was carried out in the accompaniment, assistance and psychological orientation of male soccer players from a club in the city of Córdoba, Argentina, and the beginning of field work, in the framework of the scientific academic production carried out to access the title of Master in Psychosocial Intervention and Research. In the analysis, four dimensions were problematized: the construction of the role as a researcher, the challenge of carrying out field work in a known context, the link with key informants and the crossroads between demand and assignment, in which the academic production derived from said practice. To address them, the field records produced within the framework of the ethnographic research process were recovered. Finally, it was argued that the recognition of the dilemmas, tensions and negotiations derived from the methodological elements was presented as a central ethical-political dimension for the production of knowledge.ge.

Resumo Este trabalho teve como objetivo compartilhar e analisar, criticamente, situações que fundamentam um processo de investigação psicossocial no campo esportivo. Tem a particularidade de ter surgido na intersecção entre a experiência profissional realizada no acompanhamento, assistência e orientação psicológica de jogadores de futebol masculino de um clube da cidade de Córdoba, Argentina, e o início do trabalho de campo, no enquadramento da produção académica científica realizada para acesso ao título de Mestre em Intervenção e Investigação Psicossocial. Na análise foram problematizadas quatro dimensões: a construção do papel de pesquisador, o desafio de realizar o trabalho de campo em um contexto conhecido, o vínculo com informantes-chave e a encruzilhada entre demanda e atribuição, em que a produção acadêmica derivou de disse prática. Para abordá-los, foram recuperados os registos de campo produzidos no âmbito do processo de investigação etnográfica. Por fim, argumentou-se que o reconhecimento dos dilemas, tensões e negociações decorrentes dos elementos metodológicos apresentou-se como dimensão ético-política central para a produção do conhecimento.

Etnografia a pedais. Interlocução com o campo e com “os outros” a partir de uma bicicleta

Resumen La evolución del instrumental metodológico de la antropología en general, y de la etnografía en particular, le ha permitido ajustarse e incorporar diversas técnicas o insumos útiles para sortear los desafíos que ha encontrado a lo largo de su historia en el contacto con las personas en cuyo conocimiento le interesa ahondar. Aunque no se trata realmente de una innovación, el uso de la bicicleta como una herramienta para la investigación cualitativa, sobre todo entre las ciencias sociales, ha proliferado por diversas razones, dentro de las que, en los últimos tiempos destaca la pandemia que azotó al mundo en el año 2020. Esto, además de revalorar su utilidad como medio de transporte, ha abierto la posibilidad de aquilatarla como una vía de contacto humano, útil para el trabajo científico y la producción de conocimiento. Lo que aquí se presenta, es una reflexión sobre algunas de las connotaciones que, para un trabajo de corte etnográfico, tiene el hecho de aproximarse a “los otros” y al medio en el que habitan, desde una bicicleta. Se expone, en ese sentido, su utilidad práctica dentro de una investigación doctoral desarrollada desde la perspectiva de la ecología política, que tuvo lugar en la región del Istmo-Costa chiapaneco, en el sur del Pacífico mexicano durante los años 2021 y 2022.

Abstract The evolution of the methodological tools of anthropology in general, and of ethnography in particular, has allowed it to adjust and incorporate various techniques or useful inputs to overcome the challenges it has encountered throughout its history in contact with the people whose knowledge it is interested in delving into. Although it is not really an innovation, the use of the bicycle as a tool for qualitative research, especially among the social sciences, has proliferated for various reasons, among which, in recent times, the pandemic that struck the world in 2020 stands out. This, in addition to revaluing its usefulness as a means of transportation, has offered the possibility of appraising it as a means of human contact, useful for scientific work and production of knowledge. What is presented here is a reflection on some of the connotations that, for an ethnographic work, has the fact of approaching “the others” and the environment in which they live, from a bicycle. In this sense, its practical utility within a doctoral research developed from the perspective of political ecology, which took place in the region of the Isthmus-Costa Chiapas, in the southern Mexican Pacific during the years 2021 and 2022, is exposed.

Resumo A evolução das ferramentas metodológicas da antropologia em geral, e da etnografia em particular, permitiu que ela se ajustasse e incorporasse várias técnicas ou insumos úteis para superar os desafios que encontrou ao longo de sua história em contato com os povos cujo conhecimento lhe interessa aprofundar. Embora não seja realmente uma inovação, o uso da bicicleta como ferramenta de pesquisa qualitativa, especialmente entre as ciências sociais, proliferou por vários motivos, entre os quais se destaca, nos últimos tempos, a pandemia que atingiu o mundo em 2020. Isso, além de revalorizar sua utilidade como meio de transporte, abriu a possibilidade de valorizá-la como meio de contato humano, útil para o trabalho científico e a produção de conhecimento. O que se apresenta aqui é uma reflexão sobre algumas das conotações que, para um trabalho etnográfico, tem o fato de abordar “os outros” e o ambiente em que vivem, a partir de uma bicicleta. Nesse sentido, expõe-se sua utilidade prática em uma pesquisa de doutorado desenvolvida sob a perspectiva da ecologia política, realizada na região do Istmo-Costa Chiapas, no sul do Pacífico mexicano, durante os anos de 2021 e 2022.

Bruce Albert y Davi Kopenawa. O espírito da floresta: A luta pelo nosso futuro. San Pablo: Companhia das Letras, 2023, 230 p.