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Humanidades (Montevideo. En línea)
versão impressa ISSN 1510-5024versão On-line ISSN 2301-1629
Resumo
GONZALEZ FERNANDEZ, Francisco. «Quero acordarmos»: o armário do Dr. Artaud. Humanidades (Montevideo. En línea) [online]. 2019, n.6, pp.95-128. Epub 01-Dez-2019. ISSN 1510-5024. https://doi.org/10.25185/6.4.
A vida de Artaud foi uma viajem por instituições mentais que deixaram traços profundos em sua concepção artística. Desde que entrou em contato com o corpo médico e se relacionou com seus psiquiatras, ele se apropriou de sua linguagem e técnicas, atribuindo ao poeta o papel de terapeuta de uma sociedade doente e decadente, na qual apenas uma arte que segure a crueldade funcional pode curar. Operação cirúrgica, peste e choques elétricos são algumas das metáforas que ele usará para ilustrar como acordar uma audiência que parecia ter sido hipnotizada pelo diabólico Dr. Caligari ou seu avatar, Adolf Hitler. A figura do Fürher, que Artaud sempre alegou ter conhecido pessoalmente, constituía para ele uma espécie de duplo sinistro que parecia ter distorcido suas próprias idéias sobre o Teatro da Crueldade. Diante de espetáculos hipnóticos que predispunham as massas a aceitar uma política higienista, racial e eugênica de uma crueldade desconhecida, Artaud procuro na medicina os meios para curar uma comunidade que havia perdido o sentido da vida e cujos indivíduos vagavam pelo mundo como se fossem sonâmbulos.
Palavras-chave : Artaud; teatro da crueldade; cinema; Hitler; psiquiatria; eletricidade.