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Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía

versão impressa ISSN 2393-7068versão On-line ISSN 2393-6886

Resumo

RABUFFETTI, Angelina  e  BOVER, Tomás. A investigação do crime complexo: uma abordagem das relações entre policiais e agentes judiciários. Rev. urug. Antropología y Etnografía [online]. 2023, vol.8, n.2, e202.  Epub 01-Dez-2023. ISSN 2393-7068.  https://doi.org/10.29112/ruae.v8i2.1947.

Com base em nossas investigações com as Forças Federais da Argentina e com a Polícia da Província de Santa Fé (Argentina), propomos colocar em diálogo comparativo uma série de conclusões do nosso trabalho de campo. Ambas as investigações centram-se na análise das práticas, rotinas, relações e conhecimentos envolvidos na investigação de crimes complexos nestes dois níveis de governo, a partir do exame das articulações policial-judiciárias. O trabalho de campo realizado a nível federal e provincial, etnográfico e qualitativo através de entrevistas em profundidade respetivamente, bem como a referida comparação permitir-nos-ão conhecer diferenças e regularidades nas formas de investigar e promover vínculos institucionais entre as burocracias estatais. Estes enquadramentos - policial, judicial e executivo - de diferentes tipos e níveis, apesar das suas diferenças, apontam para a existência de fortes semelhanças e continuidades.

A investigação criminal tem sido um tema pouco desenvolvido. As Ciências Sociais e Jurídicas priorizam o estudo de outras práticas policiais e tipos de crimes. Da mesma forma, as investigações que são realizadas nestas áreas centram-se nos procedimentos e rotinas - ilegítimas e/ou que envolvem usos excessivos de força física - dos membros das forças, mais do que nos procedimentos dos funcionários judiciais.

Para abordar algumas destas questões relativamente pendentes, em primeiro lugar, investigaremos comparativamente, em busca de semelhanças, continuidades e diferenças, sobre o que é a Investigação Criminal a nível federal e provincial e quais os órgãos e práticas que envolve, tentando revelar o que é. “nos diz” essa articulação sobre a montagem funcional ou descomprometimento entre órgãos estatais no processamento de conflitos e violência.

Na Argentina, a polícia e as forças de segurança desempenham a função de auxiliares da justiça nos distritos que não possuem Polícia Judiciária, razão pela qual são atores-chave no processo de investigação criminal. A investigação criminal exige o desenvolvimento de conhecimentos, acordos e rotinas que abordaremos com base nas observações que fizemos dentro dessas burocracias e em entrevistas com alguns de seus agentes. Em segundo lugar, questionamo-nos como e a partir de que processos sociais - judiciais, políticos e mediáticos - certas práticas são criminalizadas, ou não, numa área conhecida como “fronteira quente” (Frederic, 2020; Renoldi, 2013) e numa província, Santa Fé, que tem ocupado as principais manchetes dos jornais nacionais e provinciais devido à sua associação permanente com o crime organizado de drogas e a violência a ele associada. Por fim, caracterizamos brevemente as relações interinstitucionais envolvidas nos processos de investigação criminal.

Palavras-chave : investigação criminal; polícia; etnografia; pesquisa qualitativa.

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