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Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía

versão impressa ISSN 2393-7068versão On-line ISSN 2393-6886

Resumo

RIOS, Lucía. Os mortos que falam. Investigações etnográficas e reflexões éticas sobre mortes e cadáveres em Córdoba, Argentina. Rev. urug. Antropología y Etnografía [online]. 2024, vol.9, n.1, e103.  Epub 01-Jun-2024. ISSN 2393-7068.  https://doi.org/10.29112/ruae.v9i1.2139.

Este artigo aborda reflexões éticas em relação à investigação etnográfica de mortes e óbitos. Estas preocupações surgiram durante a conclusão do meu doutoramento em ciências antropológicas -área da antropologia política-, centrado na construção da figura do “subversivo”. Interessei-me particularmente pelo tratamento no momento da morte destes “inimigos”, especificamente em Córdoba em 1975, período em que os assassinatos de pessoas relacionadas com a “subversão” se tornaram recorrentes, pois nessa altura Córdoba já era palco de práticas repressivas e clandestinas, que mais tarde se aprofundariam com a chegada da ditadura militar em março de 1976. Por tratamento entendo tanto a gestão administrativa desses órgãos, como os significados, histórias e práticas refletidas nos escritos aos quais atualmente acessamos. A partir de entrevistas, da ausência da maioria dos “sujeitos envolvidos” -já mortos- e de uma série de cenas de campo que compartilharei aqui, fui tecendo diversas questões em torno da posição de pesquisadora frente ao trabalho de narrar a morte, investigá-la, objetifique-o. Essas questões referem-se a como se escreve sobre os mortos? O que aqueles mortos nos questionam? Que legitimidade existe na nossa história como pesquisadores quando falamos do que está ausente? Existe alguma ética do cuidado exercida na investigação e na escrita sobre os mortos em nossos processos de pesquisa? Compartilharei essas questões ao longo desta escrita, abertas ao debate e à reflexão, na inter-relação entre a disciplina antropológica e a reflexão filosófica.

Palavras-chave : cadáver; morte; etnografia; escrita; ética.

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