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Psicología, Conocimiento y Sociedad
versión On-line ISSN 1688-7026
Psicol. Conoc. Soc. vol.5 no.1 Montevideo mayo 2015
Resea de Garcia, J.,Tognetta, L., & Vinha, T. Indisciplina, conflitos e Bullying na escola.1. Ed. Campinas, SP: Mercado de Letras, (2013).
Silmalila Remedios Brooks
Autor referente: silmalila.remedios@gmail.com
Universidade Federal do Paran
Historia editorial
Recibido: 08/04/2015
Aceptado: 26/05/2015
A escola deveria ser um espao livre de violncia, capaz de fornecer um ambiente favorvel para o desenvolvimento adequado na infncia e adolescncia. Estas caractersticas permitem escola ser um espao agradvel para adquirir novos conhecimentos onde possam ser fortalecidos os valores morais e a autoestima, assim como tambm possibilite o autoconhecimento e a formao de relaes sociais positivas. Segundo Arajo & Silva (2006), as condies mencionadas anteriormente so necessrias para conseguir a convivncia pacfica dos seres humanos. Atualmente, dentro do ambienteescolarso encontrados inmeros problemas e conflitos que obstaculizam o cumprimento destes objetivos, e disso que trata o livro ÒIndisciplina, conflitos e Bullying na escolaÓ, o qualexamina, brevemente, algumas dificuldades que surgem no mbito escolar que dificultam o processo de ensino-aprendizagem.
O contedo do livro, dividido em trs captulos, apresentado atravs de um prefcio escrito por Maria Suzana de Stefano Menin, Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano e professora titular da Universidade Estatal de So Paulo (UNESP). Menin apresenta de forma abreviada os trs captulos do livro, com nfase em um grave problema presente nas escolas brasileiras: a insuficiente formao dos professores de ensino fundamental que lhes dificulta atuar apropriadamente frente a problemas presentes no mbito educativo, tais como a indisciplina e/ou a violncia.
O primeiro captulo intitulado: ÒA persistente indisciplina nas escolas: Um estudo sobre suas razesÓ foi escrito por Joe Garcia, Doutor em Educao pela Universidade Catlica de So Paulo e professor adjunto do programa de Ps-Graduao em Educao na Universidade de Tuiuti do Paran. Este captulo trata sobre os problemas de indisciplina presente nas escolas, eo professor Garcia expe algumas razes possveis que ocasionam que suas manifestaes persistam nas escolas, analisando suas implicaes nas praticas educativas contemporneas.
Garcia introduz o captulo explicando que, ao longo da histria, a indisciplina nas escolas sempre se tem observado, o que se evidencia em mltiplos escritos de filsofos e educadores como Plato ou Comenius, os quais na sua poca falavam dos problemas de indisciplina presente na escola. Porm, at o sculo XX que ocorre o inicio da pesquisa sistemtica com relao indisciplina escolar, sendo Jacob Kounin (nos Estados Unidos), um dos principais pesquisadores utilizados como referncia no relacionado a pesquisas sobre o fenmeno da indisciplina. Joe Garcia define indisciplina como o incumprimento de regras e normas que se estabelecem na relao pedaggica, as quais tm o papel de regulao funcional, ajudando a produzir condies adequadas para obter um aprendizado coletivo.
O professor Garcia, com base na consulta a bases de dados e publicaes relevantes no Brasil, assim como tambm fundamentado em suas experincias em projetos focados na formao de professores, verificou que uma das principais preocupaes dos professores consiste em superar problemas de indisciplina, que ocasionam perdas significativas de tempo de ensino. Para este autor, a indisciplina j foi interpretada como um reflexo da inadequao do aluno com relao escola; entretanto, na atualidade a indisciplina pensada como uma possvel falta de adequao da escola em suas praticas, teorias, mtodos de ensino e materiais pedaggicos.
Para Garcia os problemas de indisciplina so capazes de afetar o desenvolvimento da relao pedaggica e interferir no processo de ensino-aprendizado. Este autor enumera trs possveis razes pelas quais a indisciplina persiste na escola. A primeira a ausncia de uma viso nica e prticas compartilhadas entre educadores de uma mesma escola com relao ao que constitui disciplina e indisciplina escolar. Isto causa que, sob a denominao genrica de indisciplina escolar, eventos to distintos como agresses fsicas, depredao do patrimnio escolar e o uso do telefone durante as aulas sejam considerados sinnimos. Dessa forma, o termo indisciplina acaba sendo utilizado para referir-se a um amplo e heterogneo conjunto de problemas que realmente apresentam distintas naturezas. Garcia defende que a indisciplina tem persistido na escola por no receber uma leitura adequada do que ela significa.
A segunda razo descrita por Garcia que a formao do professor est mais focada no domnio de conhecimentos especficos de uma determinada rea das cincias, deixando vazios na formao necessria do professor para lidar com a indisciplina, conflitos ou violncia que se apresentam na escola.
Finalmente, a terceira razo so as formas de interveno disciplinares utilizadas pelos professores, que no sempre confirmam a abordagem pedaggicaque sustenta o processo formal de ensino-aprendizagem. Por exemplo, a forma em que alguns professores exercem sua autoridade quando disciplinam constitui uma espcie de regime de exceo, o que provoca a resistncia dos alunos e usualmente produzmais indisciplina.
O captulo escrito por Garcia finaliza com reflexes que sustentam que as prticas tradicionais de disciplina, baseadas no simples controle social na escola, esto perdendo eficcia, ao mesmo tempo em que desvalorizam a autoridade docente. A autoridade dos professores fracassa quando suas praticas de ensino so baseadas em coero. A disciplina essencial para as relaes e para os processos de ensino, por isso se deve dedicar ateno forma na que se intenta resolver os problemas relacionados com a indisciplina escolar.
O captulo 2, escrito por Luciene Tognetta, Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de So Paulo e investigadora do grupo de pesquisa em Educao Moral (GEPEM - UNICAMP/UNESP), se titula ÒBullying na escola: O olhar da psicologia para um problema moralÓ. O captulo se enfoca em explicar e contextualizar o que o bullying escolar (definio, descrio do fenmeno, protagonistas, etc.) e descrevem, brevemente, algumas das possveis causas e consequncias do fenmeno, a participao do professor na sua preveno e as principais contribuies da psicologia moral para a compreenso e aocontra este problema.
Tognetta, antes de discutir o que considerado como bullying, introduzo captulo explicando duas questes relacionadas com o possvel aumento da violncia na escola: a primeira, que existe uma violncia estabelecida nas escolas; e a segunda questo que a escola na atualidade nem sempre entendida pelos estudantes como um lugar de aprendizado, convivncia e prazer; pelo contrrio, as informaes sobre o mundo so obtidas atravs da mdia, h qual cada dia evolui em competncia e velocidade. Nesse contexto, preciso pensar que a escola deve ter por objetivo no somente a transmisso de informaes, mas tambm a possibilidade que os alunos possam coordenar perspectivas, comparar as informaes recebidas com outras fontes, antecipar consequncias de seus atos, discutir sobre diferentes conhecimentos, etc. Para conseguir isto fundamental que os alunos tenham um professor em que possam confiar como guia.
Um dos problemas presentes no mbito escolar segundo Tognetta o bullying, o qual ao estar presente neste mbito afeta a formao e o processo de aprendizado dos estudantes. No existe uma traduo exata em portugus para a palavra bullying, devido a que o significado desta forma de violncia demasiado complexo. O bullying uma violncia entre pares que possui quatro caractersticas principais: a) Intencionalidade do agressor em causar dano fsico ou psicolgico vtima; b) As agresses contra a vtima so recorrentes e ocorrem por um tempo prolongado; c) A existncia de um desequilbrio de poder fsico ou psicolgico entre agressor e vtima; d) Existncia de uma vtima frgil ou fcil de agredir.
Tognetta cita que em diversas pesquisas realizadas no Brasil se tem comprovado que o autor do bullying tem uma hierarquia de valores invertida, considerando que os valores individuais so melhores que outros valores morais. O bully acredita que a valentia, a intimidao e o poder a qualquer custo so mais importantes que a humildade, a justia e a tolerncia ao diferente. Alguns autores de bullying podem, em algumas circunstncias, ter sido eles mesmos vtimas de seus pais ou seus iguais, sendo condicionados a acreditar que a nica forma de evitar ser vtima provocando a outros.
De forma semelhante ao apresentado no captulo anterior por Garcia, Tognetta menciona que os professores muitas vezes no esto bem capacitados sobre como atuar diante de problemas de violncia ou indisciplina. A preocupao nas escolas est relacionada com quantidade de informao a transmitir, e no na incluso de atividades que permitam aos alunos aprender a conviver e resolver conflitos pacificamente, habilidades necessrias para que o ser humano possa viver em harmonia. Quando no afeta ao professor, a violncia entre pares muitas vezes enxergada como uma brincadeira ou ignorada pelos professores. Tognetta considera que muitos professores no levam em considerao que os conflitos que ocorrem na escola devem ser vistos como oportunidades de aprendizado, e que importante trabalhar com os alunos temas como a tica, relaes interpessoais e a resoluo de conflitos, criando espaos onde a infncia possa participar em decises a ser tomadas, ajudando na preveno do bullying escolar.
Segundo Tognetta, entre as maiores contribuies da psicologia moral, a partir de Piaget e outros autores, esto reconhecimento de que os valores morais no so transmitidos, mas construdos e vividos nos conflitos cotidianos, nas situaes que permitam pensar sobre os problemas e escutar o que sentem o pensam cada uma das partes. Em outras palavras, se desejam alunos com tica moral, preciso cuidar do ambiente onde vivem e se desenvolvem, assim, a autora defende que o bullying um problema consequente da falta de tica.
O captulo 3, escrito por Telma Vinha, Doutora em Educao pela Universidade de Campinas e professora do Departamento de Psicologia Escolar da Faculdade de Educao da mesma universidade, se titula ÒOs conflitos interpessoais na escolaÓ. Esta autora explica neste captulo brevemente alguns dos problemas que se podem apresentar no mbito escolar (problemas de indisciplina, violncias, conflitos, etc.) e como estes afetam o processo de ensino-aprendizado, e a forma em que estes problemas so abordados pelos professores.
A partir de sua experincia em dilogos com os professores, Vinha menciona que evidente a presena da violncia entre alunos, indisciplina, falta de respeito e conflitos dentro da escola. Quando os professores se encontram em situaes como estas, expressam sentir-se no preparados e inseguros para intervir de forma mais construtiva neste tipo de situaes. Muitos professores no se consideram aptos para mediar os conflitos de forma que favorea o aprendizado de valores e normas. Nesse contexto, cada professor utiliza a estratgia de ensino que acredite seja a melhor para conter o problema, por exemplo, dar notas baixas, ameaar, punir, castigar, dialogar, vigilncia sistemtica, etc.
Para Vinha, com base em pesquisas feitas no Brasil e seu trabalho com professores nesse pas, afirma que alguns professores consideram a administrao das situaes de conflito entre os estudantes como algo desvianteda funo do professor, dizer, que no faz parte do curriculum. Desta forma, propem intervenes com o intuito de controlar ou proibir aos alunos. Por exemplo, diante de agresses fsicas, muitas escolas optam por castigar o aluno com suspenses e/ou advertncias; porm, esse tipo de castigo no consegue ensinar ao aluno a identificar seus sentimentos de rabia ou dor e a express-lo de forma adequada.
Em estudos realizados por Vinha, a autora percebe nas escolas de Brasil um conceito tradicional sobre conflitos, ou seja, os conflitos so percebidos como negativos e prejudicam o curso das aulas, assim como as relaes interpessoais que ocorrem nesse espao. Os professores se sentem irritados quando se enfrentam a conflitos como roubos, danos ao patrimnio escolar ou agresses. Por isso, a escola elabora regras com o intuito de evitar todo tipo de conflitos que possam acontecer.
Com base em pesquisas realizadas no Brasil, Vinha classifica a forma como os professores lidam com o conflito em trs categorias. A primeira so as intervenes centradas em evitar os conflitos, que consistem em a elaborao de regras, controlar comportamentos por meio de filmadoras ou de vigilncia sistemtica, trancar com chave os armrios e salas de aulas para evitar furtos, assim como ocupar aos estudantes com atividades de pouco valor pedaggico como copias de contedos e exerccios de repetio. A segunda categoriavisa conteno dos conflitos, por exemplo, a imposio de solues prontas como transferir ao aluno para a famlia ou para um especialista, o uso de punies e outros mecanismos de controle utilizados para a escola que parecem funcionar temporalmente, mas que realmente reforam e agravam o problema. A terceira so as intervenes caracterizadas pela ausncia de interveno (ignorar o conflito), ou por aes bastante pontuais dos adultos como chamadas breves de ateno, gestos ou expresses que mostram irritao ou descontento.
Com base em informes de pesquisas consultados por Vinha, ela afirma que alguns professores atribuem mais gravidade a desavenas ocorridas entre alunos e autoridade, que as que ocorrem entre pares, as que tendem a ser minimizadas por ser consideradas pelos professores como brincadeiras prprias da idade. Essa atitude facilita que ocorram mais casos de bullying, cyberbullying, maus-tratos ou intimidao entre alunos. Tambm se sugere que a escola tem lidado com todo tipo de conflitos entre pares como se fosse indisciplina (contendo o conflito ou utilizando mecanismos para evit-lo), a pesar das diferentes manifestaes e formas em que possam aparecer. Diante disso, o professor se enfoca em restaurar a harmonia na sala de aula, sem realizar intervenes construtivas que incentivem a compresso da importncia do respeito, a coordenao de perspectivas e sentimentos, assim como o dialogo entre alunos.
Dessa maneira, a forma em que a escola tem lidado com os conflitosno longo prazo contribui para formar jovens com baixo ndice de habilidades sociais apresentando dificuldades para que estes possam opinar assertivamente, expor e discutir seus sentimentos e escutar diferentes pontos de vista sem sentir-se ameaados, habilidades importantes no processo para tomar decises e a comunicao sem violncia. A resoluo de conflitos na escola por parte dos professores muitas vezes inclui mecanismos primitivos como reaes impulsivas, submissas ou agressivas.
Em seu texto, Vinha identifica trs tendncias para a resoluo de conflitos: a) A assertividade, que enfrenta as situaes expressando ideias, pensamentos e sentimentos, considerando, valorizando e respeitando o ponto de vista dos outros; b) A agressividade, que expressa sentimentos e/ou pensamentos de forma coerciva, impositiva ou por meio de violncia fsica, verbal ou psicolgica; c) A submisso, que no enfrenta o conflito, e foge ou esquiva o contato direto com o outro.
Desde a perspectiva construtivista, Vinha explica que os conflitos so processos naturais em qualquer relao social e que o conceito de harmonia no significa ausncia de conflito, j que estes so necessrios para o aprendizado de valores e o desenvolvimento adequado durante a infncia e adolescncia. Exemplo disso a cooperao, desenvolvida durante o processo de resoluo de um problema onde os involucrados consideram os sentimentos, pontos de vistas e ideais do outro. Por conseguinte, a interveno com relao ao conflito se enfoca no processo, ou seja, na forma em que o conflito enfrentado.
Ës vezes os professores retiram dos alunos a oportunidade de resolver o conflito ou o problema, resolvendo eles mesmos os conflitos que se apresentam ao dizer o sugerir o que tem que ser feito. Segundo Vinha, em situaes de conflito o professor pode e deve intervir, mas ajudando aos alunos a verbalizar seus sentimentos, pensamentos e vontades, promovendo a interao, a tolerncia, o autocontrole e a reflexo com o intuito de resolver ou entender um problema em conjunto. Os professores devem saber transformar os conflitos em oportunidades de aprendizado.
Vinha explica que necessrio contar com professionais preparados e com conhecimentos para tratar e intervir em situaes de indisciplina, conflitos e/ou de violncia. Como tambm preciso que se estabeleam relaes de confiana, cooperao, respeito mutuo, e se ofeream espaos de participao efetivos. Espaos temporais como crculos restaurativos (nos que participam um facilitador e a rede de apoio, ademais das partes involucradas) e assembleias que procuram mediar conflitos e melhorar e prever a violncia.
A autora da presente resenha considera que o livro uma fonte de informao til para compreender de forma clara e precisa alguns dos problemas que surgem dentro do mbito acadmico (indisciplina, violncia entre pares, conflitos, entre outros) que interferem com o processo de ensino-aprendizado. O livro ajuda a conhecer algumas das causas destes problemas e explica como prevenir e intervir nestas situaes. Os trs autores deste livro coincidem em que a escola mais que um lugar para adquirir conhecimentos, constitui um lugar onde se formam valores importantes para a convivncia pacfica em sociedade. Igualmente, coincidem na importncia de formar, preparar e capacitar continuamente a professores para que estes possam oferecer uma educao de qualidade.
Isto tambm respaldado por muitos outros autores, tais como Pereira (2013), quem expressa que a escola no develimitar-se a ser repassadora de conhecimentos, mas deve ser um espao que permita que todos os alunos possam exercer sua cidadania, atravs da construo de alternativas para a superao de quaisquer tipos de dificuldades que se possam apresentar. Os autores do livro tratado na resenha tambm destacam a importncia que tem a capacitao e formao adequada de professores por parte das instituies educativas para que os docentes possam coordenar atividades enfocadas na resoluo de conflitos, a cooperao na sala de aula e o desenvolvimento de valores morais para viver em sociedade, assim como o autoconhecimento, o autocontrole e a autonomia.
Um aspecto que a autora da presente resenha considera oportuno destacar que ao longo do livro se faz muito nfase nas responsabilidades, deveres e importncia que tm os professores dentro da escola para a formao e desenvolvimento adequado durante a infncia e adolescncia, mas no se indica a importncia e o papel que tem a famlia em todo o processo de ensino-aprendizado. No livro no tratada a interao entre famlia e centro escolar. No adequado falar de educao, de infncia e adolescentes sem considerar o fundamental trabalho em conjunto que realizam a escola, o professor e a famlia.
Diversos autores em suas pesquisas tm manifestado a importncia dessa relao. Alguns destes autores so Jares (2002a, 2002b), Milani (2003), Outeiral&Cerezer (2006), Ruotti, Alves & Cubas (2006), Soares & Machado (2013), os quais explicam queas crianas se relacionamprimeiramente com os pais, depois com os outros membros da famlia. posteriormente a estas relaes que as crianas se incorporam no ambiente escolar que os prepara para a cultura e a sociedade na qual o indivduo estar inserido. Para os autores listados, tanto o sistema educativoquanto a famlia tm a fundamental tarefa de ensinar as normas de convivncia indispensveis para viver em paz, e destacam que no se pode responsabilizar ao sistema educativo pela presena de violncia ou indisciplina na escola. O trabalho em conjunto da escola e a famlia fundamental, ambas as partes precisam ter uma estrita relao e uma boa comunicao para detectar problemas a tempo e procurar solues para elas. Por exemplo, se um aluno agridefisicamente a outro aluno ou a um professor, e os pais de famlia no o repreendem, no haver um aprendizado significativo mesmo que a escola sancione a este aluno.
Os Pais de famlia (ou os principais responsveis das crianas e adolescentes) devem ter uma boa comunicao com os professores e a escola, trabalhando em conjunto com os projetos que se realizem dentro do ambiente escolar. Para Jares (2002a) a disciplina, ademais de ser algo inerente a todo processo educativo, tem que ser aprendida e praticada tanto nas famlias como na escola para atingir objetivos de ensino-aprendizado como grupoecomo indivduo.
Referncias
Arajo, J. & Silva, J. (2006). O fazer pedaggico do professor: Um caminho da educao pela paz. Em M. Bomfim & K. Matos (Orgs), Juventudes, Cultura de Paz e Violncias na escola, (pp. 178-185). Fortaleza: Editora UFC.
FACEPE. 36» Reunio Nacional da ANPEd. Goinia-GO. Recuperado de: http://36reuniao.anped.org.br/pdfs_trabalhos_aprovados/gt20_trabalhos_pdfs/gt20_3139_texto.pdf.
Jares, X (2002a). Aprender a Convivir. Revista Interuniversitaria de Formacin del Profesorado, 44, 79-92.
Jares, X. (2002b). Educao para a paz: Sua teoria e sua prtica. (2» ed.). Porto Alegre: Artmed.
Outeiral, J. & Cerezer, C. (2006). Agressividade, transgresso e limites no desenvolvimento da criana e do adolescente. Em: J. Outeiral& C. Cerezer (Orgs), O mal-estar na escola, (pp. 49-60). Rio de Janeiro: Revinter.
Milani, F. M. (2003). Cultura de paz x violncias: Papel e desafios da escola. Em: F. M. Milani & R. C. Jesus. (Orgs.), Cultura de Paz: Estratgias, mapas e bssolas (pp. 31-60). Salvador: INPAZ.
Pereira, M. A. (2003). Violncia nas escolas: viso de professores do ensino fundamental. (Tese de Maestria indita). Universidade de So Paulo, Brasil. Ruotti, C., Alves. R. & Cubas, V. (2006). Violncia na escola: Um guia para pais e professores. So Paulo: Andhep: Imprensa oficial do estado de So Paulo.
Soares, M. B. & Machado, L. B. (2013). Violncia contra o professor: Sentidos compartilhados e prticas docentes frente ao fenmeno. Agncia Financiadora:
Formato de citacin
Brooks, S. (2015). Resea de Garcia, J.Tognetta, L., & Vinha, T. Indisciplina, conflitos e Bullying na escola.1. Ed. Campinas, SP: Mercado de Letras, (2013). Revista Psicologa, Conocimiento y Sociedad 5(1), 149 - 162. Disponible en www.http://revista.psico.edu.uy
Editorial
Con esta nueva entrega Psicologa, Conocimiento y Sociedad cumple sus cinco primeros aos ininterrumpidos de impulso a la difusin del conocimiento nacional e internacional producido desde la Psicologa. Este primer lustro representa la concrecin de un proyecto que naci con vocacin democratizadora y pluralista, y que se ha propuesto dar lugar a las diferentes perspectivas y vertientes del conocimiento psicolgico apuntando a un horizonte de madurez acadmica imprescindible para promover el desarrollo de aportes de calidad y pertinencia social.
En este tiempo, Psicologa, Conocimiento y Sociedad ha dado cabida a artculos de autores pertenecientes a distintas universidades y centros de investigacin de nuestro pas, Amrica Latina, Estados Unidos y Europa participando as del proceso de visibilizacin internacional de diferentes producciones resultado de esfuerzos locales y tambin de voluntades colaborativas de acadmicos de distintos pases.
Asimismo, en Psicologa, Conocimiento y Sociedad han encontrado lugar no slo diferentes aportes desde la psicologa sino tambin contribuciones que desde otros saberes han llegado al encuentro de tpicos fundamentales para la indagacin acadmica actual. Fiel a estos lineamientos de amplitud terica, metodolgica y territorial, el presente volumen presenta contribuciones de mltiples enfoques y procedencias.
La seccin Trabajos Originales contiene cuatro artculos que presentan resultados de investigaciones recientes. Facundo Abal, Sofa Aun, Horacio Attorresi de la Universidad de Buenos Aires publican el artculo ÒRelacin entre la Deseabilidad Social y los parmetros del Modelo Logstico de tres parmetros.Ó En el trabajo se interesan en estudiar la relacin de los parmetros a, b y c del modelo logstico de tres parmetros y la tendencia de los individuos a atribuirse a s mismo cualidades socialmente deseables. En este estudio participaron 1592 personas que respondieron a las escalas de Perseverancia y Distorsin del Big Five Questionnaire (BFQ).
Por su parte, Daniel Fagundez del Instituto de Psicologa Social de la Universidad de la Repblica presenta ÒCartografas de la actividad de atencin directa a nios, nias y adolescentes en situacin de calle en Montevideo, Uruguay.Ó En este caso, su artculo da cuenta de resultados de una investigacin cuyo objetivo es el estudio de la actividad de atencin directa a nios, nias y adolescentes en situacin de calle. El estudio se realiz a partir de un seguimiento de un equipo de trabajadores que se dedican a la atencin directa a esta poblacin en Montevideo, Uruguay, mediante la metodologa etnogrfica y cartogrfica.
El equipo conformado por Franco Mawad, Marcela Tras, Gastn Ares y Alejandro Maiche de la Universidad de la Repblica indaga sobre la ÒRelacin entre los estilos cognitivos dependencia e independencia de campo y la seleccin de etiquetas de yogur.Ó En este artculo el objetivo fue evaluar la relacin entre los estilos cognitivos dependencia e independencia de campo y la seleccin de etiquetas de yogur. Se trabaj con 133 participantes, quienes completaron una tarea de anlisis conjunto de eleccin de etiquetas de yogur, diseadas utilizando cuatro variables independientes de dos niveles cada una: contenido de grasa y azcar, fondo grfico de las etiquetas, sistema semforo, y marca.
Por ltimo, en esta seccin Ana Clara Ventura y Nora Moscoloni del Consejo Nacional de Investigaciones Cientficas y Tcnicas de la Repblica Argentina (CONICET) aportan su artculo ÒEstilos de enseanza y aprendizaje en las aulas universitarias: la dimensin cognitiva y social de la estilstica.Ó En su investigacin se plantearon como objetivo la descripcin de los estilos de aprendizaje de estudiantes y los de enseanza de docentes, as como las configuraciones de asociacin entre los mismos (grados de armonizacin/discrepancia y modos de relacin) segn el rea de conocimiento (ciencias sociales-ciencias exactas) y el ciclo de la formacin acadmica (introductorio-bsico-superior). La muestra, seleccionada intencionalmente, estuvo compuesta por seis grupos ulicos compuestos por estudiantes y docentes: tres de Psicologa y tres de Ingeniera.
En la seccin Revisiones se publica un artculo. Nicols Schongut Grollmus de la Universidad Autnoma de Barcelona y la Facultad de Psicologa de la Universidad Gabriela Mistral (Santiago de Chile) propone la revisin de los fundamentos tericos, metodolgicos y epistemolgicos que permitan una articulacin posible entre la perspectiva narrativa en Ciencias Sociales y la investigacin crtica feminista. Y ms que una propuesta estrictamente acadmica, el artculo propugna una prctica investigativa crtica que remueva a los sujetos que investigan en su relacin con su propio trabajo as como en su relacin con los sujetos participantes de los distintos estudios.
En la seccin Reseas se incluyen dos artculos. Silmalila Remedios Brooks de la Universidade Federal do Paran presenta el libro Indisciplina, conflitos e Bullying na escola de Joe Garcia, Luciene Tognetta y Telma Vinha, en el que distintos expertos brasileos abordan una de las formas contemporneas en que el conflicto emerge en el mbito escolar.
Brooks destaca los esfuerzos que los autores de esta obra realizan para trazar las vas por las que la educacin y las instituciones de enseanza puedan alcanzar medios de resolucin de conflictos que destierren la violencia y hagan de la escuela un espacio digno de crecimiento y aprendizaje.
Cerrando esta seccin y la publicacin en su conjunto Jorge Surez y Noelia Correa de la Universidad de la Repblica resean el informe publicado en el presente ao tras la realizacin de 1er Censo Nacional de Psicologa en Uruguay durante el ao 2014. De forma muy sugerente Surez y Correa se preguntan _y comparten sus interrogantes_ acerca de ciertas dimensiones sobre las que es necesario proseguir investigando. ÒÀEn qu temticas o reas se han formando y/o se estn formando los graduados? ÀCules son las demandas de formacin de posgrado? ÀLa variable gnero incide en la realizacin y culminacin de posgrados? ÀHay diferencias salariales entre el interior y Montevideo? ÀEn qu reas trabajan las/os psiclogas/os residentes en el interior?Ó
Como se puede apreciar, una vez ms, el presente nmero refleja la pluralidad temtica, este hecho es un valor sustantivo del proyecto editorial y objetivo compartido de quienes formamos el Consejo Editorial. Esperamos que este nuevo nmero resulte de vuestro inters y asimismo les animamos a enviar sus artculos.
Reciban un cordial saludo.
Andrea Bielli
Editora
Karina Curione
Co- editora
Por Consejo Editorial
Laura Lpez
Javier Romano
Editorial
Desde la década del 70', la Psicología Comunitaria (PC) ha tenido un crecimiento sostenido en América Latina, expandiéndose desde allí hacia otros continentes.
Acorde a los contextos singulares, su desarrollo es heterogéneo tanto en lo que refiere a los problemas que aborda, como a su peso relativo en los ámbitos académico y profesional. Particularmente en Uruguay, ha ganado visibilidad a partir de la década de los '80, con su decidida incorporación en la formación de los y las licenciados/as en psicología en nuestra universidad pública. Desde sus inicios a la actualidad, el lugar conquistado tanto en la formación de grado como de posgrado, es innegable. Su perspectiva epistemológica, teórica y metodológica se articula con otras perspectivas críticas de la Psicología Social que se desarrollan en nuestra Facultad, encontrando en las dimensiones ética y política un anclaje común.
En el campo de la investigación ha transitado desde estudios que aportaron a fortalecer su constitución como campo sub-disciplinar, hacia los que ponen el acento en la comprensión y transformación de problemas sociales prioritarios, tales como los procesos de exclusión-inclusión social, los temas vinculados al campo socio-jurídico, los procesos urbanos y residenciales, las configuraciones familiares, y el campo de las políticas públicas, entre otros.
La extensión universitaria fue desde sus inicios y sigue siendo el espacio privilegiado en el que la Psicología Comunitaria se desarrolla en y desde la Universidad. Ella garantiza el diálogo permanente con los actores sociales y una producción de conocimientos sobre la base de los procesos de intervención que estudiantes y docentes llevamos a cabo en distintos territorios. La integralidad, entendida como la articulación de funciones universitarias que se desarrolla en el marco de proyectos que conjugan saberes académicos y populares, ha sido y es un campo fértil para profundizar en las metodologías de investigación-acción, en el diálogo con los actoressociales y en la singularidad que adquiere la construcción de la interdisciplina en el trabajo comunitario. Es el desarrollo de una Psicología Comunitaria ligada indefectiblemente a los problemas reales, lo que nos ha permitido interpelar algunas de sus categorías conceptuales, como por ejemplo, la noción de Comunidad.
En el campo profesional, la Psicología Comunitaria ha logrado visibilidad. Sin que exista aún una oferta de posgrados en términos de especialización (ese es nuestro próximo compromiso), es frecuente que se soliciten profesionales con un perfil ligado al trabajo comunitario, para ocupar puestos de trabajo tanto en organizaciones gubernamentales como no gubernamentales. El campo de las políticas públicas, sobre todo en la última década, ha sido un ámbito de incorporación frecuente donde psicólogos y psicólogas encuentran un espacio propicio para la puesta en juego de una perspectiva comunitaria. Ésta se somete allí a las tensiones propias de unos escenarios que conjugan intereses diversos y al desafío de profundizar los componentes de lo político y de lo público, para que los sujetos de la política tengan un lugar protagónico.
El presente monográfico debe leerse en esta clave histórica. La idea del mismo surge en el seno del Programa de Psicología Social Comunitaria del Instituto de Psicología Social de nuestra Facultad, programa que es expresión de los caminos recorridos. El mismo, creado en 2012 como producto de la transformación académica que transitó nuestra casa de estudios, está compuesto por alrededor de veinte docentes que, viniendo desde espacios académicos diversos, confluimos en un interés común: el de sostener y desarrollar un enfoque dentro de la psicología que jerarquiza los intereses y los valores colectivos sobre los individuales, el compromiso ético y político sobre la neutralidad o la asepsia, y una teoría encarnada en la vida cotidiana. Es así que, desde este rincón del mundo, asumimos el desafío de aportar al desarrollo de la Psicología Comunitaria, y de hacerlo críticamente, en consonancia con el paradigma que la sostiene. Esta publicación, entonces, es parte de ese desafío.
La tarea ha sido colectiva, no sólo hacia adentro de nuestra Facultad y Universidad, sino también en el establecimiento de contactos con investigadores e investigadoras de otras universidades de América Latina y Europa. A lo largo de estos años hemos sido bienvenidas en otros ámbitos académicos, donde hemos tenido la oportunidad de compartir las particularidades de nuestro trabajo. Simultáneamente, hemos disfrutado de la visita de numerosos exponentes de la Psicología Comunitaria de diversos países de nuestro continente, quienes a través de sus aportes han enriquecido nuestra labor. Hemos profundizado nuestros vínculos en cada Congreso, en cada Conferencia Internacional de Psicología Comunitaria (son cinco las ya realizadas) tejiendo así, redes informales de intercambio y también redes formales que han posibilitado el sostén para el desarrollo de actividades académicas conjuntas. Tal es el caso de la Red Latinoamericana de Formación en Psicología Comunitaria constituida en Lima, Perú en el año 2010. Una parte de estas redes está presente en este monográfico.
Ha sido muy gratificante recibir respuestas de aceptación ante las invitaciones que cursamos para formar parte de la presente publicación. Ello fue lo que nos permitió presentarnos ante la convocatoria a propuestas de monográfico, que Psicología,Conocimiento y Sociedad realizara en 2014. Ha sido muy gratificante que nosquisieran acompañar en esta empresa. Y más gratificante aún, saber de la calidad de las contribuciones, luego de que las mismas fueran sometidas a las evaluaciones correspondientes. El monográfico contiene producciones de autores/as de varios países de Latinoamérica, y al tiempo que logró trascender las fronteras del continente, encuentra también producciones nacionales, algunas de ellas, de la diáspora.
Catorce artículos y dos reseñas bibliográficas son las contribuciones que componen y dan forma a esta propuesta, ofreciendo a los y las lectores/as la diversidad y rigurosidad de una propuesta que integra componentes de investigación, extensión, enseñanza y trabajo profesional. La apuesta es (re) conocer los trazos e itinerarios quela Psicología Comunitaria ha transitado y los retos que debe asumir para continuar un proceso de actualización y transformación que acompañe los tiempos actuales.
En aras de presentar algunos de los contenidos, podríamos categorizarlos en tres agrupamientos temáticos. En primer lugar, un grupo importante de trabajos propone la tarea de tensionar la caja de herramientas clásica de la Psicología Comunitaria, realizando una crítica potente y actual a nociones que han sido los pilares de esta disciplina desde sus comienzos. El sentido de estos trabajos es construir nuevas rutas que le den vigencia a las propuestas teórico-metodológicas claves de la disciplina y de esta forma hacernos abandonar algunas zonas de seguridad epistemo-conceptuales que hemos desarrollado con el paso del tiempo. Daniela Osorio en su artículo Repensar la Comunidad desde La Base: aportes de una investigación situada tensiona la noción de comunidad a la luz de las epistemologías feministas y los movimientos sociales de las economías solidarias. La revisión de Esther Weisenfeld Las intermitencias de la participación comunitaria: ambigüedades y retos para su investigación y práctica revisa y analiza los componentes centrales de la participación comunitaria desde la perspectiva de la PC. La propuesta de Karina Fulladosa en el artículo Sindicalismo: continuidad o ruptura. Reflexiones compartidas en torno a la acción colectiva con las trabajadoras del hogar y el cuidado tensiona las formas de organización comunitaria en el espacio sindical, a través del análisis de Sindihogar. La revisión realizada por Mark Hal Burton y Carolyn Kagan Theory and practice for a critical community psychology in the UK analiza y desarrolla el enfoque de la Psicología Comunitaria Crítica en el Reino Unido. Gabby Recto y Patricia de la Cuesta reseñan el libro La dimensión ética en Psicología Comunitaria. Orientaciones específicas para la Práctica y la Formación escrito por María Inés Winkler, Diana Pasmanik, Katherine Alvear y Bárbara Olivares, el cual pone el acento en la dimensión ético-política que conlleva el posicionamiento de los/as psicólogos/as y el campo relacional donde se produce la praxis. El artículo Hacia una Psicología SocialComunitaria del Sur escrito por Germán Rozas propone dejar atrás una mirada eurocéntrica y apuesta a una descolonización del saber que transversalice la teoría y la praxis de la PC. Verônica Morais, James Ferreira Moura Júnior y Sara Castro Lima en su artículo Pobreza e suas relações com a Psicologia Comunitária na 5a Conferência Internacional de Psicologia Comunitária analizan una noción central para la PC, como es la de pobreza, a través de las publicaciones discutidas en la 5a. Conferencia Internacional de Psicología Comunitaria. Por su parte, Lis Pérez en la revisión El sentido político de nuestras prácticas. Una psicología de lo comunitario en movimiento apuesta a la noción de política como clave para la disciplina.
En segundo lugar, las políticas públicas conforman un espacio de tensiones y retos para la Psicología Comunitaria, lo que se ve reflejado en la discusión que realizan algunos artículos. Retos que implican el desafío de actualizar herramientas de intervención, sin perder de vista el sentido ético-político de las mismas y la reflexión acerca de los sujetos implicados en estos procesos. En este sentido, el artículo escrito por Verónica Blanco Habitar lo comunitario: vivencias desde de una política pública de cuidados discute cuestiones que tienen que ver con políticas públicas de cuidados ligadas al habitar. Cecilia Marotta en su comunicación El trabajo con familias en políticas sociales: Intervención e invención en psicología social comunitaria reflexiona acerca de las intervenciones con familias en el marco de las políticas sociales actuales. Mariana Chena, Julio Muro, Omar Barrault, Silvia Plaza e Inés Díaz, en el trabajo Consideraciones sobre el Trabajo Comunitario desde la perspectiva de equipos estatales y ONGs analizan las características del trabajo comunitario, poniendo en tensión categorías como participación y construcción común. Tesania Velázquez, Miryam Rivera y Elba Custodio en el artículo El acompañamiento y el cuidado de los equipos en la Psicología Comunitaria: un modelo teórico y práctico desde una experiencia límite, exponen una perspectiva y una metodología de trabajo con los y las operadores/as sociales.
Finalmente, nos encontramos con las preguntas acerca de la Universidad y sus fines: investigación, extensión y enseñanza y cómo esto se relaciona con la Psicología Comunitaria y con las transformaciones que acontecen en la Universidad y que atraviesan nuestras identidades docentes. Blanca Ortiz Torres en la revisión Lo académico, lo comunitario y lo personal en la praxis de la Psicología Comunitaria: ¿Un monstruo de tres cabezas o la santísima trinidad? discute acerca de los dilemas que conlleva asumir posiciones identitarias que conjugan la docencia y el trabajo en la comunidad. Cecilia Montes reseña el libro publicado en el presente año por la Comisión Sectorial de Extensión y Actividades en el Medio (CSEAM) "Co-producción de conocimiento en la integralidad", en tanto que el mismo es un aporte a pensar la noción de integralidad en el contexto actual de la Universidad de la República. La revisión escrita por Sandra López, Lis Pérez, Grisel Prieto y Ana Carina Rodríguez "Caminos en la formación en Psicología Social Comunitaria", reflexiona acerca de la puesta en funcionamiento de un dispositivo didáctico-pedagógico para la formación en intervención comunitaria en la Facultad de Psicología, UR. Lo que sirve de excusa para problematizar en algunas dimensiones de la formación. Sandra López en el artículo "La construcción interdisciplinaria - reflexiones desde la praxis" aporta la discusión acerca de la praxis interdisciplinaria en el campo de la PC.
Agradecemos los esfuerzos de todos y todas, de autores y autoras, de revisores y revisoras. El trabajo ha sido arduo pero valió la pena. Convidamos a los y las lectoras a continuar el diálogo a partir de las ideas aquí expuestas y el trabajo de nutrir el desarrollo de la Psicología Comunitaria.
Número Monográfico
Trazos para una Psicología Comunitaria del siglo XXI
Editoras
Laura López
Consideraciones sobre el Trabajo Comunitario desde la perspectiva de equipos estatales y ONG
Considerations about the Communitarian Work from the perspective of State teams and NGOs
Omar Barrault, Marina Chena, Julio Muro, Silvia Plaza, Ines Diaz
Autor referente: omarbarrault@gmail.com
Universidad Nacional de Crdoba
Historia editorial
Recibido: 08/06/2015
Aceptado: 08/09/2015
RESUMEN
En este trabajo se compartirn reflexiones del Equipo de Investigacin de la Ctedra Estrategias de Intervencin Comunitaria de la Facultad de Psicologa de la Universidad Nacional de Crdoba. Dicha produccin se enmarca en el proyecto que indag sobre las ÒCaractersticas del Trabajo Comunitario (TC) en la ciudad de CrdobaÓ (2012-2013) desde el Estado y las ONGÕs. Se compararn resultados con un estudio anterior (1998-1999) focalizando en: cmo definen el TC, cul es su importancia y finalidad ltima, cules son los principales obstculos y facilitadores para su desarrollo. Puede sostenerse, como aspecto comn el reconocimiento de que es un trabajo compartido con la gente y con un colectivo. Esto permitir tensionarlo con categoras centrales como participacin y construido en comn.
Palabras clave: Trabajo comunitario; Participacin; Construido en comn
ABSTRACT
In this work we will share reflections from the Research Team of the Chair ÒStrategies of Community InterventionÓ at the Faculty of Psychology, National University of Crdoba. This production is part of the project that investigated the ÒCharacteristics of Community Work (CW) in the city of CrdobaÓ (2012-2013) on the part of the State and the NGOs. We will compare results with a previous study (1998-1999) focusing on: how the CW is defined, which is its importance and ultimate purpose, and which are the main obstacles and facilitators for its development. We can hold, as a common aspect, that it is a work shared both with the people and a collective. This would allow us to put a strain with central categories such as ÒparticipationÓ and Òbuilt in commonÓ.
Keywords: Community Work; Participation; Built in common
Introduccin
En este trabajo se comparten resultados y reflexiones del equipo de investigacin de la ctedra Estrategias de Intervencin Comunitaria de la facultad de psicologa de la Universidad Nacional de Crdoba. Dicha produccin se enmarca en el proyecto que indag sobre las ÒCaractersticas del Trabajo Comunitario (TC) en la ciudad de CrdobaÓ (2012-2013), Subsidiado por la Secretaria de Ciencia y Tcnica de la Universidad Nacional de Crdoba.
El objetivo de este artculo es avanzar en la descripcin sobre lo especfico del TC desde la perspectiva de los actores, a partir de su definicin y relaciones con la participacin y lo construido en comn. As tambin, compartiremos algunas tensiones identificadas y relaciones encontradas respecto de un estudio anterior (1998-2000), del cual el presente es una replicacin
Marco Referencial
A lo largo de la historia ha caracterizado, predominantemente, a la Psicologa Comunitaria (PC) y al Trabajo Comunitario (TC) lo metodolgico y la atencin a los procesos y mbitos de intervencin. Estos adquieren distintas modalidades, perfiles y aspectos relevantes, segn las pertenencias institucionales, disciplinares, y contextos particulares.
Tambin caracteriza a este campo, la coexistencia de prcticas heterogneas y diversas, a veces contradictorias, otras confusas y/o fragmentadas (Berroeta, Hativbovic, & Asn, 2012; Quintal de Freitas, 1994). Prcticas que estn orientadas tanto por diferentes concepciones ideolgicas y tericas como por una multiplicidad de actores. As mismo, la definicin de estas prcticas estn en relacin con los contextos socio-polticos e institucionales y al estado de desarrollo de cada disciplina.
En estas dos ltimas dcadas, se ha profundizado la preocupacin en la produccin de marcos referenciales especficos y en la conformacin de reas y nominaciones propias en tensin con problemticas y sujetos emergentes. As tambin en lecturas contextuales, ya que se afirma que los contextos socio-polticos e institucionales afectan los modos y matrices culturales y relacionales en los territorios. En general, el TC realiza sus prcticas en el Òterritorio de la pobrezaÓ. Este marca las posibilidades del desarrollo de las condiciones cotidianas de vida y del TC, asociado a signos de poca1.
El estado, la academia, instituciones y organizaciones de diversa ndole y perfil- partidos polticos, iglesias, asociaciones civiles, movimientos sociales-, han incorporado y expuesto la cuestin comunitaria.
En el marco de la PC, proponemos pensar al TC desde los siguientes aspectos: su anclaje en las relaciones sociales y comunitarias y en las matrices culturales, simblicas, ideolgicas; estar orientado por la matriz de la amistad y la hospitalidad, buscando incluirse en una prctica de trabajo conjunto, compartido e implicado; sosteniendo un compromiso en la construccin de significados, acciones, conocimientos y saberes. Esto es posible en espacios y contextos de confianza, de interaccin e interlocucin, mltiples y complejos, instituyndose en el ÒentreÓ, en el encuentro con el/los otro/s. Implica trabajar en el pensar, sentir, actuar, decir, escuchar, en lo comunitario. Se apuesta a lo colectivo, al deseo por lo comn, a lo pblico, afirmando y afirmndose en una tica de la relacin y una poltica de la autonoma y de la transformacin.
Sin otro/as no hay TC, es decir que el otro/a funda el TC. Esta es la condicin bsica, la idea-fuerza. Hacer en comunidad nos implica. Construir un nosotros es una idea-prctica simultnea o posterior, no es un a priori. Primero hay que encontrar/se en/con el otro. En esta relacin con el otro -ncleo del TC- se juega la participacin. Coincidimos con Montero (2004) en que es un proceso organizado y colectivo en donde se producen transformaciones comunitarias e individuales.
Algunas de las tensiones presentes en las concepciones sobre participacin (Chena, 2015) son:
La tensin produccin-reproduccin: refiere a la finalidad de la participacin, si est orientada a la transformacin social y la autonoma de las comunidades o al mantenimiento y reproduccin de la lgica de dominacin social.
La tensin sujeto-objeto de la accin social-comunitaria: aqu se juega la concepcin de sujeto como productor de mundos o se sostiene un sujeto colocado en posicin de objeto, destinatario pasivo de las acciones de planes, programas y proyectos definidos por otros.
La tensin participacin real-simulacro de participacin: hablamos de participacin real (Sirvent, 1985) cuando las acciones de los sujetos producen verdaderas transformaciones en las estructuras de poder. El simulacro se instala cuando la participacin es un Òcomo sÓ que no produce cambios estructurales sino que genera en los sujetos la ilusin de que es posible ejercer influencia sobre las condiciones en que viven.
La tensin externo-interno en los procesos participativos: refiere a los intereses a los que responde la participacin (Castro, 1993). Ligada a la promocin comunitaria y al desarrollo de los Òprocesos comunitariosÓ (Castro, 1993; Plaza, 2007) o al abordaje/lgica externa.
La tensin delegacin-la propia voz: este aspecto hace referencia a la muy difundida idea de la participacin por delegacin -como nico modo- a lo que se contraponen prcticas participativas donde la voz de cada una es imposible de reemplazar.
A su vez, el concepto de participacin es resignificado constantemente desde las prcticas concretas en las comunidades. En nuestras intervenciones, hacemos nfasis en recuperar el sentido poltico de las prcticas participativas de la vida cotidiana (Montero, 2004; Rodigou, 2000). Por lo tanto se hace relevante detenerse a pensar las condiciones de produccin y de posibilidad de procesos participativos situados. En ese sentido, adems, entendemos que el hacer-con-otros como Òlo construido en comnÓ, refiere a la experiencia en donde se juega el encontrarse, compartir, decidir y recorrer diversas tramas en la experiencia de la horizontalidad. (Alderete et al., 2011). As tambin fijar, an cuando sea transitorio, parcial y precario, puntos comunes en la diversidad de lecturas del mundo.
Nos surgen algunas preguntas: Àla comunidad es tomada como sujeto o como objeto?ÀTrabajamos con la comunidad o con lo comunitario? ÀConsideramos la comunidad como territorio o como universo simblico? ÀRefiere a una posicin o a una perspectiva? ÀQu es lo propio del TC? ÀCul su especificidad? ÀSe trabaja en y desde una idea de comunidad real o ideal? ÀQu la define? ÀQuines lo hacen? ÀCmo se consideran los modos de construccin de las relaciones entre los participantes de los procesos comunitarios y de intervencin? Estas y otras son algunas de las preguntas problematizadoras del campo que hoy circulan. (Alfaro, 2012; Corea, De la Aldea, & Lewkowicz, 2003; Montero, & Serrano-Gracia, 2011; Plaza, 2007; Rodrguez, 2007, 2012; Snchez Vidal, 2007).
En el presente trabajo y teniendo como marco este campo problematizador presentaremos reflexiones emergentes de algunos resultados de la investigacin referenciada.
Metodologa
Se trata de un estudio descriptivo, que incluy en su tratamiento aspectos cuantitativos y cualitativos. Fue una replicacin de una investigacin realizada en el perodo 1998-20002.
Se busc caracterizar y describir el TC desarrollado en Crdoba en los ltimos aos y construir tipologas; desde la perspectiva de los actores: los equipos de trabajo comunitario (ETC) con pertenencia institucional al estado municipal y provincial, Universidad Nacional de Crdoba y ONG«s.
Las prcticas comunitarias constituyeron el objeto de indagacin. Con tal propsito se definieron como sub variables: el qu (refiere a la intervencin misma y a las definiciones en juego), los quines (refiere a los actores intervinientes), el dnde (refiere al sector geogrfico), con quines (refiere a los sectores poblacionales con los que se trabaja y sus caractersticas), el desde dnde (refiere a los marcos tericos e ideolgicos), el cmo (refiere a las estrategias, acciones y recursos) y el para qu (refiere a las razones por las cuales se realiza trabajo comunitario)3.
La poblacin-objeto fueron los equipos de TC. Sus pertenencias institucionales son: estado municipal (centros de salud); estado provincial (Equipos de Atencin Comunitaria: EAC); Universidad Nacional de Crdoba (ctedras); ONG«s (de promocin y desarrollo social). Tomamos como criterios generales de inclusin, a aquellos equipos que: a) definan su hacer como trabajo comunitario; b) realicen su trabajo en la ciudad de Crdoba; c) incluyan en su composicin a la disciplina psicologa. Se parti de la muestra conformada en la primera aplicacin (1998-2000) cuya composicin fue la siguiente: 9 equipos pertenecientes al estado provincial, 10 equipos pertenecientes al estado municipal, 6 ONG`S y 8 ctedras universitarias. Se utiliz la lista pblica de equipos municipales y provinciales, insercin y red de contactos y relaciones del equipo de investigacin4.
En relacin al instrumento, se utiliz una entrevista semi-estructurada. Consta de 39 tems, de los cuales 25 preguntas son abiertas y 14 son cerradas. Para la presente investigacin se realiz una revisin del instrumento. Se agregaron y quitaron tems en relacin a categoras de anlisis que el equipo de investigacin y de ctedra vena desarrollando: categora Òconstruido en comnÓ, algunos tems vinculados a los ÒsentimientosÓ presentes en el trabajo comunitario, y Òparticipacin comunitariaÓ. As tambin se incluy en la presente versin el item sobre la Òimportancia del TC en las polticas pblicas desde el lugar donde trabajaÓ. Dado que este conjunto de items fue incorporado en el estudio actual, no es posible realizar comparaciones con la investigacin anterior.
Se aplic el instrumento a 23 equipos de trabajo comunitario (7 a centros de salud, 5 a los equipos de atencin comunitaria, 6 a equipos de ctedras, 6 a ONG«s).
La disminucin del nmero de la muestra actual, respecto de la investigacin precedente, responde a los criterios de inclusin mencionados; por ejemplo, hay ctedras que ya no refieren hacer trabajo comunitario. Para el anlisis se aplic estadstica descriptiva en las preguntas cerradas y anlisis cualitativo-descriptivo en las abiertas. Se compar segn aspectos y actores relevados estableciendo semejanzas y diferencias; as tambin las caractersticas y cambios del TC entre la aplicacin 1998-2000 y la del periodo 2012-2013.
Resultados y Discusin
Definicin del campo del trabajo comunitario.
Se presenta aqu lo expresado por los equipos de trabajo comunitario en los siguientes tems del instrumento de indagacin: definicin e importancia del TC, su finalidad ltima, los obstculos y cambios en el TC, lo que motiva y desanima en el TC, importancia del TC en las Polticas Publicas, que es lo propio del TC, frase que representa al TC hoy.5
El TC, hoy, es situado predominantemente en el campo de la salud, ligado a la Estrategia de Atencin Primaria en Salud (APS). En un marco de tensiones y relaciones entre dos grupos claramente identificados: uno en el campo de la salud y de la salud mental (Ciencias de la salud), el otro en el campo social (Ciencias Sociales). Sigue pendiente problematizar estas pertenencias, los impactos en el TC y sus razones.
En la definicin de TC ofrecida por los equipos, podemos observar un fuerte componente social y los siguientes aspectos ligados a l, an cuando no hay una definicin homognea de TC:
_ Una necesaria presencia de la gente/comunidad como condicin para la existencia del mismo. Es un trabajo compartido con la gente y con un colectivo.
_ Asimismo el reconocimiento, para el TC, de ejes tales como ÒnecesidadesÓ, ÒproblemasÓ, Òalgo que molesta o incomodaÓ, ÒdeseosÓ. En el estudio anterior se sintetizaba en dos: necesidades y participacin.
_ El destinatario-actor del TC es nombrado como la ÒpoblacinÓ, la ÒgenteÓ o los ÒgruposÓ. En cambio, en el estudio anterior, adems era nombrado como ÒorganizacinÓ u Òorganizaciones de baseÓ.
_ La nocin de proceso complejo. Incluye la dimensin temporal-histrica.
_ La idea de construccin, tarea en co-presencia con otros actores. Lo que orienta y marca este transitar es el proceso (proceso comunitario).
_ La dimensin poltica no es fcilmente identificable. En general se presenta ligada a la perspectiva de derechos.
En la finalidad ltima del TC se expresa con ms claridad tanto las intencionalidades como la dimensin poltica. Se identifican tres sentidos: ÒempoderarÓ, ÒtransformarÓ y Òhacer para accederÓ, an en condiciones adversas. Se observan cambios respecto del estudio anterior: en el lenguaje y modos de nombrar, ÒempoderamientoÓ y Òaccesibilidad de derechosÓ son dos enunciados que aparecen como novedosos, que desplazan a Òmejorar la calidad de vidaÓ, expresin transversal en el estudio anterior. En aquel estudio las ONG«s era el actor que afirmaba la Òdefensa de los derechosÓ, en parecido sentido al actual y estaba ms centrado en los procesos comunitarios-organizativos y los que con mayor claridad se proponan ser partcipes de la lucha contra la pobreza y exclusin.
Tabla 1
Comparativo de las Caractersticas del Trabajo Comunitario: Estudios 1998-2000 y 2012-2013
En sntesis, los ETC reconocen como condicin del TC el trabajo compartido con un colectivo, en el marco de un proceso complejo, cuya finalidad propone la idea de transformacin.
Este campo definido presenta tensiones y desplazamientos importantes a observar. Una cuestin refiere a la nocin de transformacin y cambio como idea directriz y marca fundacional de la PC y del TC, como motor y horizonte. La transformacin como afirmacin poltica es aquello que motiva en el TC, segn expresan los equipos, junto a la afirmacin de la comunidad como un mbito genuino de trabajo, a la potencia de la organizacin y de los procesos colectivos comunitarios, asociado con sentimientos de alegra y entusiasmo; y al Òdeseo de encontrarse con otrosÓ.
Asimismo y en tensin, hoy, la idea de transformacin aparece de modo desanimante y obstaculizador, tanto respecto del equipo ligado a una sensacin de cansancio, de esfuerzo siempre insuficiente; como en su relacin con las comunidades ligado a la situacin de pobreza y precarizacin.
Otro aspecto que evidencia esta tensin es la relacin entre el TC y las Polticas Pblicas.6 Se afirma que el TC es central en las polticas pblicas, porque: aportara en trazar un norte en los contenidos segn las necesidades sentidas de las comunidades; garantizara la participacin de los sujetos; podra intervenir como un puente entre la esfera estatal y las comunidades, como un instrumento que permitira articular el ÒarribaÓ institucional-estatal y el ÒabajoÓ comunitario; constituira una estrategia de fortalecimiento en la medida que los sujetos y las comunidades puedan Òapropiarse de lo pblicoÓ y construir demandas a partir de reconocer sus derechos.
Ante estas consideraciones, se expresan nuevamente dos aspectos en tensin: por un lado la importancia de acercar las polticas pblicas a las comunidades, incorporndolas en su discusin y diseo. Por otro lado se manifiesta con claridad la distancia existente entre la formulacin e implementacin de las polticas pblicas (y de lo pblico) y la participacin y consideracin de las necesidades de las comunidades. Se traduce entonces en el registro de lo que Òdebera serÓ, y en un sentido de aspiracin frustrada y frustrante para algunos equipos. Comunica una interpelacin a la relacin de las comunidades con el Estado y del Estado con la sociedad civil. Marca una distancia e incomunicacin y un desplazamiento y/o ratificacin de las comunidades a la posicin de Òobjeto de las polticas pblicasÓ (Corea et.al., 2003, p. 6)
Esta tensin tambin se observa cuando se aborda la frase que mejor representa la realidad de los equipos7, la opcin predominante en los equipos es cada vez se hace menos trabajo comunitario. Le siguen afirmaciones que refieren a un hacer y/o un decir, que de alguna manera nos interpela: no slo se hace menos, adems se cuestiona si lo que se hace es TC. Este escenario se complejiza si comparamos con la toma de 1998-2000 cuando las opciones primeras eran: cada uno hace lo que puede y todos hacemos de todo. Podramos preguntarnos qu fue de todo ese plus que supone que Òtodos hacen todoÓ frente al actual Òcada vez se hace menosÓ. Se observa una importante modificacin, ya que aludan a un esfuerzo centrado en el TC, evidencindose hoy una disminucin y descentramiento del mismo, en los diferentes sentidos expresados.
Segn los equipos, hoy, la especificidad en el TC es definida por los Òtipos de abordajeÓ8, en correspondencia a lo que histricamente ha caracterizado al TC, si lo asociamos a lo metodolgico e interventivo. Es posible aproximar dos puntos de reflexin sobre esta afirmacin. La problematizacin sobre los enunciados ÒperspectivaÓ ÒabordajeÓ ÒenfoqueÓ en donde intervendra un deslizamiento de la comunidad como sujeto a su consideracin como objeto. Se define y aborda desde la exterioridad, ÒquitndoleÓ la potencia de Òhacerse en lo subjetivoÓ desde la interioridad de sus procesos, definiciones y enunciacin de necesidades y participacin protagnica. Ante estas tensiones y sin anularlas, es interesante pensar en la propuesta de Òla posicin comunitariaÓ (Corea et al., 2003). Por otra parte resulta significativo que en relacin a las preocupaciones y desarrollos actuales de la Psicologa Comunitaria en el campo terico-conceptual, Òmarcos referencialesÓ sea una de las opciones menos elegidas para dar cuenta de la especificidad del TC.
La mayora de los equipos perciben cambios en el TC. Estos podran atribuirse a mejoras en las condiciones del TC refieren a su complejizacin, vinculado a lo interdisciplinario9 y la orientacin hacia perfiles ms tcnicos y una bsqueda por mejorar la calidad de los equipos. Tambin refieren cambios a nivel contextual con polticas que favorecen la promocin de derechos.
Respecto de cambios que suponen una declinacin en el TC se sita la percepcin de un retroceso en las polticas pblicas, una desvalorizacin del TC y un empeoramiento en las condiciones de vida en las comunidades en trminos de garantas de derechos. Esto es sealado por el estado municipal. La universidad identifica un aumento del discurso sobre Òlo comunitarioÓ an en quienes no lo realizan. Las ONG`s reconocen una menor implicacin de los tcnicos respecto de pocas anteriores y disminucin del carcter colectivo del TC. El Estado provincial seala un mayor repliegue al interior de los equipos.
En sntesis, y en relacin a lo expuesto en este apartado, campo y definicin del TC, se observan las siguientes caractersticas del Trabajo Comunitario:
Se sita predominantemente al TC en el campo de la salud. Sin otro no hay TC. Es un trabajo compartido con la gente y con un colectivo. Implica un proceso complejo. La especificidad en el TC es definida por los Òtipos de abordajeÓ. El TC es central en las polticas pblicas aun cuando en el diseo e implementacin de estas las comunidades se encuentran alejadas. La frase que mejor representa la realidad de los equipos es la afirmacin cada vez se hace menos trabajo comunitario. La Tabla 2 da cuenta de estas tensiones:
Tabla 2
Tensiones Presentes en Relacin al Trabajo Comunitario
Obstculos del Trabajo Comunitario.
Ante este campo de tensiones es importante visibilizar lo que en la actualidad obstaculiza el TC. Los obstculos para el TC marcados por los equipos apuntan a una serie de cuestiones: a) las polticas institucionales y sus lineamientos, b) las condiciones de trabajo en las que se desempean los equipos, c) las problemticas emergentes en las comunidades, d) la relacin comunidad-partidos polticos, e) criterios y modalidades diferentes de trabajo entre organizaciones e instituciones de los territorios10 y f) la formacin en TC.
a) Los lineamientos polticos de las instituciones resultan obstculos puesto que conllevan una concepcin de tendencia asistencialista e individual. Esto es planteado desde los equipos estatales quienes, a la vez, refieren que el TC est solo como discurso y retrica, y a la vez no ofrecen reconocimiento del mismo, lo cual limita el trabajo en la promocin de la participacin, la articulacin con las necesidades yrecursos de las comunidades.
b) Las condiciones de trabajo planteadas por todos los equipos, aluden a: precarizacin e inestabilidad laboral, falta de incorporacin y escasa renovacin de recurso humano con formacin en TC, entre otras. Estas condiciones para los equipos implican desgastes y limitaciones en la posibilidad de participacin en los procesos comunitarios.
c) Las problemticas emergentes y las condiciones de vida en las comunidades como limitantes de posibilidades de compromiso y participacin. Este obstculo es marcado por los equipos de municipalidad; universidad y ONG«s, stos refieren a la profundizacin de la pobreza, a la restriccin del acceso a derechos y servicios entre otras cuestiones. Los equipos de provincia enfatizan como obstculo principal, las caractersticas atribuidas a las comunidades: fragmentadas, pasivas, desinteresadas, fatalistas, desesperanzadas, con escasa participacin.
d) La relacin comunidad-partidos polticos es un obstculo planteado por municipalidad y ONG«s, refieren a objetivos y proyectos que parten de los partidos polticos en detrimento de la comunidad, marcan la incidencia de Òpunteros polticosÓ y prcticas clientelares que obstruyen la construccin y organizacin con las comunidades.
e) En relacin al punto anterior, los equipos tambin enuncian que obstaculiza el TC el no compartir criterios ni modalidades de trabajo con otras instituciones y organizaciones en los territorios. En ocasiones stas presentan un carcter autoritario, asimetra y falta de horizontalidad en el trabajo, el no respeto de saberes y experiencias populares, lo cual hace ms difcil la articulacin. Poder articular, o no, tiene que ver con las formas en que se considera a las comunidades y los modos de intervencin.
f) Los equipos convergen en afirmar que la formacin especfica en TC es escasa. En las formaciones de grado y posgrado los saberes ligados al TC no son prioritarios y los dispositivos de capacitacin que existen son fragmentados, individuales, por disciplina. Aluden que las concepciones de TC no son integrales, las metodologas son ms bien asistenciales o individuales, que no se reconocen distintos saberes y que las formaciones dejan de lado la dimensin poltica del TC. Se destaca asimismo, la dificultad para definir los contenidos de formacin.
En el estudio anterior, lo planteado en torno a los lineamientos polticos en el TC no era diferente. Hubo aumento de equipos y cobertura en provincia y en municipalidad as como tambin un retraimiento del trabajo de stos al mbito institucional.
En aquel estudio lo que obstaculizaba principalmente el TC era el autoritarismo de algunos actores en las comunidades, ONG y municipalidad lo asociaban ms bien a Òlideres barrialesÓ y provincia lo asociaba a la intervencin de los partidos polticos, sus concepciones paternalistas y poco claras del TC lo cual para ellos generaba dificultades para la participacin y fragmentacin en las comunidades.
Uno de los contrastes con el estudio actual es el planteo de las ONG quienes referan como obstaculizador la falta de claridad conceptual e ÒhiperactivismoÓ de los equipos en su labor, hoy siguen marcando que la discusin terica no est presente pero no refieren a un exceso de actividad sino al desbalance tareas-recurso humano disponible.
Como en todo proceso, hay facilitadores y obstaculizadores del mismo. Se realiz una detencin en los obstculos, ledos a travs de las dimensiones propuestas.
Se evidencian lecturas y caracterizaciones de los equipos sobre las comunidades, como de los impactos subjetivos que conlleva. La relacin TC, comunidades y equipos de TC no es menor, y es necesario atender a ella. La participacin se encuentra entramada tanto en la definicin del TC como en los obstculos: Àqu papel juega la participacin, actualmente en el TC?
Participacin y lo construido en comn en el trabajo comunitario11.
ÀCmo entender el trabajo comunitario sin su relacin con la participacin y el hacer-en-comn? es una pregunta que nos interpela constantemente. Es as que se hace necesario referirnos a cmo estas aparecieron en la indagacin. Encontramos distintos sentidos otorgados a la participacin y su relacin con la comunidad:
-Participacin como accin colectiva: un hacer, orientado a producir algn cambio. Ligada a la necesaria presencia de otro (la gente, actores colectivos, la comunidad) con quienes se construye lo comn e incluye la diversidad de voces, aportes y perspectivas. En este sentido participar es hacer or la propia voz y est asociado a la idea de empoderamiento e involucramiento.
-Participacin vinculada a la posibilidad de dar una discusin en el espacio pblico de las necesidades y demandas de las comunidades planteada como un derecho. -Resaltando el carcter instrumental de la participacin, entendida como un Òmedio paraÓ y la posibilidad de hacerse de recursos que no se obtendran de otra manera, particularmente en relacin a cmo se definen y ejecutan las polticas pblicas.
-El ÒhacerÓ al que se hace referencia, es nombrado de diversos modos: un ejercicio, una accin, una prctica o un entrenamiento.
An en los mltiples sentidos asignados, en algunos aparece la idea de proceso. Varios coinciden en que hay diferentes modalidades de atravesar este proceso y eso produce cambios, en el otro y en uno, relacionado esto a la produccin de subjetividad.
Estos procesos presentan un dinamismo en donde se reconocen grados de participacin. Tambin se seala que lograr la participacin supone un trabajo a largo plazo.
Entendemos que estas son algunas de las condiciones para la accin colectiva, la base de posibilidad en que se desarrollan los procesos de transformacin social. All se encuentra la dimensin poltica, lo que fue definido como Òparticipacin poltica comunitariaÓ (Alderete et al., 2011, p. 3) en tanto prcticas ancladas en el territorio.
Lo construido en comn.
Desde nuestra perspectiva, lo construido en comn12 hace referencia a Òun proceso, a un transitar, una experiencia, a un encuentro a partir de un vaco, al reconocimiento de la diferencia y a una afirmacin de igualdad, al trnsito por lo colectivo, lo entre-muchos. Un trabajo de tramitacin de diferencias y construccin de nuevas espacios y territorios.Ó (Plaza, Daz, & Barrault, 2008). Implica en s mismo una manera de entender la participacin en un hacer cotidiano.
Podemos destacar tres aspectos que se vinculan a la idea de lo construido en comn segn los equipos de trabajo:
En relacin a ÒLo ms destacable y llamativo de lo que se hace-construye en comnÓ aparece ligado a la participacin y a un sentido referido a que todos tengan voz y puedan ser escuchados. En el reconocimiento de la ÒvozÓ estara la posibilidad de tener poder. Aparecen palabras como: ÒhorizontalidadÓ, ÒigualdadÓ, Òlo colectivoÓ, Òcompartir saberesÓ y Òconstruir conocimientos en comnÓ. Estas se ligan a espacios de encuentro, a un trabajo de tramitacin de diferencias y a la construccin de nuevos vnculos y sentidos as como a la vivencia de la gratificacin, entusiasmo y disfrute (esto ltimo se plantea como sentido minoritario).
Todos los actores hacen referencia a la importancia de la participacin, y a los procesos de aprendizajes y conocimiento.
Cuando indagamos lo ms difcil de hacer-construir en comn con la gente, las respuestas se plantean alrededor de tres cuestiones:
Lo poltico, el hacer visible lo poltico en las acciones. El sostenimiento y duracin en el tiempo de los procesos colectivos en el marco de la lgica del TC. Las condiciones subjetivas-anmicas Òel no desanimarseÓ Òel no cansarseÓ.
Podemos decir que las dificultades se sitan en tres niveles. Mayoritariamente se identifican las dificultades en el contexto Òque no se pueda transformarÓ, Òindividualismo y fragmentacin socialÓ, expresadas como ÒdesesperanzaÓ e ÒimpotenciaÓ, Òno hay confianzaÓ. Le siguen las dificultades puestas en la poblacin: Òresponsabilidad en los problemas que le son propiosÓ Òla participacinÓ Òel no poder trabajar con las diferenciasÓ Òdificultad de sostener acuerdosÓ. Y por ltimo (minoritaria) en el equipo Òrepliegue del equipoÓ Òlgicas de trabajo que hay que des-andar y que se repiten en las comunidadesÓ Òcontradiccin entre tiempos institucionales y comunitariosÓ.
Todos ponen en primer lugar la dificultad de transitar las diferencias y el respeto por el otro.
Cuando indagamos qu es Òlo que aporta el hacer-construir con la genteÓ, la palabra clave es aprendizajes. Es posible reconocer dos sentidos: uno ligado a la construccin y sostenimiento de un proyecto poltico transformador, abierto y compartido y otro ligado al sostenimiento cotidiano. Todos los actores hacen referencia a que estos aprendizajes generan satisfaccin, con impactos en la vida personal que excede a lo meramente profesional.
Conclusiones
Segn la perspectiva de los equipos se define y caracteriza al campo del TC como un trabajo colectivo, dentro de un proceso complejo orientado al empoderamiento y el acceso a derechos. El TC sigue ligado a la idea de participacin en su sentido de transformacin. Tambin en un modo de constante redefinicin, aprendizaje, que resalta en estos tiempos el involucramiento o reflexividad de nuestro propio hacer, nuestra propia voz. En un marco o contexto de produccin que impacta subjetivamente: como facilitadores u obstaculizadores en dimensiones contextuales-comunitarias, de equipo o institucionales.
Situado predominantemente en el campo de la salud; la especificidad en el TC es definida por los Òtipos de abordajeÓ. Se afirma la relacin e importancia entre TC y polticas publicas as como tambin su distancia. Se identifican cambios en el TC. Hoy los equipos afirman que cada vez se hace menos trabajo comunitario.
Se observa un campo en tensin, contradictorio y en donde coexisten perspectivas, lecturas, posiciones, hasta opuestas. Asimismo, se evidencia una grieta en lo que Òdebera serÓ y lo que sucede en las prcticas concretas. Lo anterior, se observa en
distintos aspectos: la idea de transformacin13, la especificidad del TC, perfil del TC, lecturas sobre participacin, polticas pblicas, la pobreza, impactos del contexto, la presencia de lo comunitario, entre otros. Encontramos diferencias segn los actores y diferencias al interior de los mismos. Por ejemplo sobre la participacin coexiste la afirmacin de una disminucin de la participacin junto con una mayor participacin en clave de derechos; respecto de la pobreza convive la lectura de un agravamiento de la misma o su mejoramiento a travs las polticas pblicas que contempla a las comunidades; acerca de lo comunitario, junto a la tendencia ms homognea que considera que se realiza menos TC o que se dice que se hace y en realidad es otra cosa lo que se realiza, se plantean afirmaciones que hay ms gente con un Òinters genuino en lo comunitarioÓ. Se observa tambin un cambio en el compromiso en el TC y con las comunidades, menor dedicacin al TC y menor tiempo en los territorios.
Se observan desplazamientos de lo comunitario-organizativo a lo institucional, desde la centralidad del TC a su disminucin y de la especificidad del TC situada en los sectores poblacionales a los tipos de abordajes.
Ante la presencia de obstculos tanto a nivel institucional (polticas y lineamientos, condiciones de trabajo), en las comunidades (problemticas emergentes, dinmicas y relaciones entre distintos agentes externos e internos) como en la formacin en TC; se hace necesario que las polticas y lineamientos institucionales se traduzcan en una lectura informada sobre el TC y la situacin de las comunidades. Que avancen en una planificacin y distribucin de recursos adecuados, en un reconocimiento de la especificidad del TC; en asumir la importancia tanto de la formacin como de las condiciones de trabajo del equipo. Esto se vuelve condicin necesaria para el desarrollo del TC y la confianza poltica-institucional de los equipos y de las comunidades.
En condiciones adversas de las comunidades continua vigente reflexionar sobre el lugar de la participacin para el TC y es un desafo pensar-hacer una participacin real (Plaza, Daz, & Barrault, 2011) en tensin con formas ms despolitizadas y formalizadas (Montenegro, Rodrguez, & Pujol, 2014). En efecto, en estos mltiples sentidos identificados, conviven aspectos ligados a la radicalidad transformadora y por lo tanto poltica de la participacin, con la idea de que participar es expresar la propia voz. En ese sentido coincidimos con Montenegro y otros, (2014) cuando sostienen que en los Òprogramas de intervencin social, donde la participacin est siendo traducida por Òexpresin de puntos de vistaÓ o Òrecibir contraprestaciones a cambio de valorar positivamente y adherir a cierta poltica pblicaÓ (p. 36) se ve debilitado el carcter poltico de participar para constituir una herramienta de gestin de lo social. La versin ms instrumental y la concepcin de la participacin como entrenamiento, abren interrogantes sobre los mltiples usos del trmino participacin, de su utilizacin pragmtica, del vaciamiento de su sentido poltico.
Segn lo ya expresado, la categora lo construido en comn se relaciona fuertemente con la categora participacin a la que se alude como ÒefectivaÓ y ÒrealÓ. Podemos decir que el sentido dado a la participacin y ligado a lo construido en comn, remite a las transformaciones que se producen en los sujetos en condiciones adversas. El encuentro con otros marca, modifica, afecta. Se puede hablar de un proceso de subjetivacin en trminos de Rancire (1996) para quien ÒLa poltica es un asunto de sujetos. O ms bien de modos de subjetivacinÓ (p. 52).
Representa una ruptura del orden social instituido, una desorganizacin de los lugares, una puesta en cuestin de la jerarqua que ese orden social lleva en s. Si bien en la obra de Rancire la poltica slo tendra lugar en situaciones excepcionales de ruptura de lo dado, encontramos en su concepcin de sujeto, en tanto que sujeto poltico una herramienta conceptual pertinente para comprender aquello que los equipos mencionan como la posibilidad de recuperar la voz de los sujetos, el poder de la gente o la posibilidad de ser escuchados, de transformar el mundo en que habitan, la potencia de lo que se hace con otros.
Lo construido en comn aparece en el espacio de la necesaria existencia Ðen tanto aprendizaje- de la propia voz, no de la lucha, accin o del reconocimiento de lo explcitamente poltico. A la vez en la exigencia de la permanencia, duracin en condiciones desanimantes. En una relacin imbricada con el propio sostenimiento colectivo de esta construccin.
Podramos, adems, preguntarnos Àcmo es esta construccin en el espacio pblico en contextos de ÒfragmentacinÓ y dispersin donde persiste el deseo por lo comn? ÀQu hace que a pesar de todo se sostenga una afirmacin de la necesidad del TC, de la presencia irremplazable de otro/as para hacer TC?
ÀQu supone la vigencia de la idea de participacin? ÀQu implica que aunque aparezcan formas vaciadas de su sentido poltico, y en los sentidos presentes, instrumentales, insiste la idea de participacin ligado al sentido de transformacin?
Referencias
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Formato de citacin
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Notas
1 Podemos sealar: prdida de confianza en lo pblico; dificultad en la idea de un cambio posible; sentimiento de desolacin, desesperanza, impotencia y falta de libertad; descalificacin social; los problemas anclados en necesidades comunes y de sobrevivencia; condiciones precarias de existencia Òvidas precarizadasÓ; y vulnerabilidad poltica asociada a una subjetividad debilitada (Plaza, Daz, Barrault, 2008).
2 Antecedente directo de esta investigacin, es la realizada en los aos 1998-2000 ÒCaractersticas del Trabajo Comunitario en la ciudad de CrdobaÓ, subsidiado por la Secretara de Ciencia y Tcnica de la Universidad Nacional de Crdoba (Alderete, A., Plaza, S., Rodrigou, M., Daz, I., Barrault, O., Vazquez, V., Tello, M. 2000). Ambos estudios, comparten objetivos y mtodos de tratamiento de los datos. Se realiz una actualizacin del marco referencial y ajustes del instrumento.
3 Sobre instrumentos que den cuenta de la complejidad de prcticas comunitarias, es interesante la construccin de un Òindice de prcticas comunitariasÓ propuesta por Berroeta Torres, Fuad Hativbovic Diaz, Asun Salazar (2012).
4 En 1998 fue una muestra censal: haba 56 CS municipales, 9 EAC , 8 ctedras y 6 ONG (con ms de 10 aos). Se realizaron entrevistas a las coordinaciones de equipos y a miembros del equipo base. Al no encontrar diferencias significativas en las mismas se desestim ese criterio para esta ocasin. En esta aplicacin se consult a los mismos equipos que en la muestra 98, entrevistando a quienes actualmente refirieron hacer TC. En 2012 existan 98 Centros de salud (23 con psiclogos), 13 EAC y 6 ONG (se aplic igual criterio de antigedad). Resuelta la muestra de 1998, se ampli a otros equipos de EAC y municipalidad no censados en esa ocasin, encontrando una respuesta de no trabajo comunitario. Habra un margen de 2 o 3 equipos que no llegamos a entrevistar por distintas razones.
5 De los tems referidos: la definicin e importancia del TC, la finalidad ltima del TC, los cambios en el TC, lo que motiva y desanima, la importancia del TC en la Polticas Pblicas y los obstculos en el TC son preguntas abiertas. La frase que representa al TC comunitario hoy y lo propio del TC, son preguntas de respuestas cerradas.
6 Entendemos a las Polticas Pblicas como un campo heterogneo, es importante prestar atencin a las prcticas y discursos all coexisten.
7 Se consult a los equipos acerca de la frase que mejor representa su situacin actual, ofrecindoles nueve opciones. Las cuatro primeras elegidas por los equipos son: cada vez se hace menos trabajo comunitario, cada uno hace lo que puede, muchos dicen que hacen trabajo comunitario cuando no lo hace y realizamos actividades que incluimos como trabajo comunitario cuando no lo son.
8 En el estudio anterior, los Òsectores poblacionalesÓ eran lo definitorio de la especificidad en el trabajo comunitario (hoy ocupan el segundo lugar).
9 La interdisciplina (ventajas y desventajas) y otras modalidades adecuadas para el TC fueron indagadas a travs de tems especficos. Segn los equipos, la interdisciplina ya no es la nica condicin para el TC, se incluyen Òotros saberesÓ, aparece la intersectorialidad, el trabajo en red, la participacin de referentes de la comunidad y otras organizaciones.
10 Este obstculo surge del tem que indago los criterios para articular o no articular con otros.
11 Este apartado recupera discusiones abordadas en el texto de Plaza, Chena, Muro, Barrault y Daz ÒTrabajo comunitario: modalidades y mbitos de intervencin en tensin con la participacinÓ presentado en el I Congreso Nacional de Psicologa, San Luis, Mayo de 2015.
12 La categora Òlo construido en comnÓ fue incorporada por primera vez en el marco del presente proyecto. Fue acompaada por una tarjeta con una definicin sobre ella, que deca: ÒLo construido en comn alude a un proceso de encuentro colectivo, a una experiencia, a una afirmacin de la horizontalidad-igualdad. Un trabajo de tramitacin de diferencias y construccin de nuevos sentidos, relaciones, espacios y territorios.Ó.
Fue indagada a travs de tres preguntas referidas a: 1) Lo destacable/llamativo de lo que se hace-construye en comn con la gente, 2) Lo ms difcil de hacer-construir en comn con la gente, 3) Lo que le aporta a usted hacer-construir con la gente. Cabe sealar, ningn actor nombra o enuncia Òlo construido en comnÓ como una categora utilizada por los equipos.
13 Otros autores como Rodrguez (2007) plantean la tensin entre abordajes comunitarios restringidos y concepciones transformadoras.
Habitar lo comunitario: vivencias desde de una poltica pblica de cuidados
The community's dwelling: experiences from a careÕs public policy
Mara Vernica Blanco
Autor referente: mblanco@psico.edu.uy
Universidad de la Repblica
Historia editorial
Recibido: 14/05/2015
Aceptado: 04/08/2015
RESUMEN
Este trabajo presenta resultados de una investigacin sobre los habitares que se construyen en un residencial que articula el sector salud con el sector social en una incipiente poltica pblica de cuidados. En estos espacios conviven transitoriamente sujetos en situacin de vulnerabilidad, junto a cooperativas de trabajadores y a equipos tcnicos. Nos interesamos por la vivencia de los residentes, a partir de los vnculos que se construyen es esta experiencia y los sentidos otorgados a los mismos. Reflexionaremos sobre aportes y tensiones que algunas nociones clave en Psicologa Social Comunitaria genera en este escenario de poltica pblica intersectorial, en especial a lo que refiere al agenciamiento poltico de los sujetos: su poder autnomo y transformador de las condiciones de existencia.
Palabras clave: Habitar colectivo; Inclusin social; Dispositivo residencial
ABSTRACT
This paper presents results of an investigation about the dwelling are constructed in a residential which articulates the health sector and the social sector, at an incipient careÕs public policy. In these spaces coexisting temporarily: subjects in a vulnerability situation, along a cooperatives workers and a Òtechnical teamÓ. We are interested by residents experience on this center, the constructed relationships and the meaning given to them. Will reflect about the contributions and tensions of main notions of Community Social Psychology in this scenario, of a inter-sectorial public policy, especially the policy agency of subjects: autonomy and transformative power from the conditions of existence.
Keywords: Collective dwelling; Cocial inclusion; residential dispositif
Introduccin
Presentamos resultados de una investigacin sobre los habitares que se construyen en un Centro Residencial de Cuidados para adultos, con objetivos de inclusin social, a partir de la voz de sus residentes. Nos introducimos en un Centro de Recuperacin que surge de la coordinacin de polticas de salud pblica con polticas sociales y que brinda cuidados en salud a poblacin adulta que se considera en situacin de vulnerabilidad, por lo que se conjugan objetivos de cuidados con objetivos de inclusin social. Realizamos un estudio cualitativo, exploratorio y descriptivo, aproximndonos al habitar y su vinculacin con los procesos de inclusin social en estos espacios residenciales. Mediante observacin participante y entrevistas en profundidad a algunos residentes nos interesamos por los sentidos vinculados al habitar en este Centro de Recuperacin.
En este artculo presentamos una de las lneas de discusin que se desprende de los resultados de la investigacin: la que refiere al dispositivo residencial. Nuestro objetivo es exponer los aportes de la Psicologa Social Comunitaria a esta discusin. Comenzamos detallando las caractersticas del Centro donde realizamos el estudio y sealando algunos aspectos metodolgicos, como forma de situarnos en el campo y nuestra posicin para abordarlo. A continuacin enunciamos aportes conceptuales claves, como ejes para el anlisis, en el problema de investigacin: las producciones de la Psicologa Social Comunitaria vinculadas a las Polticas Pblicas y de la Salud Comunitaria sobre las polticas en salud, as como tambin los sentidos asociados a la nocin de exclusin que operan en las polticas sociales. En nuestro medio, las polticas de cuidados constituyen un nuevo espacio intersectorial, por lo que desarrollamos un anlisis de algunas de sus particularidades, en espacial las que operan en el dispositivo del Centro. Finalmente, las ltimas dos secciones discuten los resultados en la dimensin comunitaria del habitar, aludiendo al dispositivo residencial y a los procesos colectivos, concluyendo en la propuesta de un habitar comunitario como potencia transformadora de vivencias de aislamiento y sufrimiento.
Notas contextuales y metodolgicas
El Centro donde se realiz el estudio surge de un convenio interinstitucional entre el Ministerio de Desarrollo Social (MIDES) y la Administracin de Servicios de Salud del Estado (ASSE) para brindar cuidados en salud a personas en situacin de vulnerabilidad que requieren de un proceso de recuperacin. En este Centro residen temporalmente alrededor de 50 personas que transitan por situaciones que constituyen vulnerabilidades asociadas a situaciones econmicas, relacionales y polticas, que entran en crisis ante afecciones orgnicas que generan una discapacidad transitoria o permanente. El dispositivo no prev una estada promedio, procura una recuperacin total o parcial de la afeccin orgnica que desencaden el ingreso, por ello, el egreso se efecta una vez se alcance cierto nivel de autonoma. El perfil se define por personas adultas, de ambos sexos, que se encuentran en situacin de vulnerabilidad social, con indicacin mdica de reposo o cuidados en salud. No contamos con datos estadsticos de la poblacin atendida en este Centro pues no se ha sistematizado la informacin y solo existen registros parciales, sin embargo, al momento de nuestra investigacin, encontramos adultos que ingresan al Centro tras haber sufrido una intervencin quirrgica importante (como ser por una fractura de cadera o por un aneurisma), que viven solos y que no cuentan con recursos (econmicos o relacionales) para desarrollar las actividades de la vida diaria, por lo que no pueden volver a su domicilio hasta que recuperen cierto nivel de autonoma. Tambin encontramos personas en situacin de calle que cursan un proceso infeccioso, lo que requiere la permanencia en un entorno cuidado, con fcil acceso a tratamiento medicamentoso y curaciones; y adultos mayores que instalan una situacin de dependencia y que requieren apoyo para desarrollarse en la vida cotidiana.
Este Centro de Recuperacin cuenta con un predio de grandes dimensiones, se compone de una extensa construccin con elementos que permiten la movilidad a sus residentes como rampas y barandas. Cuenta con un amplio comedor, un gran hall vidriado de recepcin, dos salas de estar y una biblioteca rodeados por un verde jardn. Las salas de estar tienen sillones, tres grandes televisores con seal por cable, y una sala cuenta adems con aparatos Ðcaminadores- y una barra para realizar ejercicio fsico. El edificio tiene un amplio jardn central, rodeado en forma de U por alas con habitaciones a ambos lados y salas de estar al centro, con ventanales al jardn. Las habitaciones son pequeas y muchas cuentan con bao privado, todas tienen ventanas y algunas tienen balcn. En ellas se alojan entre una y tres personas por habitacin.
Se estima que trabajan en el Centro casi un centenar de personas muchas de ellas organizadas en forma de cooperativas. Encontramos cooperativas de Acompaantes, de Limpieza y Jardinera, de Lavandera, de Mantenimiento y de Cocina, el Equipo Tcnico que se compone de un par de mdicas, varias enfermeras, dos psiclogas y tres trabajadoras sociales, es contratado por una Organizacin de la Sociedad Civil, el servicio de portera y vigilancia lo brinda una empresa privada.
La Casa se organiza en tres turnos: maana, tarde y noche; cada turno con personal de todas las reas, salvo en la noche en que slo permanece el servicio de acompaante y portera-vigilancia. Los fines de semana merma la actividad del equipo tcnico permaneciendo solo una guardia.
La muestra para nuestro estudio se constituy en diez residentes de este Centro de Recuperacin que voluntariamente se interesaron en participar en una entrevista en profundidad. Los entrevistados ingresaron al Centro con variadas situaciones de salud (procesos infecciosos en cuatro de ellos, fracturas en tres de los entrevistados, recuperacin post operacin neurolgica, instalacin de enfermedades del sistema inmunolgico y neurolgico respectivamente en los otros entrevistados), tienen entre 34 y 64 aos, tres mujeres y siete hombres, y han residido en el Centro entre tres meses y un ao. Se realizaron entrevistas y observaciones en un periodo de diez meses consecutivos. En las entrevistas, la pauta general refera a cuatro grandes lneas sobre: las causas del ingreso al centro, el cmo es vivir all, los vnculos establecidos y su percepcin acerca de stos, y las perspectivas a futuro. Para las observaciones se atendi la utilizacin de los espacios, los agrupamientos y las interrelaciones en general.
Una vez procesado el material surgido en las observaciones y en las entrevistas, se convoc a los entrevistados y a otros residentes interesados, a una instancia de reflexin grupal sobre los resultados preliminares. Esta instancia, a modo de triangulacin, aport a la validez ecolgica del estudio y fue sustancial a la hora de cotejar categoras primarias de investigacin y profundizar en alguna de ellas, as como la emergencia de nuevas categoras.
Los resultados, en base a las prcticas discursivas (Spink, 2010a), contienen tres dimensiones: la dimensin social e histrica, la dimensin que refiere al dispositivo y lo que ste habilita, y la dimensin del acontecimiento desde las relaciones cotidianas. En este artculo pondremos el foco en la dimensin del dispositivo, la que se encuentra estrechamente ligada a las otras dimensiones pero hace foco en la construccin poltica del espacio habitado, aquella que surge de la poltica pblica, tanto en el diseo como en su implementacin. De los resultados surge tambin que la experiencia del habitar colectivo, asociada a una intervencin social en un momento de crisis, implica un impacto relevante para las personas que re-significa algunos aspectos de su trayectoria vital a la vez que se genera nuevos procesos de subjetivacin.
EJES DE ANçLISIS
Las polticas pblicas y la psicologa social comunitaria
Hace ya algunos aos que las Polticas Pblicas representan un campo importante de accin de los psiclogos y especialmente de los psiclogos y psiclogas sociales. La Psicologa Social Comunitaria (PSC) ha desarrollado su cuerpo terico, conceptualizando su campo de accin, ampliando la mirada a los fenmenos sociales y colectivos, desarrollando tambin un amplio espectro metodolgico de intervencin en lo social.
Alfaro y Zambrano (2009) plantean:
[...] la Psicologa Comunitaria tiene un claro y ntido espacio de contribucin en las estrategias y tambin en el diseo de polticas sociales, en particular frente a las carencias en la integracin de componentes participativos y de valoracin de las dinmicas socio comunitarias (p. 281).
La PSC introduce la mirada en los procesos subjetivos involucrados, los discursos y las connotaciones simblicas que stos conllevan (Rodrguez, 2006), as como tambin las dimensiones afectivas y tico-polticas de las situaciones vitales de los sujetos de la poltica (Sawaia, 1999). Por su parte, la PSC aporta un importante componente poltico desde su concepcin misma por su carcter participativo y transformador, Montero (2004) se refiere a la dimensin poltica de la Psicologa Social Comunitaria en cuanto:
Atae al carcter y la finalidad del conocimiento producido, as como a su mbito de aplicacin y efectos sociales, esto es, al carcter poltico de la accin comunitaria y a la posibilidad que toda persona tiene de expresarse y hacer or su voz en el espacio pblico (p. 139).
Montero (2004) tambin plantea el aporte de la PSC en la diferenciacin de dos modelos polticos: uno de corte paternalista, donde las polticas del Estado se definen de arriba hacia abajo, determinando el Estado las prioridades y necesidades de implementacin de determinadas polticas para las comunidades; y otro participativo, donde son las comunidades las que definen sus prioridades, necesidades y formas de accin. La PSC se define, pues, por el rol activo de la comunidad, la participacin de sta como agente activo, con Òvoz, voto y vetoÓ (Montero, 2004, p. 31). Esta caracterstica fundamental marca la diferencia de polticas e intervenciones puramente asistencialistas con las comunitarias.
En la misma lnea, pensando las polticas en salud, la Salud Comunitaria representa un paradigma en Salud Pblica que incorpora el paradigma de la Psicologa Social Comunitaria. La misma se basa en la gestin de la Salud Positiva (Saforcada, De Lellis, & Mozobancyk, 2010), un enfoque salubrista para la salud pblica, donde sta representa un campo de gran relevancia en cuanto a la vulnerabilidad econmico, poltica y sociocultural de un pas (Saforcada, 2011). Es un modelo centrado en la salud, en lugar de en la enfermedad. En este sentido, el accionar colectivo y comunitario, as como la educacin, son factores sumamente importantes. Del mismo modo, este cambio de paradigma implica cambios en la formacin de los profesionales de la salud. Todava la formacin profesional se centra en la enfermedad, es de carcter individual, fragmentada y minimiza los factores sociales (De Lellis, 2010). El mercado de la enfermedad, con la sobre especializacin ha acarreado ms dificultades que soluciones:
Necesitamos despatologizar la medicina, la odontologa y la psicologa para poder desarrollar un paradigma centrado en una comprensin holstica y sistmica del proceso de salud, necesitamos que se imponga un paradigma que lleve a gestionar salud positiva dado que seguir gestionando fundamentalmente enfermedad nos hace, por un lado, ms vulnerables y, por otro, nos genera ms enfermedad que la que se producira naturalmente. (Saforcada, 2011, p. 12)
En este sentido, las polticas pblicas en salud, requieren cada vez ms de los aportes de la Psicologa Social Comunitaria en la implementacin de un modelo de salud comunitario, participativo y promotor de salud. Desde la declaracin de Alma-Ata, en el ao 1978 (Organizacin Mundial de la Salud, 1978), las polticas en salud se han dirigido a la salud promocional, el problema se suscita en contextos de polticas neoliberales, donde se ha deformado el modelo preventivo, tornndose demasiado prescriptivo en cuanto a los estilos de vida, reforzando la responsabilidad individual en el mantenimiento de la salud y desdibujando el papel del Estado (Spink, 2010b). El derecho a la salud pasa a ser un deber de mantener la salud, donde se pierden las condicionantes culturales, sociales y econmicas singulares, en una supuesta homogenizacin de las condiciones de vida. En este sentido, la perspectiva de la PSC introduce la complejidad que configuran los territorios socioculturales ms diversos, la participacin garantiza esto, el paradigma de la Salud Comunitaria refiere el trabajo en conjunto de la poblacin con los tcnicos, pensando a los profesionales de la salud como colaboradores de la poblacin en la determinacin de problemas y soluciones.
La nocin de exclusin en las polticas sociales
Reconocemos que el concepto de exclusin social exige una profunda problematizacin, sobre todo por su amplia utilizacin en las polticas pblicas, lo que impacta fuertemente en los imaginarios. No pretendemos conceptualizar la nocin, sino atender su presencia en las polticas pblicas. Entendemos que su uso indiscriminado no ha contribuido a generar soluciones a los problemas que representa, sino que muchas veces ha enmascarado situaciones de inclusin marginal, simulando un ÒafueraÓ pasivo e inoperante, como condicin individual y no como proceso poltico, econmico y relacional (Franco Leal, 2008). Por otra parte, sita el problema en los Òsujetos excluidosÓ promoviendo intervenciones sobre stos para generar inclusin, generalmente en la lnea de reactivacin del empleo, en lugar de proponer un cambio social que posibilite la participacin en sus distintas modalidades.
El modelo neoliberal ha dejado huellas en las polticas sociales, donde stas se han focalizado en los sectores pobres y han debilitado el acceso de los sectores medios a los servicios pblicos. De esta forma desde las ltimas dcadas del siglo XX, han adquirido relevancia las prestaciones privadas en lo que antes eran servicios pblicos universales como la educacin, la salud y la seguridad social, lo que ha conducido a la mercantilizacin de los mismos.
Estas polticas focalizadas implican una discriminacin positiva que reactivan una lgica asistencial donde la incapacidad y las dificultades constituyen identidades deterioradas que naturalizan y consolidan las desigualdades sociales.
En este sentido çlvarez Leguizamn (2008) se refiere a las focopolticas como las nuevas formas de gubernamentalidad neoliberal, como una forma de biopoltica, que bajo la consigna del desarrollo humano colocan a sectores de la poblacin en condiciones mnimas bsicas para la vida.
El pensar en los sujetos de la poltica implica considerar las nominaciones, el lugar simblico que lo constituye socialmente (Rodrguez, Rossi, Pierri, Rodrguez, Castro, & Da Silva, 2012; Sandominsky, 2010). En este sentido, las condiciones que habilitan la participacin de un sujeto dependen de su insercin semitica y material en un contexto portador de sentidos y prcticas que lo determinan en algunos niveles, entonces, la participacin resulta paradojal ya que, al identificar a los sujetos como ÒexcluidosÓ, se los coloca en un lugar de ajenidad para intervenir en acciones polticas. Plaza (2012) plantea sobre este punto lo que denomina signos de poca donde se refieren a la prdida de confianza en lo pblico, la vulnerabilidad poltica asociada a una subjetividad debilitada, as como a condiciones precarias de existencia asociadas a procesos de desafiliacin social que obturan la accin poltica.
Los principales modelos en polticas de inclusin social se sustentan en una perspectiva burocrtica -donde se brinda un servicio social- o en un modelo profesionalista Ðbasada en la relacin del tcnico profesional con el usuario- (Bonet i Marti, 2006). Estas polticas tienden a relegar la accin comunitaria, no considerando la red social y la dimensin relacional asociada a la exclusin. Basndose en un modelo tradicional, focalizan la intervencin en la insercin laboral como nica va de superacin de la situacin de exclusin. La estrategia es individual o reducida al mbito familiar lo que no genera transformaciones en un nivel relacional ms amplio.
Una buena parte de la intervencin dirigida a los excluidos se ha orientado a modificar estos rasgos individuales, entrenar las habilidades personales, disciplinar, socializar o modificar pautas de comportamiento. Otra parte, se ha dedicado a la bsqueda, creacin o adaptacin de nichos de empleo adecuados para personas en situaciones de exclusin social. (Arriba Gonzlez, 2002, p. 18)
Este aspecto se ha evidenciado en la investigacin que llevamos adelante, donde el abordaje tcnico es percibido por los residentes del Centro con un alto grado de burocratizacin en un modelo de atencin protocolizado.
En este sentido es necesario revisar el carcter restrictivo o transformador de la poltica social (Rodrguez, 2007) en las estrategias de intervencin que se plantea, donde muchas veces el foco se centra en la satisfaccin de necesidades con polticas compensatorias y estigmatizantes que reproducen las relaciones de poder y ofician de control social. De all la importancia de la reflexin sobre la estrategia y la importancia de los efectores de las polticas implementadas, valorando el tipo de vnculo que se genere. En este sentido la PSC aporta elementos para pensar sobre el asistencialismo en las polticas pblicas, la incorporacin de las redes sociales y comunitarias, el papel de la participacin ciudadana en las mismas y del Estado en la construccin de ciudadana. Pensamos a las polticas sociales como una construccin social donde se negocian enfoques, teoras y modelos, lo que conduce a reflexionar sobre los contextos y formas de diseo e implementacin adems de sus implicancias conceptuales (Alfaro, 2012).
Las polticas de cuidados en la trama intersectorial
A mediados del ao 2007, en Uruguay comenz a implementarse un Programa de Casas Asistidas, una poltica pblica a cargo de la Direccin Nacional de Asistencia Crtica e Inclusin Social del Ministerio de Desarrollo Social (MIDES) en coordinacin con la Administracin de Servicios de Salud del Estado (ASSE). El diseo articula polticas de salud pblica con polticas de inclusin social. En este programa se abrieron inicialmente tres Casas Asistidas, dos de ellas alojan entre 8 y 12 personas con trastornos mentales severos egresadas del Hospital Psiquitrico Vilardeb. La otra Casa Asistida, que comenz a funcionar a mediados del ao 2008, consiste en un Centro de grandes dimensiones Ðcon capacidad para 50 personas aproximadamente-, que surge de un convenio entre varias organizaciones sociales y estatales, con la misin de alojar transitoriamente a personas con alta hospitalaria de los servicios pblicos de salud, que al momento de sta necesitan un perodo de recuperacin o cuidados especiales por un tiempo acotado y no cuentan con soporte familiar y social para la adecuada rehabilitacin.
En un principio se pens que el Centro oficie como un espacio sustituto de los hogares de las personas, por lo que se incluy dentro del Programa de Casas Asistidas. A partir de diversas reestructuras institucionales, en el ao 2011 el Programa de Casas Asistidas se ubica dentro del çrea Salud del Programa de Atencin a Personas en Situacin de Calle (PASC) y la Casa Asistida de mayores dimensiones pas a denominarse Centro de Recuperacin, focalizando en esto sus objetivos y discriminndose de las otras dos Casas Asistidas que implican una estada ms prolongada, asociadas a la elaboracin de estrategias de inclusin de personas con trastornos mentales severos, que implican la reconstruccin de vnculos familiares y la insercin laboral, as como el sostn de estas estrategias para concretar otras soluciones habitacionales.
La Psicologa Social Comunitaria y el paradigma de la Salud Comunitaria proponen elementos sustantivos para pensar las polticas pblicas que ataen a los procesos sociales y de la salud. La integralidad en estas polticas parece un desafo pues el pensarlas desde sectores determina a prioi una lgica fragmentada que separa aquello que se nos presenta unido. En este sentido, el Centro de Recuperacin tal como se ha estructurado es un claro ejemplo de la sectorizacin de las polticas pblicas que interviene desde el sector salud (ASSE) y desde el sector social (MIDES) intentando trabajar coordinadamente. Puede resultar difcil pensar en la gestin de la salud positiva (Saforcada et al., 2010) desde un Centro de Recuperacin, pues lo que signa este tipo de centro es la prdida de la salud en algn sentido. Superar una visin individual y fragmentada que minimiza los factores sociales (De Lellis, 2010) se hace sumamente necesario a la hora de pensar e intervenir en procesos de recuperacin integral. En este sentido, hemos analizado cmo el modelo mdico tradicional es dominante, con una lgica fragmentada desde el propio diseo de la poltica, lo que hace prcticamente inevitable que esto se reproduzca en las propias prcticas del Centro, como ser las referencias por reas de actuacin (salud Ð social).
Esta delimitacin, que tiene una dimensin poltica y que tambin es operacional, obtura una visin integral del problema en cuestin, lo que emerge claramente en las situaciones aqu abordadas. Por su parte, los sectores portan modelos epistemolgicos bien diferentes, que implican metodologas y tcnicas que se superponen a destiempo, muchas veces invalidando unas a otras, por lo que los procesos de intervencin no siempre son congruentes. Una participante en la instancia grupal expresaba esta contradiccin:
ÒYo, por ejemplo, estoy ac, si me dan el alta no tengo para el boleto, no tengo entrada, no tengo pase libre, no tengo pensin, como yo les digo: me engordaron, si, pero si yo no salgo con algo, a los tres meses estoy de vuelta,...Ó P1 Ð Grupal
Los procesos biolgicos implican determinados tiempos y los sociales otros. Al obviar estas diferencias se reproduce cierta hegemona de las ciencias biomdicas sobre las ciencias sociales, propias de las nociones paradigmticas de la segunda mitad del SXX, donde las ciencias humanas y sociales se las considera ÒinmadurasÓ o ÒblandasÓ en relacin a las ciencias bsicas o ÒdurasÓ, al no encajar en la lgica positivista dominante. Actualmente, las ciencias humanas y sociales, lejos de ÒparadigmatizarseÓ Ðo sea: adoptar mtodos de las ciencias duras-, se han desarrollado sustancialmente, generando mecanismos acordes a los fenmenos que estudia en la produccin de conocimiento cientfico. Estos aspectos se conjugan operando en todos los niveles de accin de una poltica pblica intersectorial.
Habitar lo comunitario en un dispositivo residencial
Como sujeto social, la subjetividad no es individual, es una produccin colectiva, surge del entramado relacional y su contexto social e histrico, es un pliegue del afuera que conforma un adentro (Deleuze, 1989). Nuestra subjetividad producto y productora de nuestro habitar, en su devenir cotidiano, muchas veces vuelve invisible la preponderancia de su lazo social. En un mundo atomizado, donde las personas suelen pensarse como individuos aislados y no como integrantes de redes de interacciones (Najmanovich, 2002), los lazos vitales del habitar aparecen debilitados, sin poder de accin, sin capacidad de afectar, sin posibilidad de generar vnculo. Paradjicamente, deja al sujeto en un lugar pasivo, donde ya no habita sino simplemente ocupa el espacio (Lewkowicz, Cantarelli, & Grupo Doce, 2003).
Cuando la categora de lo comn aparece vaciada de sentido o expropiada (Pal Pelbart, 2008) por contenidos de aislamiento, de miedo a los otros, acompaada de la banalizacin de los lazos afectivos, los espacios pblicos sufren un efecto de des-habitacin, pierden su cualidad de lugares y se tornan pasajes, materialidades puramente utilitarias, des-afectadas de los sentidos vitales. De all que los espacios pblicos aparecen desestimados, espacios de nadie, abandonados o utilizados como depsitos espaciales (çlvarez Pedrosian, 2010).
La psicologa social rioplatense y comunitaria nos aporta en la compresin del habitar en su dimensin simblica y relacional. Los vnculos, el lazo social desde lo compartido, los sentidos comunes y la dimensin poltica del sujeto desde su accin, construyen subjetividades, se expresan en habitares. La vida cotidiana contiene los elementos constitutivos de esto, los usos y sentidos compartidos, a los que estamos habituados, el sentido comn, tan natural e incuestionado que construye automatismos tambin implica mecanismos reproductivos que aplastan el sentido vital, sofocan la creatividad y obturan la posibilidad de transformacin. La psicologa social como crtica a la vida cotidiana y la psicologa comunitaria desde un paradigma de la transformacin crtica, contienen herramientas conceptuales capaces de abrir brechas en territorios aprensivos.
Al estudiar el habitar en este Centro residencial, pensamos en un habitar que es siempre colectivo y que incluye lo poltico como accin que incide directamente en el potencial creativo y transformador.
Habitar lo comunitario -que integra la dimensin poltica- se torna necesario para generar procesos creativos, en la posibilidad de una accin transformadora donde los sentidos se materializan en las construcciones de los espacios colectivos, construcciones materiales y virtuales, para cargarlos de sentidos compartidos, hacer historia, crear lazos. De esta forma valoramos la participacin, la desnaturalizacin y la reflexin crtica como herramientas intersubjetivas capaces de generar estas transformaciones, habilitando una adaptacin activa, un movimiento vital hacia el habitar (çlvarez Pedrosian & Blanco Latierro, 2013). En este sentido, el dispositivo se ha constituido en un factor clave en los habitares que se construyen en el Centro Residencial.
La nocin de dispositivo introducida por Foucault (1976) fue desarrollada por varios pensadores y muy utilizada en ciencias sociales. Nosotros nos aproximamos a los desarrollos que al respecto hacen Deleuze (1990) y Agamben (2011) para problematizar esta nocin y utilizarla como herramienta conceptual en el estudio de los habitares que se construyen en el Centro residencial que nos convoca.
En este sentido, Deleuze (1990) destaca que los dispositivos son mquinas para poder ver y para poder hablar. Se refiere a curvas de visibilizacin y de enunciacin. Tambin refiere a lneas de fuerza, tangenciales, que involucran la dimensin del poder y del saber, que pueden implicar lneas de subjetivacin, siendo stas ltimas un camino novedoso, creativo y autnomo en relacin a las dems lneas. Se distingue de esta forma lo nuevo, que es lo actual.
La novedad de unos dispositivos respecto de los anteriores es lo que llamamos su actualidad, nuestra actualidad. Lo nuevo es lo actual. Lo actual no es lo que somos sino que es ms bien lo que venimos siendo, lo que llegamos a ser, es decir, lo otro, nuestra diferente evolucin. En todo dispositivo hay que distinguir los que somos (lo que ya no somos) y lo que estamos siendo: la parte de la historia y la parte de lo actual. La historia es el archivo, la configuracin de lo que somos y dejamos de ser, en tanto que lo actual es el esbozo de lo que vamos siendo. De modo que la historia o el archivo es lo que nos separa de nosotros mismos, en tanto que lo actual es eso otro con lo cual ya coincidimos. (Deleuze, 1990, p. 159-160)
De esta forma, las lneas de los dispositivos pueden catalogarse en dos grandes grupos, uno referente a lo tradicional e histrico: las lneas de sedimentacin o estratificacin, y otro referente a lo actual y novedoso: las lneas de creatividad.
Para pensar el dispositivo referente a la organizacin del Centro tomamos adems los aportes de Agamben (2011) en alusin a una forma de gobierno, considerando las cuestiones administrativas que el dispositivo implica. El nfasis est puesto en lo que produce, ms que en lo que es. En este sentido, Agamben va a referirse a una actualidad en lo que producen los dispositivos como procesos de desubjetivcin. Aludiendo a dispositivos en la era capitalista, post-industrial donde la produccin refiere a sujetos pasivos, en una especie de hiper-adaptacin que no deja lugar a un sujeto ÒrealÓ.
Como consecuencia de ello, surgen el eclipse de la poltica que suponen los sujetos y las identidades reales (el movimiento obrero, la burguesa, etctera) y el triunfo de la economa, es decir, de una pura actividad de gobierno que no persigue otra cosa que su propia reproduccin. (Agamben, 2011, p. 262)
En el estudio de los habitares que se construyen en este Centro residencial notamos que la disposicin del Centro organiza y controla varios aspectos de la vida diaria de sus residentes, de forma similar a lo que Goffman (2001) llam Institucin Total. En este sentido, como establecimiento social donde se reside y se trabaja permanentemente, donde algunos residentes estn encerrados o se debe solicitar permiso especial para salir, y donde hay rutinas diarias administradas formalmente, el Centro adopta caractersticas propias de una Institucin Total generando fuertes procesos subjetivantes, en la llamada carrera moral (Goffman, 2001).
En este sentido, podemos identificar lneas de sedimentacin basadas en un modelo organizacional tradicional, inspirado en la lgica hospitalaria Ðel uso de uniformes diferenciados por tareas, la organizacin en turnos, una estructura de poder piramidal-, lo que contempla tambin un dilogo sostenido con otras clsicas organizaciones estatales. Por otra parte, lo actual del dispositivo se apoya en el sector social, desde la atencin a personas en situacin de calle, al incluir la dimensin de la salud dentro del llamado Sistema de Refugios, en una poltica de inclusin social. Tambin, hallamos diversas lneas de fuga, ya que el Centro acoge todo tipo de situaciones que requieren contencin habitacional y de cuidados, ms all del sistema pblico de salud, de las condiciones econmicas y de otros criterios que a priori se puedan establecer. A modo de una gran malla de proteccin social, las excepcionalidades son incluidas en este dispositivo en permanente transformacin, que ha sabido adaptarse Ðno sin dificultades- a diversas necesidades y emergencias sociales (por ejemplo el Centro ha acogido excepcionalmente a familias cuya vivienda fue incendiada o desplazadas por inundaciones y situaciones de violencia de gnero).
Tambin la micropoltica (Guattari, & Rolnik, 2006) que se despliega en el habitar colectivo contiene en potencia procesos creativos. Desde composiciones mltiples las personas se encuentran, se conocen y se conquista la confianza, se generan espacios de intimidad donde es posible crear. Estos pequeos espacios cotidianos contienen en potencia territorios existenciales que conectan con nuevas formas de relacionamiento, antes no experimentadas y que dan lugar a procesos inclusivos desde la superacin de miradas estigmatizantes.
ÒÉentonces cuando vinieron y me dijeron Òvamos a poner una cama acÓ (É) y la mujer tena una pinta de loca que se rajaba y yo dije <Áno! ÀLa loca?> y, me dijeron <no, no es loca>(É) Bueno, al final vino la loca, que la loca tiene algn tipo de demencia, (É) una encefalopata Ðme dijeron- (É) ac le pusieron como condicin <te quedas pero si dejs de fumar> (É) entonces cuando le vena la locura (yo) le daba charla, le daba caramelo y ah la llevaba a caminar, iba y vena, entonces con ella era con quien charlaba ms, porque es una mujer que no te digo que es culta, pero ella sabe escuchar mucho (É) entonces era la persona con la que ms hablaba.Ó Entrevista A
Si slo operan las lneas de sedimentacin del dispositivo, en este caso encontraremos un habitar institucionalizado, similar a la crcel o al hospital, como una Institucin Total. En el discurso de los entrevistados hallamos tambin un sentido Ðen apariencia novedoso- asociado a la Casa del Gran Hermano, que contiene las mismas lgicas propias de la sociedad de control, desde la figura de panptico, actualizada en la sociedad del espectculo, desde el entretenimiento como nico espacio para lo comn, donde el protagonismo se adopta desde la competencia que slo busca la permanencia ante la amenaza de la exclusin.
Ò(É.) hay mucha gente que no... que no s qu piensa de la vida, (É), que estn, no s, en la casa de Gran Hermano, Àentends? el equipo tcnico el confesionario, las cmaras que tens por el pasillo, por todos lados (risas) escuchme, cuando te dan el alta dicen <ests nominado> ÉÓ Entrevista J
CONCLUSIONES
Lo comunitario en la construccin de habitares colectivos
Considerando una poltica social con objetivos de inclusin, los aspectos naturalizados concernientes a la exclusin emergen como impensados, generalmente en la forma de estigmas que sitan a los sujetos en el lugar de asistidos, sujetos pasivos a los que hay que recuperar para re-insertar en la sociedad. Esto se produce con ms fuerza en una tendencia homogeneizante, propia de las Instituciones Totales, que instala prcticas de asistencia indiferenciada, tratando de igual modo a quienes necesitan asistencia bsica y a quienes no. De esa forma, se obtura las capacidades de los sujetos, quienes son considerados pasivos, ms all de su condicin. En este sentido, pensar el dispositivo residencial de manera diferente y distanciarlo de la lgica de las Instituciones Totales, puede aportar a generar procesos novedosos. Por su parte, adems de lo que propone el dispositivo, los sentidos simblicos de la exclusin social se encuentran en los propios sujetos involucrados, residentes y trabajadores en su conjunto, por lo que amerita ser desnaturalizado y problematizado, como va privilegiada para su transformacin. Estos son aportes sustanciales de la Psicologa Social Comunitaria en el abordaje de los procesos psicosociales (Montero, 2004). De esta forma, las figuras del loco, el hombre de la calle, el discapacitado o los viejitos Ð que han sido los ms discriminados en las entrevistas- ameritan un tratamiento colectivo, de reflexin e intercambio acerca de los sentidos implcitos en estas categoras, que rompa con modelos estereotipados y estigmatizados.
Ò Éno es nada malo, ac uno viene a recuperarse, as venga de refugio o de una casa, yo pienso que eso es una etiqueta que no se debera, porque por ejemplo sacarle la etiqueta, una de las cosas que a m me molesta por el lado de la discriminacin, que (É) digan <el diabtico> o sea <hay que llevarle la comida para el diabtico>, yo estoy esperando y ya me canso porque el diabtico tiene nombre y apellido, ya me cans (É) quieras o no, atrs de eso hay una discriminacin, inconscientemente lo es... ojo tambin me refera a la discriminacin por el tema del refugio.Ó Participante - Instancia Grupal
La dimensin poltica de la exclusin y los aportes que la PSC destacan los procesos participativos, sealan la importancia de los residentes en la toma de decisiones relativos a su habitar en el Centro. El habitar comunitario, que alude al empoderamiento de las dinmicas cotidianas, se encuentra silenciado, pues la participacin en instancias de toma de decisin en la vida cotidiana de los residentes es escasa o depende exclusivamente de las singularidades. El nico espacio colectivo promovido desde la organizacin y de referencia para los entrevistados, alude nicamente a la recreacin, en sintona con lgicas dominantes que nos remiten a la sociedad del espectculo. Sin embargo, la reflexin colectiva y la problematizacin de las condiciones de existencia, que inicialmente parece desafectado, cuando se propone como actividad encuentra una actitud crtica y propositiva, con buen nivel de participacin, lo que indica inters y capacidad de accin. Este es un aspecto a fortalecer como parte de los procesos inclusivos. En este sentido, la reflexin sobre los procedimientos y la gestin en el Centro se integran en esta micropoltica cotidiana.
El dispositivo ha adoptado una forma flexible, mostrando capacidad de adaptacin a las dinmicas sociales. Esto expresa una fortaleza, si bien se ha tensionado la calidad en la atencin por el creciente nmero de residentes en relacin al personal que se mantiene estable. Tambin la personalizacin en el vnculo entre operadores y usuarios (Rodrguez et al., 2012) ha habilitado, en algunos casos, la asuncin de estrategias acordes a cada situacin tendientes a la inclusin y la singularizacin de los procesos.
Si proyectamos lneas de fuga, el habitar en el Centro puede pensarse como una micro urbanidad, cuyos lazos de vecindad exigen espacios de encuentro donde co-gestionar el espacio compartido; asimismo podemos pensar en un habitar colectivo asociado a un gran proyecto comn Ðde soporte material y afectivo- al estilo de una cooperativa asociada desde el compaerismo, la solidaridad y la co-responsabilidad. Las prcticas discursivas sobre los vnculos generados en el Centro refieren principalmente al ser compaeros, lo que tambin remite a diversos espacios de socializacin como el espacio educativo y el laboral. A su vez, el modelo cooperativo de trabajo, que est presente en la mayor parte de los trabajadores del Centro, contiene un modelo de relacin social desde lo colectivo que fortalece stos procesos tambin en los residentes. Sin duda, estos trazos requieren flexibilizar estructuras organizacionales tradicionales, sobre todo si consideramos el potencial transformador que esta experiencia contiene.
Al pensar los procesos inclusivos desde los factores relacionales, las condicionantes histricas juegan un papel fundamental, operando tanto en la interpretacin que los sujetos hacen de los otros como diferentes, como en una modalidad vincular para con ellos. A nivel social, las improntas culturales que acompaaron las polticas dictatoriales -en materia de gobierno- y neoliberales -en materia econmica-, se encuentran operando en las relaciones sociales actuales, como formas aprendidas y naturalizadas, por ello tambin incuestionadas. Es por esto que valoramos el abordaje de estos aspectos explcitamente, como tarea colectiva, de reflexin y problematizacin necesaria para generar procesos inclusivos. La instancia de trabajo grupal en el proceso de esta investigacin, ha confirmado esta afirmacin, pues lo grupal como dispositivo y como acontecimiento, gener inters, participacin y empoderamiento. Muchos de los participantes no slo agradecieron la instancia, sino que apelaron y valoraron la necesidad de estos espacios para promover el conocimiento mutuo, la participacin de aquellos que no lo hacen espontneamente, la reflexin crtica sobre las formas de habitar y la negociacin de sentidos como accin poltica en el habitar colectivo.
Desde las propuestas del Centro, el llamado Òespacio de recreacinÓ, es el nico que actualmente se reconoce como espacio colectivo de integracin. Si bien este espacio aporta al habitar colectivo y es valorado por los residentes, tambin refuerza simblicamente los sentidos asociados a la Òsociedad del espectculoÓ, que promulga al entretenimiento como nico espacio posible para el encuentro. Esto opera de forma incuestionada, promoviendo un lugar pasivo Ðel de espectador- y limitando otras posibilidades de encuentro.
En los resultados encontramos la dimensin poltica minimizada, lo que debilita los procesos inclusivos. Esta dimensin es necesario abordarla en colectivo junto a otros actores del Centro, especialmente con quienes ejercen la funcin de gobierno (tcnicos y acompaantes), pues se encuentra en potencia en sus habitantes en un dispositivo que la constrie. De igual forma, los espacios de encuentro con todos los habitantes (residentes y trabajadores) se tornan necesarios en la generacin de procesos colectivos, de inclusin y reconocimiento del Otro. Entendemos que estas actividades propuestas necesitan sostenerse sobre una organizacin acorde, que aborde Òlo socialÓ integralmente y de forma especfica, lo que requiere de un equipo de trabajo diferenciado de aquel que realiza las gestiones cotidianas, asociadas generalmente a procesos burocrticos y de control Ð represin.
A su vez, generar procesos de fortalecimiento de la capacidad de reflexin crtica exige dialogar con un modelo mdico que es hegemnico y que presenta serias dificultades en la comunicacin, donde el lugar del paciente coloca a los sujetos en una posicin pasiva y sumisa, lo que tensiona el fortalecimiento de la autonoma. Por su parte, en el estudio encontramos que la apropiacin del saber mdico facilita la llamada Òadhesin al tratamientoÓ, por lo que los espacios de comunicacin y aprendizaje desde dispositivos grupales (Pichn-Rivire, 1985), pueden ser vas regias para el logro de los objetivos del Centro. La comunicacin y el aprendizaje, tambin como instancias creativas, constituyen elementos centrales en el abordaje de los fenmenos vinculares. La reflexin crtica y la problematizacin, constituyen instrumentos para la intervencin social en la construccin de ciudadana. La generacin de espacios de capacitacin - problematizacin para los trabajadores en los Centros de salud, que aborden integralmente a los sujetos, incluyendo los procesos psicolgicos y sociales, constituye una va privilegiada para generar procesos inclusivos en las particularidades de este sector (De Lellis, 2010; Morales Calatayud, 1997; Rodrguez, 2007; Saforcada et al., 2010).
Ante la pregunta por los procesos inclusivos, estos se encuentran potencialmente en el habitar colectivo, principalmente desde las relaciones establecidas y desde el acceso a derechos como son la salud, los cuidados u otros que se vehiculizan desde el Centro. Para habitar lo comunitario, pensamos que la dimensin poltica amerita ser fortalecida, pues los niveles de participacin en el Centro son limitados, lo que debilita la autonoma de los sujetos, ms an considerando que sta muchas veces se encuentra afectada por la afeccin orgnica involucrada en el ingreso. En este sentido, las relaciones que en el Centro se establecen son potencialmente inclusivas, pues desde el vnculo se generan nuevos habitares sobre la base del conocimiento mutuo, el dilogo y el apoyo emocional, si bien algunos habitantes se adaptan excesivamente al dispositivo, asumiendo algunos aspectos estigmatizantes, enfatizando el control y la individuacin de los procesos. En estos casos es cuando emerge el otro como amenaza, como distraccin de los objetivos individuales, y se deposita el saber y el poder exclusivamente en la autoridad, ya sean las acompaantes, los tcnicos o el Estado. Esta tensin tambin constituye el habitar en el Centro. Por su parte, quienes tienen experiencia en instituciones del Estado, u otros, cuyo devenir histrico ha aportado herramientas de accin social y poltica, movilizan, interpelan y generan procesos novedosos, reflexionan sobre el habitar colectivo y generan propuestas concretas. Estas voces ameritan espacios de accin, lo que redundara en el fortalecimiento de los procesos colectivos e inclusivos de todos los residentes.
La dimensin de lo colectivo siempre est presente, en tanto el habitar con otros emerge espontneamente, principalmente en los encuentros cotidianos, aunque tensionado por una tendencia homogeneizante. Nuevamente la dimensin poltica incide desde el pensarse con otros o entre otros, y es un aspecto que se configura en relacin a la dimensin histrica Ð singular, pues es escasamente abordada desde el Centro, donde aparece nicamente desde cuestiones reglamentarias. La dimensin de lo colectivo se vivifica desde los procesos compartidos, tanto a nivel histrico como econmico y poltico. Se potencia desde los espacios de encuentros, los que no siempre son posibles. Habitar lo comunitario requiere fortalecer estos aspectos, la participacin, el conocimiento mutuo, la reflexin crtica sobre las condiciones del habitar colectivo.
Finalmente, un aspecto importante de los sentidos que se construyen desde el habitar en este Centro, tiene que ver con la vida, especialmente con las materialidades asociadas a esta. As, la recuperacin de un cuerpo sano y de la autonoma personal, y el tener un lugar, son los principales sentidos presentes en este habitar. La dimensin de lo comunitario introduce el potencial transformador de esta experiencia, desde el fortalecimiento de los procesos participativos, nos referimos a un movimiento vital con el poder de transformar y crear nuevas formas de habitar lo colectivo.
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Sindicalismo: continuidad o ruptura. Reflexiones compartidas en torno a la accin colectiva con las trabajadoras del hogar y el cuidado1
Unionism: continuity or rupture. Shared around collective action with domestic workers and care considerations
Karina Fulladosa
Autor referente: karinafulladosa@hotmail.com
Universidad de la Repblica
Historia editorial
Recibido: 01/06/2015
Aceptado: 29/06/2015
RESUMEN
En este artculo desarrollo algunas reflexiones terico-prcticas que contribuyen delineando nuevas formas de organizacin sindical, emprendidas por las trabajadoras del hogar y el cuidado. Para ello, entretejo lneas de continuidad y ruptura entre el movimiento obrero y el movimiento feminista para comprender como se organiza un sindicato independiente en este sector. Esto puede suponer un nuevo reto en cuanto a las formas de organizacin comunitaria, que emergen
como una respuesta contempornea a diferentes ejes de discriminacin (gnero, origen nacional, situacin legal en el pas) que es necesario atender y visibilizar. Concluyo con una propuesta a construir formas organizativas desde una poltica de los afectos, entendida como una posibilidad de articularnos a travs del tejido de intensidades vividas, sentires, fragilidades y resistencias, que podramos llamar ÒmimopolticaÓ.
Palabras clave: Sindicalismo; Interseccionalidad; Trabajadoras del hogar y del cuidado.
ABSTRACT
This article raised some theoretical and practical reflections that seek to contribute to new forms of labor organization, undertaken by domestic workers and care. For this, I interweave lines of continuity and rupture between the labor movement and the feminist movement to understand how an independent union is constructed in this sector. This is a new challenge in the forms of community organization, which emerges as a contemporary response to different axes of discrimination (gender, national origin, legal status in the country). I conclude with a proposal to the possibility of building organizational forms from a policy of affection , understood as a way to articulate through tissue of lived intensities, feelings , weaknesses and resistances , we might call " mimopoltica " .
Keywords: Unionism; Intersectionality; Domestic workers and care
Introduccin
Las reflexiones terico-prcticas que se van a desar rollar en este artculo2 surgen como resultado del proceso de investigacin realizada en el Sindicato de Trabajadoras del hogar y el cuidado (Sindihogar)3. Las mismas han sido recogidas de diferentes fuentes de informacin como son los intensos y largos debates en la Jornadas Migroctones4, asambleas, charlas informales con las activistas y acadmicas, as como a travs de los intercambios en las redes sociales y bibliografa sobre la temtica aqu presente.
En primer lugar, quiero sealar que la accin comunitaria que han desarrollado las activistas de Sindihogar forma parte de respuestas emergentes y contemporneas hacia los diferentes ejes de discriminacin y opresin. Es decir, las activistas se organizan en torno a estos ejes de diferenciacin (gnero, clase, raza, origen nacional y su situacin legal en el pas de recepcin, entreotras) buscando nuevos retos en las formas de organizacin comunitaria (Montenegro, Rodrguez, & Pujol, 2014). Esta forma de organizacin, resuena en la posicin de lainvestigadora con relacin a lo comunitario, pues el involucramiento en la accin se plantea como posibilidad de acompaar procesos, establecer relaciones horizontales, de apoyo mutuo, donde todas nos transformamos, ensanchando los mrgenes p olticos, econmicos, sociales y afectivos. Es por ello, que he participado en Sindihogar desde su conformacin en octubre de 2011 en Barcelona, desarrollando una investigacin activista feminista5. Sindihogar se ha visto atravesada por la transformacin de mltiples experiencias asociacionistas, de las cuales las trabajadoras formaban parte, hacia la construccin de una organizacin de base sindical (Fulladosa-Leal, 2013), constituida mayoritariamente por personas nacidas fuera de la Comunidad Europea. Es producto de un contexto donde se ha acentuado la expansin del modelo capitalista, generando mayores desigualdades, feminizacin de la pobreza y migracin, donde las personas buscan mejorar sus condiciones de vida entre otras cosas.
En este sentido, la economa capitalista ha incrementado la migracin de diversos orgenes, caracterizndose paulatinamente con su fe minizacin (Gil, 2006). Aunque esto no es un fenmeno nuevo ya que las mujeres siempre se han movilizado en busca de mejores condiciones laborales y estrategias de supervivencia. De hecho, Dolores Juliano (2006) hace referencia a que estos desplazamientos han sucedido a lo largo del tiempo, entre ellos, la patrilocalidad, donde las mujeres fijaban su residencia de casadas en un mbito diferente al de su nacimien to. Como tambin han podido darse por razones econmicas, asignacin social de tareas por sexo, desplazamiento de la zona rural a la ciudad en busca de trabajos, generalmente en el sector servicios y para mejorar sus condiciones de vida. Sin lugar a dudas, adems de estas razones especficas se encuentran muchas ms, entre ellas, capacitarse, reagruparse familiarmente y/o por promocin personal.
Sin embargo, podemos sospechar que la creciente vinculacin de las mujeres a la migracin tambin forma parte de la demanda de los pases ricos e industrializados de mujeres para el matrimonio, como trabajadoras del hogar o como trabajadoras sexuales, con estatus legal o ilegal, ocupando espacios que han sido dejado por las mujeres autctonas (Gandarias, & Pujol, 2013). La igualdad de la mujer en el mercado de trabajo y el reparto igualitario de las tareas domsticas son cuestionadas a partir de la ocupacin masiva de puestos de trabajo de cuidados invisibles y desvalorizados, caracterizados por elevadas tasas de informalidad, salarios bajos, y malas condiciones de trabajo, convirtindose en empleos de segunda realizados por mujeres, donde especficamente las mujeres migradas en tiempos de globalizacin son expresin de este fenmeno (Mugarik, 2013).
Una vez hecha esta reflexin, el siguiente punto es comprender como se han organizado, las mujeres de Sindihogar en un sindicato independiente. Para ello, planteo lneas de continuidad y ruptura entre el movimiento obrero y el movimiento feminista. Lo que me interesa resaltar en el recorrido propuesto, es su accin colectiva construida desde sus propias experiencias. Esto marca la resistencia a las diferentes opresiones y ejes de desigualdad vividas. Sobre todo teniendo en cuenta que en las estructuras sindicales es difcil encontrar la participacin y representacin de las mujeres inmigrantes, cuestin que ser ampliada.
Para concluir el artculo, trazo algunas ideas sobre otras formas de vincularnos y organizarnos polticamente, que van ms all, de un posicionamiento lgico, racional e institucionalizado como las nicas vas de gestacin de lo colectivo. Sin apartarnos de una visin crtica de estas nociones, apuesto por encontrarnos desde una poltica de los afectos y/o ÒmimopolticaÓ que se produce en el tejido y transformacin de nuestras prcticas y hbitos cotidianos, donde nos implicamo s y comprometemos a una vida vivida y construida en el territorio inmanente de nuestros cuerpos.
Cmo se construye un sindicato independiente de tra bajadoras del hogar y el cuidado
Al comenzar mi actividad investigadora/activista en Sindihogar la primera pregunta que me vena, era porque un sindicato independiente de las trabajadoras del hogar y el cuidado. La pregunta fue rpidamente aclarada: Ònue stras propuestas no han sido tenido en cuanta en los sindicatos mayoritarios ni en las administracionesÓ (Margarita
Flores, 01/12/11)6. Como nos seala Sandra Ezquerra (2014) las mujeres no hemos sido las nicas excluidas dentro de lo que han sido las movilizaciones y reivindicaciones sindicales, sino tambin las personas inmigrantes nos hemos encontrado en los mrgenes, encontrando dificultade s para ser vistas como compaeras de lucha.
Esta reflexin me llev a revisar, en primer lugar,la difcil relacin entre movimiento obrero y los feminismos; en segundo lugar, las avenencias y desavenencias dentro del movimiento feminista respecto a la lucha de clases, raza y colonialidad. Y por ltimo, a modo de analoga vincular, el retorno de las brujas con las reivindicaciones en torno al trabajo del hogar y el cuidado que se encuentran realizando las activistas de Sindihogar.
La no siempre fcil relacin entre el movimiento obrero y los feminismos.
La participacin de las mujeres en el movimiento obrero, ha tenido escasas referencias en los textos, sin embargo, figuras como Clair Demar, Flora Tristan, Teresa Claramunt, Clara Zetkin, Rosa de Luxemburgo, Dolores Ibarruri, Clara Campoamor, por citar algunas, contribuyeron desde diferentes posicionamientos polticos a abrir caminos hacia la igualdad en el trabajo, la proteccin de la maternidad, la participacin poltica, la ley de ocho horas entre otras (Galcern, 2006). La pregunta atinada para continuar el hilo de los siguientes prrafos es ÒÀCmo explic ar la experiencia poltica de las mujeres, si seguimos manteniendo un concepto tradicional sobre el poder y la poltica, que en sus orgenes epistemolgicos ya las excluyen?Ó (Luna, 1994, p. 19).
En este sentido, vale recordar que las mujeres han participado desde el inicio del movimiento obrero, en tanto que asalariadas en las fbricas como militantes de asociaciones polticas y sindicales. Sin embargo, su participacin ha sido diferente respecto al militante varn, principalmente debido a la infravaloracin del trabajo femenino y las constricciones referidas a la atencin de la mujer hacia la familia (Galcern, 2006).
La separacin entre el espacio reproductivo/productivo propio de las sociedades industrializadas hizo que la vida laboral de la mujeres tambin se modificara y con esta, su figura como militante. La prctica poltic a de un militante obrero, sola ser un varn de clase media, padre de familia, de mediana edad, mientras que la mujer era ms bien joven o madura; y las mujeres de los obrer os solan participar, si lo hacan en tareas de apoyo (Galcern, 2006).
A partir de las investigaciones realizadas sobre las mujeres y los movimientos obreros, es que aparece la figura de Flora Tristn como una de las mujeres que haban reivindicado los derechos de la mujer, en la comuna de Pars. Sin embargo la cuestin femenina permaneci en la retaguardia en el movimiento hasta despus de la Segunda Guerra mundial (Miranda, 2006). Es una de las feministas socialistas marxistas, la que introduce las primeras crticas al movimiento y la necesidad de promover organizaciones autnomas que atienda sus situaciones concretas, mantenindose coincidentes con las luchas del proletariado (Zetkin, 1976). Conjuntamente es Alexandra Kollontai en 1907 (Ruiz, 2011) que dentro del movimiento ruso y de la lucha por la liberacin de las mujeres insiste en que las mujeres trabajadoras se organicen en base a su posicin de clase, tanto en sindicatos como en organizaciones socialistas. No sin plantear algunas discrepancias respecto del movimiento feminista burgus, aludiendo que buscan la igualdad en el marco de la sociedad de clase existente, sin abordar la base de esta sociedad.
Esta Òalianza instrumentalÓ como la llama Monserrat Galcern (2006) hace referencia, a la lucha de las mujeres proletarias unida a los hombres de su clase contra las clases capitalistas (Zetkin, 1976), dando cuenta de cmo la mujer del obrero-varn se une a este para luchar por su emancipacin. Con esto quiero decir, que los enfoques tradicionales marxistas (Haraway, 2003) no condujeron necesariamente a un concepto poltico de gnero, porque las mujeres existan de manera inestable entre los lmites de lo natural y lo social.
La crtica que hace Donna Haraway (2003) a Marx y Engels se dirige en este sentido, a que la posicin subordinada (que adjudican a las mujeres) se encuentra dentro de la categora de divisin natural y sexual del trabajo, basada en una heterosexualidad natural. Y por otro lado, que la relacin con la propiedad econmica es el origen de la opresin de las mujeres en el matrimonio, lo cual marca una subordinacin de las mujeres en trminos de relaciones capitalistas de clase, pero no en trminos de una poltica sexual especfica entre hombres y mujeres, bloqueando la pregunta por la especificidad de esa opresin. La ceguera del movimiento obrero tampoco le ha permitido durante mucho tiempo comprender o abrir reflexiones en torno a cmo operaba en este sentido las opresiones raciales y tnicas, echndose en falta un anlisis profundo y/o repuestas polticas satisfact orias (Arruzza, 2010).
Por lo cual, podremos comprender como se produce el distanciamiento que muchas feministas (Benston, 1969; Dalla Costa, 1975) tuvieron sobre todo, con el movimiento obrero, como con sus formas de organizacin (entre ellas el sindicalismo) ya que la tradicin socialista marxista no tomaba en cuenta el trabajo de produccin de la propia fuerza de trabajo, es decir, del trabajo de reproduccin y cuidados (Galcern, 2006). Muy por el contrario, la complementariedad entre el trabajo de produccin, reproduccin y cuidados es clave para Sindihogar, incluso en su forma de gestar la organizacin. Las activistas crean lugares de convivencia, ya que es vital, para el funcionamiento, espacios donde la vida pblica y pr ivada no se escinda. As, se van creando espacios para que las madres puedan venir con sus hijos, los cuales muchas veces son cuidados por sus compaeros, talleristas o artistas. Es importante porque Òmi nio aqu ha podido hablar y jugar con otros nios, le costaba cuando sala fuera de casaÓ (Joy Omoruyi, 20/11/14). En vez de distanciar lo poltico de lo personal se rene y forma parte de la cotidianidad de las asamb leas.
Las desavenencias y avenencias dentro del movimiento feminista respecto a la lucha de clases, raza y colonialidad.
Dentro de lo que han sido las grandes controversias en torno a pensar que la lucha de clases por s solas poda provocar una transformacin social y a partir de all cualquier desigualdad quedara saldada, es que comienza la agitacin y reivindicacin por la especificidad de gnero (Arruzza, 2010). En este sentido, en el movimiento por la liberacin de la mujer se planteaba algunas inquietudes especficas.
Por un lado, en Amrica Latina entre 1832 y 1834 las inquietudes formaban parte de las ideas polticas y sociales de Flora Tristn en torno a la miseria, la opresin social, las discriminaciones de clase, gnero y las rebeliones sociales (Arruzza, 2010). Y desde Europa las ideas de Olympe de Gouges con el manifiesto desde el feminismo burgus durante la revolucin francesa, reivindicando la ciudadana de las mujeres y el derecho a tomar parte activa de la vida poltica y social, alegando su igualdad ante la ley.
Sin embargo, la presencia de las mujeres en la vida poltica y social tuvo sus desavenencias, ya que el feminismo que se estaba propulsando tena como protagonistas a las mujeres de clases burguesas, generando una relacin no siempre fcil con las mujeres trabajadoras provenientes del movimiento obrero. Se acusaba al feminismo liberal o burgus de realizar reivindicaciones en torno a su clase, que estaban ligadas al acceso a la cultura, la profesionalizacin de las mujeres, derechos civiles y polticos enmarcados en el derecho de propiedad y herencia, divorcio, y voto (Snchez, 2008).
Sobre las cuestiones sociales, Cinizia Arruzza (2010) plantea la posicin de las feministas burguesas respecto a una normativa sobre el trabajo femenino. Estas posiciones hacan referencia por un lado, a regular y prohibir el trabajo nocturno, lo cual podra significar que estos derechos acabaran por dejar fuera a las mujeres de los trabajos. Por otro lado, estaban los temores de excluir y ocultar las condiciones precarias en las cuales las mujeres tenan que trabajar, que hacan insostenibles las condiciones de vida de las trabajadoras. Adems de ser sobreexplotadas en la fbrica, deban cargar con un trabajo de cuidados en casa, con las dificultades econmicas y la ausencia de servicios sociales (Arruzza, 2010).
Hacia la dcada de los sesenta y setenta los textos escritos por Simone de Beauvoir (1949) El segundo sexo, La mstica de la feminidad de Betty Friedan (1963), La poltica sexual de Kate Millet (1969), El enemigo principal de Christine Delphy (1970) entre otros, fueron definiendo conceptos cuestionado el patriarcado, gnero, poltica sexual o diferencia sexual, posibilitando leer la realidad desde otras coordenadas. Dentro de este movimiento, algunas celebraban el tejido universal entre mujeres, lo que llev a una nueva crtica por parte de las activistas afroamericanas y chicanas. Estas reivindicaban que la opresin de Òlas mujeresÓ sin atender otras, como son el racismo, capitalismo e imperialismo, les impeda reconocerse en el Òsexo femeninoÓ sin comprender que adems eran explotadas por ser traba jadoras, afroamericanas, inmigradas y chicanas (Arruzza, 2010).
Es partir de los aos 80, gracias a los efervescentes debates y comprensiones dentro de los feminismos, que se lleva a cabo un fuerte desmantelamiento del Òsujeto universal mujerÓ, vislumbrando los ejes de desigualdad y opresin vividos por diferentes personas. Para Silvia L. Gil (2011) las diversas identidades sexuales, de origen nacional, tnico o de clase van construyendo mltiples experiencias por las cuales transitan las mujeres, en contra del relato de una experiencia comn. La historia de las identidades construidas y reconstruidas en la dispora, es decir, en los desplazamientos y experiencias mltiples, y la hist oria de unas relaciones multirraciales, dictatoriales y autoritarias que no responden nicamente a los binarismo de mujeres blancas y negras del feminismo, sino que se refieren a los conflictos y solidaridades atravesados por un sinfn de situaciones de desigualdad y opresin (Anzalda, 2004; Levins, 2004).
Estos debates se encuentran en la interna del sindicato y son parte de la prctica y las relaciones cotidianas que establecemos a partir de ser un colectivo tan diverso. Las desavenencias que se presentan tanto en los acuerdos para la organizacin colectiva como en la alianza con otras pueden ser tambin variadas. Por un lado, cuando Òno hay acuerdos con otros sectores y personas para lograr la derogacin de la nueva ley de las trabajadoras del hogarÓ (Lilian Gonzales, 11/12/11). Y por otro, Òla falta de reconocimiento como feministas y de nuestra biografa como mujeres luchadorasÉ siempre a nosotras se nos exige ms que a otras muj eresÓ (Norma Falconi, 10/04/14).
Estos cuestionamientos sirvieron para que el sindicato trabajara en un primer momento hacia el conocimiento y reconocimiento de cada una, como militantes, madres o cualquier otra definicin que cada persona haga sobre s. Como explica Norma Falconi (08/06/15) ms que ocuparnos con qui n Ònos acostamos y a quin adoramosÓ, luchamos por salir del apartheid jurdico y social a travs del trabajo colectivo y solidario entre nosotras y con otras, buscando re-conocernos sin juzgarnos. As, se produce un compartir y dialogar con mujeres con constituciones mltiples y complejas que remiten a sus propias genealogas, y que confluyen en Sindihogar en el encuentro de situaciones comunes con la necesidad de crear alianzas con otras dado el actual contexto de precariedad laboral y su marginalizacin poltica.
El retorno de las brujas: reivindicaciones en torno al trabajo del hogar y del cuidado.
La Caza de las brujas segn plantea Silvia Federici (2010) nos puede dar algunas pistas de las reivindicaciones que an se encuentra n presentes en torno al trabajo del hogar y el cuidado. Es preciso retomar las reflexiones acerca de cmo ha sido posible que se produjera la devaluacin y la feminizacin del trabajo reproductivo, provocando una doble dependencia de las mujeres tanto hacia los empleadores como hacia los hombres (Federici, 2010). Es decir, que el desarrollo del sistema capitalista, no slo ha producido una acumulacin y expropiacin de tierrassino tambin una expropiacin del cuerpo y la reproduccin de la mujer para sostener dicho sistema.
La caza de brujas tuvo este cometido, dar una connotacin negativa, de peligrosidad y criminalizacin ya que las mujeres traan el conocimiento en sus cuerpos, siendo curanderas, parteras y creadoras de comunidad. En los tiempos de esclavitud las indgenas americanas y las africanas esclavizadas, se encuentra enraizadas en la divisin internacional del trabajo a partir de la colonizacin de Amrica, tejiendo lneas comunes entre la ideologa de la brujera y la ideologa racista como marcas de bestialidad e irracionalidad sobre estas mujeres para excluirlas y consecuentemente explotarlas (Federici, 2010). Siglos ms tardes, a n continuamos con los debates sobre la escisin del trabajo de produccin y reproduccin, la desvaluacin de los trabajos reproductivos y su consecuente invisibilidad y explotacin de aquellas mujeres que los realizan.
Parte de la explosin de prcticas y discursos nacidos en el seno de la Segunda Ola del movimiento feminista (Gil, 2011) dentro de los aos sesenta y setenta, saca a luz la participacin de las mujeres en la esfera pblica, producindose las primeras reivindicaciones de los salarios del movimiento Houseworkers, donde las mujeres colectivamente exigieron el reconocimiento de sus trabajo; y por otro lado, las luchas y resistencias de las feministas negras daban cuenta de sus prcticas polticas, trayendo nuevos anlisis a estos debates. Las feministas pos coloniales parten de la idea de que no todas las mujeres sufren la misma opresin. Sus trabajos desarrollan que el gnero, la clase, la raza, son ejes de opresin articulados (Collins Hill, 2012; Davis, 2004), sealando que existen otras experiencias donde las mujeres negras esclavas centraban sus resistencias en las luchas abolicionistas y no en una reduccin de su trabajo en el hogar, el cual se reparta entre hombres y mujeres (Davis, 2004). Al problematizar el concepto de reproduccin, (Carby, 1982) el trabajo domstico realizado por la mujeres negras debe ser de-construido, ya que las mujeres negras han realizado el trabajo domstico fuera de sus propios hogares al servicio de familias blancas (Carby, 1982) y esto genera otras subjetividades diferente al de las mujeres blancas.
El rol de las mujeres negras, en tanto que fuerza de trabajo rural, industrial o domstico, afecta a la construccin de las ideologas de la sexualidad femenina negra, que se diferencian de las de la sexualidad femenina blanca y habitualmente estn construidas en oposicin a sta (Carby, 1982). Estos debates y construcciones an vigentes se plantean dentro de Sindihogar, donde algunas de las activistas nigerianas comparten con sus parejas o compaeros el cuidado de los nios y el hogar, acercndose al sindicato para reivindicar otras opr esiones, Ònecesitamos los papeles para existirÓ (Joy Omoruyi, 03/04/14). En este sentido, que la vida se reproduzca tiene que ver con estar en una situacin administrativa regular en el pas de ÒacogidaÓ, que cuenten con los derechos administrativos para obtener la sanidad, que sus hijos puedan tener una educacin y circular libremente por la ciudad, problemticas que se encuentran totalmente vinculadas a tener un contrato de trabajo de cuarenta horas semanales, en un pas donde hay ms de seis millone s de parados (Norma Falconi, 03/04/14).
Estos emergentes surgen en el nuevo orden del capitalismo global donde el debate sobre el trabajo domstico se vuelve a reconfigurar. Como seala Silvia L. Gil (2011) la importancia que adquieren las relaciones entre migracin, cuidados y gnero, da cuenta de la crisis de cuidados y de una nueva divisin ya no slo sexual e internacional sino tambin tnica del trabajo.
Algunas de las estrategias adoptadas en diferentes partes del mundo por los/las trabajadoras/es del hogar es luchar por ejercitar sus derechos mediante la accin colectiva, aunque se encuentran escasas investigaciones respecto de estas organizaciones.
En el contexto Espaol, si bien no haba sindicatos especficos de este sector, en 1985 producto de entre un milln y milln y medio de mujeres que se encontraban empleadas en el hogar, se introduce el empleo del hogar dentro del Estatuto del Trabajador, pero de forma discriminatoria. Lo que llev a movilizar a unas 150 mujeres, que se renen en la primera Asamblea de Trabajadora s del Hogar celebrada en Barcelona, denunciando que el nuevo decreto ley discriminaba a las empleadas del hogar frente al resto de trabajadores (Gil, 2011).
En 1986 se creaba en Bizkaia la Asociacin de Trabajadoras del Hogar, impulsada por la Asamblea de Mujeres de Bizkaia que se propone conseguir un cambio de ley para el trabajo domstico y en 1991 abrieron una asesora legal gratuita para informar a las empleadas de hogar de sus derechos y la forma de reclamarlos.
Estas diversas estrategias y resistencias que las mujeres han llevado a cabo, son fuente inspiradora y constructora de Sindihogar. Este colectivo producto de la experiencia asociacionista de varias mujeres se transforma en una organizacin de base sindical, declarando su independencia respecto a otras organizaciones sindicales y polticas. En un documento interno de Sindihogar (2015) se expresa:
Durante el proceso organizativo se constato la riqueza con la que naca el sindicato: nuestra pluralidad. El grupo estaba representado por mujeres de diversas nacionalidades (Ecuador- Chile Ð Colombia Ð Mxico Ð Paraguay Ð Uruguay Ð Cuba Ð Bolivia Ð Pakistn Ð India Ð Seneg al Ð Marruecos Ð Nepal Ð Nigeria Ð Panam Ð Costa rica Ð Honduras Ð Brasil Ð Argentina Ð Catalunya/Espaa). La decisin del grupo motor fueunnimeÉ (p.7).
La necesidad de alejarse de las formas tradicionales del sindicalismo y construir una organizacin con sus caractersticas propias, (Godinho-Delgado, 1990; Gonzlez, 2003) se encuentra relaciono con las dificultades que ha tenido el sindicalismo tradicional respecto de entender los nexos entre la opresin de clase y gnero con otras intersecciones. Segn Mara Godinho-Delgado ( 1990) el sindicalismo ÒtradicionalÓ reproduce a la interna de su organizacin relaciones conservadoras y patriarcales, que indican no haber superado, las prcticas, actitudes y valores sexistas que expresan la relacin de dominacin/subordinaci de gneros heredada cultural e histricamente. En este sentido, las activistas de Sindihogar plantean no querer ser invisibilizadas por otros sindicatos, que sienten Ònunca han estado por ellas o por sus derechosÓ (Margarita Flores, 01/12/11).
La organizacin sindical ha estado y est abierta a la experimentacin en la diferentes ramas de actividad laboral, se ha dado una estructura horizontal en su funcionamiento, en la que la participacin es una herramienta fundamental para que las afiliadas se reconozcan y proyecten con fuerza sus capacidades y as resaltar sus destrezas, tengan una concrecin sobre las cuales trabajar; el sindicato se ha dotado de funciones especficas, y ha ido tejiendo redes con las organizaciones del sector del trabajo del hogar y del cuidado y con los movimientos sociales que funcionan en Catalunya y el Estado espaol para crear alianzas en diversos sentidos... Estos acercamientos estn dados por la lucha social en de fensa de los derechos, as como tambin, el reconocimiento al trabajo para compartir saberes (Sindihogar, 2015, p. 25).
La difcil opcin de poder participar de la vida poltica en los pases de residencia tiene que ver con mltiples factores, con los nichos que existen en el mercado laboral, las precarias condiciones laborales, la no inclusin de criterios no discriminatorios por gnero y posiblemente la no adecuacin del apoyo para solucionar sus problemas especficos (Trade Unions, Economic Change and Active Inclusion of Migrant Workers, 2012). Por otro lado, las propias condiciones laborales (internas, horarios interminables, jornadas de hasta 16 horasÉ) hace di fcil la propia estructura sindical (que muchas veces perpeta sistemas de dominacin) y que sin embargo las activistas de Sindihogar se re-apropian para visibilizar las intersecciones (Crenshaw, 1989) de gnero, raza y clase que interactan en sus experiencias vitales, construyendo un espacio flexible en horarios y estructuras para que quepan todas.
El conformarse como un sindicato autnomo e independiente, puede llevarnos a reflexionar ms sobre las prcticas vinculados a fo rmas libertarias y/o del hacer feminista. Como por ejemplo: Òcrear nuestras propias agendas, participar en la medida de las posibilidades cuidando el tiempo y el espacio de cada una, respetando las diferencias y las urgencias de cada compaera con su historia y trayectoria (Norma Falconi, 19/09/13). De esta forma, no se construye solamente una identidad colectiva (Taylor, 1989) de las trabajadoras del hogar y el cuidado propia del movimiento obrero en una identificacin en trminos de clase. Sino que las mltiples identidades emergentes pueden ser transitorias (sin papeles, activistas, acadmicas, artistas, cocineras, trabajadoras) posibilitando que este sea un lugar de reunin de diversas mujeres que se organizan para dignificar, reivindicar y crear nuevos espacios para la vida. As, el retorno de las brujas hace alusin a las reivindicaciones y diferentes estrategias de las trabajadoras del hogar y el cuidado que nos recuerdan la an no saldada deuda con una historia de servilismo racializada que produce nuevas esclavitudes en el siglo XXI.
Las intersecciones que emergen a partir de una accin colectiva
Las experiencias de las trabajadoras del hogar pueden encontrarse enmarcadas por diferentes desigualdades o discriminaciones vividas, como tambin por estrategias de resistencia que desarrollan para subvertirlas. Desde un marco analtico interseccional podemos abordar de qu manera las trabajadoras pueden hacer frente a diversas opresiones, abriendo nuevos horizontes como sujetas polticas. Los planteamientos que surgen a continuacin hacen referencia ms que nada a las diferentes relaciones y posiciones que emergen a partir de ser parte de una accin colectiva, es decir, como activistas de Sindihogar.
El trmino interseccin acuado por Kimberl Crenshaw (1989) en los aos ochenta, fue utilizado para mostrar las diferentes formas en las que la raza y el gnero interactuaban y configuraban las experiencias multidimensionales de las mujeres negras en el mbito del empleo. El inters legal po r la raza y el gnero remarc que al enfrentarse a la tarea de observar la construccin social de las relaciones (Crenshaw, 1989) se haca necesario tener en cuenta mbitos m ltiples y simultneos donde aparecen diferentes desigualdades (Platero, 2009), que en los apartados siguientes ir retomando.
Encrucijada I: diferentes posiciones en un mismo encuentro
Durante el segundo semestre del 2012 Sindihogar fue invitado por varias organizaciones para debatir en torno a la nueva normativa sobre el trabajo del hogar (Ministerio de Trabajo e Inmigracin, 2011; Real Decreto 1620/2011 de 14 de noviembre, por el que se regula la relacin laboral de carcter especial del servicio del hogar familiar)7 que entrara en vigor en el 1 de enero de 2012 y la Ratificacin del Convenio 189 por parte del Estado espaol.
Algunas de estas actividades tuvieron lugar en Madrid y en Murcia, con la participacin de los dos sindicatos mayoritarios (CCOO Y UGT)8 que venan a presentar los avances de la nueva normativa, las cooperativas de trabajadoras del hogar y asociaciones como Territorio Domstico9 entre otras. Tambin se presentaron investigaciones sobre migracin y trabajo del hogar y el cuidado.
A partir de estos encuentros, Sindihogar realizo algunas reflexiones en las asambleas que acompao desde mi punto de vista como investigadora. En primer lugar, se habl sobre la sospecha que intuan en torno a la posicin de los dos sindicatos mayoritarios respecto a la nueva normativa. Esta tena que ver con la falta de capacidad para aceptar las crticas y fallos que ya las trabajadoras y Sindihogar mismo haban realizado. Vernica Orellana (20/12/12) activista de Sindihogar manifest: Òcon la nueva ley pareca que se iba a aliviar nuestros problemas, pero el remedio fue peor que la enfermedadÓ. En la prctica las trabajadoras del hogar continan en un rgimen especial sin derecho al desempleo, despido por desistimiento entre otras discriminaciones (Veronica Orellana, 20/12/12). Curiosamente, en la reunin que tuvimos en Madrid fue un hombre, blanco, occidental, adulto de clase trabajadora el que acapar la palabra, mientras, una compaera suya del mismo sindicato que se encontraba tambin en la mesa, no tuvo mucha oportunidad de hablar.
Esta intervencin, me llev a reflexionar cuanto estamos reproduciendo an, una visin de los movimientos en base a la clase social, en la construccin de un sujeto supuestamente uniforme. Como nos recuerda Marta Cruells (2012), este sujeto hace referencia a un adulto asalariado, principalmente insertado en el mercado formal y a tiempo completo, dejando de lado la diversidad y contrapuntos que existe dentro de la categora de obreros/as, tanto en sus vindicaciones, formas organizativas, como participativas.
La pregunta que me sobrevino fue, que hace un hombre con estas caractersticas haciendo apologa de una ley donde ninguna trabajadora del hogar fue llamada a ser parte de estas discusiones y si llevadas a cabo por las corporaciones mayoritarias. Lucas Platero (2014) seala que la invisibilidad de algunas realidades, que son inconcebibles precisamente por la rigidez de las categoras sociales, alude a la ausencia de algunos sujetos, que nunca estn presen tes en la discusin, porque no tienen el reconocimiento necesario como para ser considerados Òsujetos polticosÓ o ser parte del debate social.
Dolores Juliano (2014) agrega que la sociedad jerr quica se relaciona con una jerarqua tambin en los discursos, esto es: a nadie se le ocurre legislar por ejemplo sobre el trabajo de los arquitectos y no consultarles acerca de de su trabajo. Estas situaciones no son eventuales ni actuales, algunos ejemplos mencionados por Silvia Federici (2013) nos dicen por qu los sindicatos negocian las pensiones, las condiciones de la jubilacin y la asistencia sanitaria, pero siguen dejando fuera de su programa los trabajos de cuidados y a las personas que requieren apoyo al envejecer.
Encrucijada II: posiciones de saber/no saber
Aqu hare mencin a las contradicciones se nos presentan cuando nos juntamos a debatir y como se entretejen los discursos sobre el trabajo del hogar y el cuidado en torno a los diferentes saberes que tenemos. En el mismo encuentro sealado en el epgrafe anterior adems de la presencia de los sin dicatos mayoritarios se encontraban algunas acadmicas, que compartieron informacin relevante en cuanto a esta situacin, a partir de una investigacin realizada sobre inmigrantes en el servicio domestico (Garca, Santos, & Valencia, 2011). Sin embargo, al momento de los reclamos de las activistas de Sindihogar en cuanto a la derogacin de la ley sobre trabajo domstico, algunas feministas e investigadoras no se mostraron receptivas a esta propuesta. Los argumentos que planteaban es que estaban propiciando (Sindihogar) un retroceso hacia una situacin peor a la actual y que esto de alguna manera, era darle argumentos al gobierno de que esta ley haba fracaso y que se deba volver al Rgimen anterior.
Retomando la discusin del encuentro, contrariamente al dejar sin defensin a las trabajadoras del hogar, lo que las activistas (Sindihogar) proponan era an ms radical: Òderogar una ley para trabajadoras de segunda y construir una nueva, con la participacin de las trabajadoras del hogar las que saben los problemas y abusos que se les presentan diariamente en estos trabajosÓ (Lilian Gonzales, 20/12/12).
Estas reivindicaciones no plantean un retroceso, sino que hacen referencia a la apuesta de una nueva normativa que realmente incluya a las trabajadoras del hogar dentro del Rgimen General, sin ninguna acepcin de especial (Vernica Orellana, 20/12/12). Y que se contemplen los reclamos y propuestas que las trabajadoras han realizado en cuanto a la eliminacin del despido por desistimiento, el pago de extras, vacaciones anuales, libranzas semanales, contrato por escrito, derecho a paro, revisin de los salarios segn el IPC y eliminacin del pago en especies.
Ante estos debates, Yuderkis Espinosa (2009) nos posibilita comprender la difcil tarea que se nos presenta al articular agendas en el movimiento feminista, cuestionando si la preocupacin se ha limitado al cuerpo sexuado y generizado sin poder articularla en muchos casos a una pregunta transversal con las polticas de racializacin y empobrecimiento. Lo que estara tambin definiendo los cuerpos que importan en una regin como Latinoamrica, agregara Europa, donde las polticas neoliberales han reconfigurado el mapa global an lado y otro del co ntinente (Espinosa, 2009).
En la posicin que me encuentro este ÒentreÓ que he construido como investigadora/activista, tambin estoy interpelada en la forma de producir conocimiento y en generar procesos reflexivos que den cuenta de las relaciones de poder que se tejen en nuestras cotidianidades. Ante esto, algunas compaeras acadmicas me han invitado a reflexionar sobre la sospecha de una posicin que puede reproducir la colonizacin de la colonizada. Como menciona Gayatri Spivak (2003) la subalterna nada puede decirnos. Su voz permanece eclipsada por los discursos sobre ella. Su experiencia colonizada por ellos. Podemos hablar por ellas, pero cuando levantan su voz la deslegitimamos y/o subestimamos. Estas situaciones, emergen para dar cuenta que las activistas, saben y reconocen las opresiones que las atraviesan.
Existe la posibilidad de caer en una ÒvirtudÓ que nos autoasignamos (Juliano, 2014) de saber, de cuales reivindicaciones son viables y cu les no. Sin embargo, el reclamo por una derogacin de la ley tiene que ver con la eternamente postergada reforma laboral. Con avanzar en la valoracin social de los cuidados y sentar las bases para otro tipo de reivindicaciones relacionadas con la cobertura de cuidados en condiciones dignas ampliando la justicia social tanto para las personas migradas como autctonas, trabajadoras y empleadoras (Gil, & Orozco, 2011).
Encrucijada III: diferentes luchas, de primeras de segundaÉ
En mi trnsito por el sindicato, he escuchado a muc has activistas de Sindihogar mencionar su malestar cuando se trata de salir a la calle y encontrarnos en las manifestaciones. Como he mencionado las mujeres que participan tienen grandes dificultades para circular libremente a causa de las restrictivas medidas que implica la
Ley de Extranjera 4/200010. Es por ello, que Sindihogar comparte su alianza y lucha con las asociaciones de inmigrantes, como son la actual Campaa Papeles sin Contrato y Papeles Para todas y todos11.
En discusiones con otras acadmicas y activistas tanto informales como a travs de sus escritos, comparto las reflexiones de Sandra Ezquerra (2014) en tanto parece existir una estratificacin de las luchas. Plantea que tanto la izquierda poltica como en los movimientos sociales sigue habiendo luchas de primera y luchas de segunda, por ejemplo refirindose a la escasa presencia de persona autctonas en las movilizaciones a favor de los Derechos y Libertad de las personas de origen inmigrantes. En el caso de las trabajadoras del hogar y el cuidado se complejiza, ya que se entrecruzan diferentes ejes de diferenciacin como son, la clase, el gnero, raza y situacin legal en el pas de residencia (Ezquerra, 2014).
Algunas notas de campo presentan cuestionamientos en este sentido. A la hora de invitar a otros colectivos a participar de las actividades que lleva adelante Sindihogar, las relaciones que se establecen, aunque claro, esta no con todas, Òa veces tienden a cierto colonialismo y paternalismo (Norma Falconi, 10/03/14). Algunas activistas lo han planteado como una forma de evidenciar relaciones con una visin unidireccional, por ejemplo, cuando Sindihogar es convocado a dar charlas sobre las trabajadoras del hogar; Òya que no es polticamente correcto estar hablando de cuidados y que no haya una sola trabajadora del hogar, sin embargo cuando las invitamos a nuestros encuentros es difcil que se comprometan y participenÓ (Isabel Escobar, 10/03/14). Una ltima reflexin, tiene que ver con la falta de reconocimiento de las luchas de este sector, ya que an Òtenemos que reivindicarnos como trabajadorasÓ (Elizabeth Romero, 07/06/14). El trabajo reproductivo y de las trabajadoras de cuidados, se conforma entonces como una ÇsubclaseÈ que an hoy d ebe luchar por ser reconocida como trabajadora, producto de la devaluacin del trabajo reproductivo y donde casi todas las mujeres se enfrentan al envejecimiento con menores recursos que los hombres (apoyo familiar, ingresos econmicos y bienes disponibles) (Federici, 2013). Ante estas diferentes posiciones respecto a las luchas que son proclamadas por diferentes mujeres, retomo a Adrienne Rich (2001) quien propone que ante la posibilidad de invisibilizar las diferencias y olvidar la multiplicidad, es necesario crear un cuerpo situado, como una metfora compleja del m undo y sus fronteras (clase, raza, sexo, edad) y las resistencias y recreaciones de sus propias representaciones (mestizas, transgnero, queer, trabajadoras del hogar) (Gil, 2011).
De todas formas, en el sindicato y en nuestra prct ica tambin se presentan dificultades al convivir con la diversidad. Como seala Isabel Escobar (14/05/15) todas nos enriquecemos pero tambin debemos compatibilizar formas de entender la puntualidad, las formas de hacer las cosas, los compromisos. Es una apuesta que hace la organizacin, intentar trabajar con la diferencia y Ònuestros propios prejuiciosÓ (C.C. 04/06/15).
Una propuesta: por una poltica de los afectos
Las reflexiones hasta aqu planteadas nos pueden orientar para comprender los itinerarios que han tenido que hacer algunas mujeres como trabajadoras del hogar y el cuidado, especficamente las activistas de Sindihogar para organizarse colectivamente. Aqu estn planteadas algunas de su s necesidades y la urgencia de apostar por otras formas de hacer poltica.
Cuando digo otras formas de hacer poltica me estoy refiriendo tanto a una articulacin poltica dentro de los procesos de investigacin como de las formas que he comprendido se han construido dentro de Sindihogar. Esta nocin va ms all de una idea de lo organizado, de lo ideolgico y racional, sino que ese accionar poltico se entreteje en nuestro espacio cotidiano, en la interaccin dialgica con otr@s y en nuestras acciones como nos plantea Margot Pujal (2003).
Esta posibilidad, surge a partir de involucrarme afectiva y polticamente con las activistas, en procesos de transformacin y reivindicacin de condiciones dignas de trabajo para este sector. As, se fue gestando una forma de hacer, vivir y compartir dentro de las asambleas, en la formacin, y con otros colectivos que he dado en llamar ÒmimopolticaÓ. Esta palabra rene aquello se estaba colocando en e l centro del quehacer con la necesidad de nombrarlo y visibilizarlo.
Es decir, dar cuenta no slo lo que nos afecta en un plano concreto y material como personas o sujetas de derecho (condiciones laborales injustas y precarias, por los bajos salarios, falta de contratos, despidos por desestimiento, abusos a las activistas que se encuentran sin papeles), sino tambin apostar por rescatar el cuidado (o el ÒmimoÓ) dentro de los procesos que participamos. Sin que esto se torne una carga ms para los agotadores trabajos de cuidados y por ende surja como posibilidad pero no como una imposicin ms.
Enfatizar la ÒmimopolticaÓ en el espacio de nuestros quehaceres cotidianos (en nuestras prcticas activistas, acadmicas, vitales) que nos posibilita comprometernos, apasionarnos, crear, prestar atencin a los detalles, sostenernos afectivamente, confraternizar y generar apoyo mutuo. ÒTodas aportamos con muchas cosas al desarrollo del grupo. Es la creacin sistemtica de un tejido humano, poltico, social, econmico y de relaciones. Somos mujeres, sujetos sociales y polticosÓ (Norma Falconi, 15/10/15). Por tanto, tambin es una propuesta por construir formas organizativas desde una poltica de los afectos, entendida como una forma de articularnos a travs del tejido de intensidades vividas, sentires, fragilidades. Invitndonos a dialogar sobre aquellas conexiones q ue no son posibles o aquellas donde encontramos mayor resistencias como a veces se produce en el nodo acadmico-activista o incluso dentro de la propia organizacin, por los propios ejes de diferenciacin que vivimos entre nosotras.
Estas formas de hacer quedan muchas veces relegadas o simplemente no se mencionan por entender que nos quitan tiempo, que no son productivas, que no tienen ningn fin en s mismo. Sabiendo que algunas veces vamos camino a ello y otras reproducimos aquello de lo cual nos queremos distanciar, generndose resquemores y celos entre las activistas (yo incluida) por los roles de liderazgo y visibilidad tanto dentro como fuera del colectivo. Lo cual no es ms que otra posibilidad para trabajarlo en cada asamblea y circunstancia concreta.
Por tanto, emprender prcticas donde colocar Òlos c uidadosÓ en el centro tambin tiene sus lmites, no significa que estas relaciones estn eximidas de relaciones de poder, conflicto y que muchas veces tambin nos genera frustraciones y agotamientos. Porque todas estamos tambin socializadas bajo el paraguas capitalista y patriarcal, lo cual nos lleva tiempo transformarnos a nosotras mismas para desde all comenzar un trabajo colectivo, como seala Pepe Ema (2014):
El cuidado tiene su lmite y su condicin en la construccin de una distancia con los otros y con uno mismo (con la soledad intransferible que vaca nuestra intimidad ms ntima). Esta distancia nos separa pe ro es tambin el terreno del vnculo social en el que aprendemos a hacer con los otros y con uno mismo sin la aspiracin a resolverlo todo, a cancelar las diferencias, o a encontrar un acomodo definitivo en algn tipo de armona o equil ibrio feliz (Ema, 2014).
Para comprender a qu me refiero con estas prctica s mencionar algunas que se tejen en el cotidiano del sindicato. La primera tiene que ver con las prioridades que se nos presentan en las asambleas, me refiero a trastocar el orden del da porque alguna activista llega con una situacin particular, en torno a lo laboral o a lo personal (celebrar cumpleaos, festividades o la obtencin de los papeles). Caso concreto cuando Joy Omoruyi (17/07/14) consigui sus papeles y aquella asamblea fue una celebracin, Ògracias a Sindihogar he podido tener mis papeles estoy muy felizÉ hay que seguir luchandoÓ. Aquel da Rose Odiase (17/07/14) se sumo diciendo Òmi hijo tambin consigui la renovacin de sus papelesÓ losdocumentos circularon por toda la sala y los abrazos all se multiplicaron. En el compartir los acontecimientos se genera una relacin otra, donde el colectivo no sigue un curso estrictamente rgido o estructurado, sino que hay un movimiento que surge desde lo inesperado y la alegra de que todas seamos parte de los logros tanto personales como colectivos. As nos mancomunamos, todas damos y todas recibimos.
Pese a ello, algunas de estas acciones han sido vistas slo como un Òespacio de reuniones socialesÓ (C.C, 17/11/14). Me pregunto entonces bajo qu premisas o miradas se est comprendiendo el hacer poltica. Me pregunto si no es una visin androcntrica que no tiene en cuenta o no ha sabido modificar sus formas de organizarse, apostando por colocar los cuidados en el centro como nos sealan algunas feministas (Gil, & Orozco, 2011; Prez Orozco, 2009).
La siguiente prctica hace mencin a como nos involucramos tejiendo redes y alianzas entre diversas mujeres y colectivos. A travs de las Jornadas Migroctones como del impulso del Sindibar (formacin socio-laboral, autogestionada). Estos proyectos permiten ser una confluencia de: las mujeres de Sindihogar/Sindillar trabajando sin parar para mejorar nuestra economa familiar y la independencia laboral, abriendo caminos, abriendo fronteras, fusionando saberes y sabores É mujeres en peligro de exclusin laboral, pero con muchas ganas de labrarse un futuro para ellas y sus hijos, dispuestas a trabajar, hemos logrado que La Bonne nos conceda un espacio, y estamos montando una pequea cafetera taller donde haremos talleres para que aprendan un oficio y puedan enfrentarse al mundo laboral (Jenny Garca, 07/05/15).
Al ocupar ese espacio, se sale de los carriles tradicionales de lo institucional, instituyendo otra forma hacia la autogestin a travs de las mujeres que participan, con la colaboracin de todo el equipo, tanto desde Sindihogar como desde la Bonne, Òuna experiencia muy buena (donde) siempre aprender algo nuevo y donde me ha gustado mucho el trabajo en equipoÓ (Isabel Escobar, 29/10/14). Esta vivencia va creando un entretejido poltico y de amistad, a sabiendas que no venimos todas de los mismos lugares, ni tenemos las mismas trayectorias. Sin embargo, las alianzas que all se producen es una forma de apostar por otras relaciones y politizar nuestras vidas, encontrando estrategias en comn. De algn m odo esto habla sobre generar espacios que rompan con lo meramente utilitario del otro/a.
Es una apuesta por otras posibles relaciones, sin generar discursos grandilocuentes, sino comprender que el cuidado tiene que ser parte de una relacin, de una manera distinta de estar en el mundo, una cultura, un lenguaje, una lucha. Las jornadas, formaciones, procesos de autogestin nos poner a dialogar y trabajar nuestras diferencias. ÒTodas aprendemos y todas nos transformamos. El trabajo colectivo es el objetivo para romper con los estereotiposÓ (Norma Falconi, 29/07/15). En este trnsito vamos aprendiendo que la militancia implica desgastes y por eso se evita generar otro deber ser. Es decir, reclamos por no llegar a las reuniones, no estar en determinadas manifestacionesÉ Partimos de comprender las dificul tades al cambiar horarios en los trabajos, al que una trabajadora interna le den su da de descanso y al poder manifestarse y circular libremente si no tienes papeles.
Estas relaciones tambin se tornan extensivas cuando se construye un tejido sindical donde se han recibido determinados apoyos de otras asociaciones y organizaciones, que acompaan y brindan solidaridad a su vez, establecindose una cadena de relacin de cuidados mutuos que es muy significativa (Juliano, 2014). Sin caer en paternalismos y relaciones victimistas. Como ha sido el estrecho vnculo creado con
Mujeres del Mundo Babel12 a partir de compartir experiencias y vivencias tanto en el Pas Vasco como en Barcelona.
La ltima prctica que mencionar hace referencia a generar espacios de autonoma, caracterstica constitutiva del sindicato si pensamos que se ha creado de forma independiente respecto de otras formas y tutelas sindicales. Teniendo en cuenta que aquellas estructuras se encuentran ms burocratizad as e institucionalizadas, con lo cual le ha permitido generar una agenda acorde al tiempo del colectivo y sus necesidades, construir espacios de debates y dilog os propios y no ceirse a las imposiciones externas o unas formas de ser y actuar de la poltica tradicional. Esto luego de los aprendizajes adquiridos:
En los dos primeros aos estuvimos seducidas por ese torbellino de peticiones; lo que impeda centrarnos en el desarrollo grupal como organizacin que acababa de nacer y que asuma un engranaje de responsabilidades; aprendimos a decir que no y slo se aceptaron las actividades hacia fuera que eran consideradas por Sindihogar (Sindihogar, 2015, p. 12).
Por ltimo, este tipo de relaciones ms amorosas e ntimas ha sido un factor para sostener espacios de creatividad. A partir de incluir el arte, la bioenergtica, la danza, performando en la sonoridad de los utensilios domsticos, se genera Òmucho movimiento y energa (hasta sentir) que todas salimos flotandoÓ (Magali Quevedo, 14/07/14), ubicando el espacio de lo domstico en otro registro. Como dice çfrica Garca (30/06/14) un espacio de Òparticipaci, creativitat...les dones lluitadores endavantÓ donde Òseguiremos luchandoÉ vivan las muj eresÓ (Kadiba Conde, 01/06/15).
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Formato de citacin
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Notas
1 La investigacin que da origen a los resultados presentados en esta publicacin recibi fondos de la Agencia Nacional de Investigacin e Innovacin bajo el cdigo Pos_Ext_2014_1_106090. La misma forma parte del proyecto de tesis titulado ÒMujeres en movimiento: ampliando los mrgenes de p articipacin social y poltica en la accin colectiva como trabajadoras del hogar y el cuidadoÓ, subscrita al Departamento de Psicologa Social de la Universidad Autnoma de Barcelona, bajo la orientacin de Marisela Montenegro y el Grupo de Fractalidades en Investigacin Crtica
2 En este artculo me gustara mencionar la colaboracin editorial de Inma Viguera. La lectura crtica y paciente de Africa Garca y Norma Falconi de Sindihogar. Y la fraternidad y complicidad de Marta Vergonyos y Neus Oriol del Centro Francesca Bonnemaison.
3 Sindihogar: Sindicato independiente de trabajadoras del hogar y el cuidado en Barcelona, Espaa. Blog: http://sindihogarsindillar22.blogspot.com.es. Facebook: https://www.facebook.com/sindihogar.sindillar.
4 Trmino construido a partir de las primeras jornadas que se celebraron en Sindihogar en colaboracin con La Bonne (Centro de Cultura Francesca Bonnemaison) y hace referencia al compartir saberes entre mujeres migrantes y autctonas: http://labonne.org/blog/tag/sindillar-sindihogar/.
5 Para una ampliacin de la metodologa: Fulladosa-Leal, Karina (2015). Creando puentes entre la formacin y la creatividad: Una experiencia de investigacin activista feminista. Universitas Humanstica, 79, 115-140. http://dx.doi.org/10.11144/Javeriana.UH79.cpfc.
6 Notas de cuaderno de campo, de aqu en adelante las notas aparecern con nombre y apellido, seguido de la fecha, de aquellas activistas que estuvieron de acuerdo en publicarlos. Las conversaciones informales y otras notas annimas aparecern solamente con la sigla C.C. y la fecha).
7 http://www.boe.es/diario_boe/txt.php?id=BOE-A-2011-17975.
8 CCOO, Comisiones Obreras: es el primer sindicato de Espaa por nmero de personas afiliadas y por delegados elegidos en las elecciones sindicales. http://www.ccoo.com/csccoo/menu.do. UGT, Unin General de Trabajadores: Es una confederacin sindical constituida en 1888. Uno de los dos sindicatos mayoritarios, dentro de los ms representativos, y por ello es un interlocutor social. http://www.ugt.es/ugt/default.aspx.
9 Territorio Domestico, es un espacio de encuentro, relacin, cuidado y lucha de mujeres, la mayora migrantes por sus derechos. http://territoriodomestico.net/?page_id=11.
10 Ley Orgnica 4/2000. Derechos y libertades de lo integracin social, del 11 de http://www.boe.es/buscar/act.php?id=BOE-A-2000-544. Extranjeros en Espaa y su enero del 2000.
11 https://www.facebook.com/papeles.paratodos?fref=ts.
12 Mujeres del Mundo-Babel son una asociacin ubicadas en el Pas Vasco donde se autodefinen como: un grupo de MUJERES, unas nacidas aqu y otras que han llegado de otros lugares, y que desde 1999 nos juntamos porque todas tenemos mucho que aportar y queremos intercambiarlo. Las pueden encontrar en: http://mujeresdelmundobabel.org/.
Reflexiones e interrogantes sobre la construccin interdisciplinaria en la praxis
Reflections and questions on the interdisciplinary construction in praxis
Sandra Lpez
Autor referente: slopez@psico.edu.uy
Universidad de la Repblica
Historia editorial
Recibido: 01/06/2015
Aceptado: 10/08/2015
RESUMEN
Las reflexiones e interrogantes presentes en este artculo devienen del inters de analizar y problematizar al respecto de la construccin interdisciplinaria en la praxis desde la perspectiva de la Psicologa Social Comunitaria.
En esta comunicacin lo propuesto es convocar al intercambio, en tanto este proceso de produccin acadmica se plantea a partir de una investigacin que defini como objetivo general comprender cmo se construye la interdisciplina en la praxis desde el anlisis de un caso integrando la perspectiva de referentes calificados. Si bien este estudio cumpli con lo propuesto tambin potenci el inters en comprender y dialogar con otros, lo que se constituy en motor para la escritura de este trabajo.
Se defini como punto de partida de la reflexin terica priorizar los enfoques latinoamericanos y realizar sin pretensin de exhaustividad una aproximacin conceptual a los trminos de interdisciplina y praxis.
Se integran algunos principios de la Psicologa Social Comunitaria en tanto se pretende identificar los aportes que desde esta perspectiva se puedan realizar a la construccin de la interdisciplinariedad en la praxis. Flexibilidad, incertidumbre, movimiento en clave en transformacin, apertura, dilogo, hacen a la caja de herramientas a considerar si lo propuesto es trabajar con otros.
Las consideraciones finales se plantean en clave de interrogantes en tanto el desafo es preguntarse para procurar generar alternativas transformadoras en los procesos de construccin interdisciplinar.
Palabras clave: Interdisciplina-praxis; Dilogo transformador.
RESUMEN
Reflections and questions present in this article become of interest to analyze and problematize about interdisciplinary construction in praxis from the perspective of Community Social Psychology.
In this paper it is proposed to convene the exchange, while the process of academic production arises from an investigation that defined as general objective to understand how interdisciplinary praxis is built from the analysis of a case concerning mainstreaming the qualified. While this study complied with the proposal also it enhanced the interest in understanding and dialogue with others, becoming the engine for writing this work. It was defined as the starting point of theoretical reflection prioritizing Latin American approaches and making no claim to completeness a conceptual approach to the terms of interdisciplinary and praxis.
Some principles of Community Social Psychology can be made to the construction of interdisciplinarity in praxis; as it seeks to identify the contributions from this perspective. Flexibility, uncertainty, movement in key transformation, openness, dialogue, make the toolbox to consider whether the proposal is to work with others.
The final considerations arise in key questions as the challenge is to seek alternatives generating transformative interdisciplinary construction processes.
Keywords: Interdiscipline-praxis; Transforming-dialogue.
Introduccin: Un Punto de PartidaÉ
Las reflexiones e interrogantes presentes en este artculo devienen del inters de analizar y problematizar al respecto de la construccin interdisciplinaria en la praxis desde la perspectiva de la Psicologa Social Comunitaria.
Un proceso de produccin acadmica que tuvo como punto de partida la tesis de Maestra de Psicologa Social (Facultad de Psicologa) iniciada en el ao 2013. En dicha investigacin la preocupacin terica central estuvo focalizada en comprender cmo se construye la interdisciplina en la praxis a partir del anlisis de un caso instrumental conjugando e integrando la perspectiva de referentes calificados (rea salud y educacin). Si bien este estudio logr dar respuesta al objetivo propuesto, sobre todo potenci el inters en comprender y abrir el dilogo en otros escenarios sobre la complejidad que los procesos de construccin interdisciplinaria conllevan lo que oper como motor para la escritura de este trabajo.
Comprender se concibe desde la perspectiva que plantea çlvarez Pedrosian (2012) es decir, como una accin que desde una escucha activa se aproxima al fenmeno que se pretende conocer, integrando la dimensin de la reflexin, de la subjetividad y de los supuestos que atraviesan al propio investigador.
Para ello se define hacer foco en cules son las condiciones para la construccin de espacios de reconocimiento entre semejantes, entre disciplinas, entre teora y prctica, entre saberes diferentes, entreÉA partir de la preposicin ÒentreÓ es pertinente referenciar a De Brasi (2005) cuando enuncia que el ÒentretextoÓ:
Ése va bordando con las hebras de la ÒgrupalidadÓ esa grupalidad conformada por sujetos historizados por la singularidad de sus historias, de sus saberes, de prcticas diversas, en s de vidas entre/cruzadas, constructores de una trama social, cultural e histrica de la cual todos son (somos) partcipes (p. 453).
En este sentido se entendi pertinente realizar una aproximacin al proceso institucional transitado por la Universidad de la Repblica (Uruguay) y en reconocimiento a que la trama se entreteje con otros, integrar tambin la perspectiva de algunos autores argentinos.
Se hace necesario precisar que en este trabajo no se pretende realizar un anlisis exhaustivo de los conceptos de interdisciplina y praxis sino que los mismos sern considerados como soporte habilitantes de las reflexiones e interrogantes planteadas. Desde el paradigma de la Psicologa Social Comunitaria los conceptos explicitados permitirn identificar y dar nombre en tanto unidades tericas, con el recaudo de evitar atrapar los procesos en significaciones predeterminadas pues el propsito es poder articularlos de modo tal que se constituyan en herramientas que posibiliten/habiliten transformaciones.
Por ello el desafo planteado en las consideraciones finales es en clave de interrogantes en tanto la incertidumbre y las tensiones presentes en el trabajo de los equipos interdisciplinarios son convocantes de movimiento permanente.
Algunas Lneas de Reflexin
Luego de establecido un punto de partida es posible esbozar algunas lneas que definen el recorrido a realizar y en ese sentido se comienza a delinear un primer trazo empezando por la Universidad de la Repblica (Uruguay).
ÀPor qu la Universidad de la Repblica? Porque en el pas es la institucin pblica que histricamente asumi la responsabilidad de reconocerse como creadora de conocimiento. La enseanza, la investigacin y la extensin son los pilares que sostienen la formacin de los profesionales en todas las reas. La opcin de hacer referencia a la Universidad se entiende pertinente en un trabajo que centra su inters en la praxis integrando lo interdisciplinar y por ende lo inter-profesional. Lo constatado a nivel institucional es la existencia de multiplicidad de perspectivas y enfoques entrecruzados donde el instrumentar polticas parece no alcanzar pues la realidad universitaria se presenta como un puzzle donde las piezas no logran encastrar y permanecen dispersas.
En el recorrido delineado se parte de lo enunciado en el 2012 por el ex- rector Rodrigo Arocena en una instancia acadmica en el Espacio Interdisciplinario donde expresa:
La interdisciplina es lo ms antiguo del quehacer acadmico y, a la vez, su futuro. El trabajo interdisciplinario existe desde Larraaga, desde antes de la fundacin de la Universidad, y se haca en la academia griega. Por otro lado, la actividad cientfica moderna tiene un carcter conectivo. Ya sea para interpretar o para transformar el mundo se necesita de distintas disciplinas (Arocena, 2012)
De acuerdo a esta referencia temporal se podra indicar que el paso del tiempo no siempre desata nudos sino que a veces los entrelaza con ms fuerza y as permanecen ataduras que obturan el resquebrajamiento de viejos paradigmas an vigentes en el marco acadmico
Mientras tanto a nivel del Consejo Directivo Central (Universidad de la Repblica) se han tomado diferentes resoluciones promoviendo lo interdisciplinar. En 1999 se crean las reas y unidades acadmicas y en 2001 se aprueba una ordenanza sobre el funcionamiento de las mismas, la cual refiere especficamente a ÒRedes de Unidades Vinculadas por Disciplinas (Redes Disciplinarias) y a Redes de Unidades Vinculadas por Temas Interdisciplinarios (Redes Temticas), en la que los integrantes actuarn en paridad de condicionesÓ. En este contexto es apropiado subrayar el posicionamiento de la Unidad Central de Medio Ambiente en tanto formula una propuesta donde destaca la importancia de la interdisciplinariedad para el tratamiento de los problemas ambientales y enuncia:
É el ejercicio de la interdisciplinariedad es una vieja aspiracin dentro de la Universidad de la Repblica, que sin embargo ha tenido muchas dificultades y trabas para ejercerse, debido al peso de los enfoques tradicionalmente disciplinarios que han dominado la historia del pensamiento universitario. É Se requiere de un examen profundo del papel y de la responsabilidad tcnica y social de cada disciplina universitaria frente a la cuestin ambiental y al concepto de desarrollo sostenible, y en consecuencia, definir un accionar simultneo en la formacin de los estudiantes y de los propios docentes, as como en la complementacin de la formacin de los egresados, todo dentro de un proceso permanentemente crtico y dinmico, nutrido de la riqueza de la interdisciplinariedad (Red Temtica de Medio Ambiente, 2013, p. 10).
La propuesta de esta red prioriza el fortalecimiento de lo ambiental hacia la interna de la propia Universidad y el promover nexos con otros sectores de la sociedad de modo que la produccin de conocimiento sobre esta temtica se consolide y articule con la formacin e investigacin interdisciplinarias.
En el marco de este proceso en 2007 se crea la primera estructura interdisciplinaria a nivel central y en la resolucin que da cuenta de: ÒEl Espacio Interdisciplinario en la transformacin acadmica de la UniversidadÓ se enuncia:
La modernizacin acadmica de la Universidad incluye varias dimensiones; una fundamental es el impulso a las colaboraciones ÒhorizontalesÓ entre disciplinas y servicios universitarios, lo que hace a la esencia misma de la institucin como mbito de cultivo, enriquecido por interaccin, de todas las reas del conocimiento y la cultura. (Espacio Interdisciplinario, 2007).
Estas decisiones dentro de la estructura universitaria van perfilando una poltica dispuesta a promover, generar y reconocer la necesidad de instrumentar propuestas interdisciplinarias. Enunciados que podran entenderse como propositivos pero que habilitan preguntarse: Àcorre este espacio interdisciplinario el riesgo de instituirse con reglamentos y normativas que capturen lo interdisciplinario? ÀLos espacios propuestos son para transformar o para reformar? ÀCmo operan las lgicas profesionales en la construccin de lo interdisciplinar? ÀCmo se define la formacin en interdisciplina en la Universidad de la Repblica?
Algunas de estas interrogantes fueron abordadas en una investigacin realizada en el Espacio Interdisciplinario en un estudio que apunt a realizar un relevamiento actualizado sobre los grupos de investigacin interdisciplinarios y analiz varios aspectos sobre esta realidad. Un avance de ese trabajo se public en mayo de 2012 en la revista digital de la Universidad de Mxico con el ttulo ÒInterdisciplina en el estuario Saberes orillerosÓ donde se seala:
El objetivo general de esta investigacin es diagnosticar el estado actual de la interdisciplina en la UdelaR, a partir de un abordaje exploratorio que no parte de una concepcin establecida sobre la interdisciplina, sino que apuesta a la emergencia de la misma a partir de las percepciones de los actores universitarios (Cruz, Vienni, Aguiar, & Repetto, 2012, p. 5).
Y dentro de los objetivos especficos se plante analizar las modalidades de trabajo interdisciplinario, detectar dificultades, obstculos, fortalezas y ventajas de las diversas propuestas existentes. El fin formulado fue repensar la interdisciplina en los diferentes niveles de la institucin universitaria y promover espacios de interaccin entre las disciplinas.
Es pertinente explicitar, adems que en el proceso transitado en los ltimos aos, la Universidad se ha planteado entre otros desafos acadmicos: abordajes en clave de integralidad. Desde esta definicin no slo se jerarquiza la interdisciplinariedad sino que la hace parte del proceso de formacin en el marco de las tres funciones (enseanza, extensin e investigacin). En el Fascculo N¼ 10 ÒHacia la Reforma UniversitariaÓ se explicita:
É la perspectiva interdisciplinaria tanto en el nivel epistemolgico vinculado a la enseanza (tratamiento de los contenidos) y a la creacin de conocimiento (construccin del objeto de investigacin), como en el nivel de intervencin (construccin y abordaje de los problemas y conformacin de los equipos) (Universidad de la Repblica, 2010, p. 26).
Adems de la referencia a estos lineamientos especficos de la Universidad en el Uruguay, se integrarn a este artculo otros enfoques y perspectivas considerando trabajos realizados en la Argentina con el objetivo de identificar otros trazos que al entrecruzarse posibiliten profundizar en el anlisis y la reflexin sobre el tema propuesto.
La interdisciplina y los vaivenes que el proceso de construccin conlleva convoca a diversas reas de conocimiento y en este sentido se considera el artculo ÒTrabajo interdisciplinario e interinstitucional: ser o no serÓ (Jar, 2010), publicado en la revista de la Asociacin de Microbiologa de Argentina. La autora plantea, interroga y analiza las dificultades para presentar proyectos de investigacin interdisciplinaria; segn Jar, parecera ms fcil conseguir recursos que financien propuestas interdisciplinarias que conformar grupos de investigacin interdisciplinaria. Esta afirmacin se fundamenta en tanto aporta datos de los proyectos presentados por la Agencia Nacional de Promocin Cientfica y Tecnolgica de la Argentina entre 2006- 2012 y refiere de manera crtica al lugar que ocupa la interdisciplina en la Universidad de Buenos Aires. Seala que a nivel de grado no se ha logrado instrumentar procesos de formacin interdisciplinar, mientras que las carreras de posgrado Òexplicitan este objetivo entre sus fundamentos, lo que refleja el compromiso con la educacin multi/interdisciplinariaÓ (Jar, 2010, p. 2). Sin embargo, expresa que esta intencionalidad en la formacin responde a que Òel progreso cientfico y tecnolgico ha actuado como motor de la interdisciplinariedad, y todo hace concluir que lo seguir haciendo en el futuroÓ (Jar, 2010, p. 3) pero todava slo integra la letra de los programas.
Si bien fue posible identificar una amplia gama de producciones que refieren a la interdisciplinariedad son escasos los trabajos focalizados en cmo se construye la interdisciplina en la praxis. Una de las investigadoras argentinas que se ha ocupado de ello es Cecilia Hidalgo, Natenzn, & Agumn (2010) quien plantea que en el mundo contemporneo se conforman redes de conocimiento, lo cual constituye un cambio significativo que requiere un sustento terico para su comprensin, pero an no hay estudios suficientes que permitan comprender la dimensin y complejidad de estos procesos. En ÒInterdisciplina: Construccin de conocimiento en un proyecto internacional sobre variabilidad climtica y agriculturaÓ (Hidalgo, Natenzon, & Podest, 2007), los autores refieren a las caractersticas de la tarea en una investigacin cientfica interdisciplinaria en la que logran identificar el lugar protagnico del coordinador, pues, segn constatan, para los dems integrantes del equipo son ms los motivos para no participar que para aliarse a la tarea. Y concluyen enfticamente planteando que trabajar interdisciplinarmente no es Òtarea sencillaÓ (p. 54).
Adems, hacen explcito el reconocimiento de la interdisciplinariedad promovida por organismos financiadores de investigacin en conjuncin con la academia como estrategia y recurso necesario para abordar problemas complejos. En ese contexto sealan la necesidad de una clara articulacin entre universidad-empresa-sociedad, de modo de entrecruzar intereses y objetivos.
Hidalgo (2008) analiza una experiencia concreta y expresa:
É la red que nos ocupa contempl la autorreflexin sobre el proceso de construccin colectiva de conocimiento que se llevaba a cabo. El hecho de que la reflexin sobre la experiencia del trabajo en red fuese objetivo del propio equipo supone una gran diferencia de esta investigacin con respecto a otras, en las que las dificultades tienden a negarse y por ende a quedar fuera del registro (Hidalgo, 2008). Estamos ante una red que tematiz sus problemas, disponindose a analizarlos y superarlos de manera colectiva (p. 464).
La singularidad de este equipo de investigacin residi en integrar a la tarea, la dimensin de la reflexividad sobre lo que iba aconteciendo. Hidalgo da cuenta de que se pudo identificar la validez que ello tiene en el marco de procesos de trabajo interdisciplinarios pero reconoce que no es habitual que acontezca.
Estos trazos parecen delinear una realidad que exigira definir un claro proceso de transformacin dado que a partir de las referencias consideradas parece evidenciarse que la interdisciplinariedad tiene un lugar en los espacios universitarios y en diferentes proyectos pero an falta tomar definiciones y profundizar cambios en diferentes planos.
Pinceladas Sobre Interdisciplina y Praxis
Desde la Psicologa Social Comunitaria que opera como soporte de este trabajo y considerando el origen pluridisciplinario de la misma se integran estas pinceladas conceptuales sobre interdisciplina y praxis. De acuerdo a lo planteado como punto de partida lo definido es tomar algunos autores de modo que sus aportes habiliten la reflexin y se generen preguntas convocantes de nuevas producciones e intercambios. El trmino interdisciplina ha sido abordado desde mltiples perspectivas pero un referente terico que se considera clave es Morn, por ello es relevante aproximarse a algunas nociones por l enunciadas ÀA qu refiere Morn cuando expresa la necesidad de ecologizar las ideas y sus organizaciones? ÀSer una expresin de deseo o ser un horizonte? ÀSer posible? A lo que apela Morn cuando describe la produccin del conocimiento de los ltimos siglos es a la necesidad de volver a considerar la condicin humana como central en ese proceso. En un transcurrir histrico donde las perspectivas positivistas disciplinares fueron impregnando las producciones cientficas y distancindose de lo humano a punto tal de desvirtuar el sentido mismo del conocimiento. En su anlisis conjuga enunciados como Òhistoria oficial de las cienciasÓ-Òcara oscura de la lunaÓ (Morn, 1995) para dar cuenta de cmo la nocin de hombre se ha ido resquebrajando y se ha ido imponiendo una lgica fragmentaria, por lo tanto pasa a ser del orden de lo urgente Òno olvidarse de que el hombre existe y no es una ilusin naf de humanistas pre cientficos.Ó (1995) Lo sealado en torno al proceso histrico de construccin de lo disciplinar posibilita la comprensin acerca de cmo se fue estructurado y organizando el conocimiento en parcelas de poder.
Se puede plantear a partir de ello cmo se van acorazando los profesionales con ÒarmadurasÓ que los van distanciando de lo que debera ser lo esencial del conocimiento en las ciencias humanas y sociales. De este modo los valores propios del sistema capitalista de parcelacin y propiedad privada impregnan los saberes disciplinarios y fortalecen el poder de las especialidades, donde las fronteras disciplinares parece que no delimitan sino que ÒamurallanÓ.
Segn Morn esta situacin comienza en el siglo XIX avalado por la consolidacin de los espacios universitarios y se profundiza en el siglo XX con el auge de la investigacin. Proceso que se fue haciendo cada vez ms crnico contribuyendo a
generar una brecha entre la academia y la sociedad. De modo tal que han sido las circunstancias de la vida misma y de los procesos histricos lo que ha llevado a la necesidad de articulacin interdisciplinar de manera de sortear niveles de complejidad que era imposible abordar desde una nica disciplina. Realidad que el autor identifica y define como un Ògran problemaÓ donde no slo el lenguaje opera como obstculo sino que los conceptos parecen del orden de lo intransferible entre los distintos paradigmas cientficos. Ante ello hace referencia a la necesidad de definir nociones claras como cooperacin habilitadora de articulaciones e identificar objetos comunes que sean soporte de proyectos compartidos a modo de vas posibles para el intercambio interdisciplinario. Hace explcito que lo propuesto no es quebrar con las disciplinas pues ello se constituira en un riesgo, por lo tanto plantea que las disciplinas deben ser como la vida misma abiertas y a la vez cerradas. Morn hace acuerdo con Blas Pascal en un conocimiento en movimiento que va de las partes al todo y del todo a las partes.
Lo enunciado se enmarca en las consideraciones realizadas por el autor respecto a la necesidad de civilizar el conocimiento inherente al paradigma de la complejidad. Perspectiva que lleva consigo el desafo de lo incierto y de que no es posible abarcarlo todo donde la alternativa no pasa por fraccionar y fragmentar el saber pues entiende que lo mutilante produce acciones mutilantes y afirma: ÒSlo el pensamiento complejo nos permitira civilizar nuestro conocimientoÓ (Morn, 2007, p. 35).
Desde el reconocimiento de esa dimensin de la complejidad y por ende, desde la heterogeneidad de la trama inherente a toda propuesta interdisciplinaria, se entiende que la misma no puede constituirse en una proposicin que congregue pretendiendo tener carcter resolutivo sino que slo podra constituirse en una alternativa para comprender con otros ÒalgoÓ de ese entramado denso y complejo que se pretende abordar.
Los aportes de Morn se constituyen en soporte de otras perspectivas que se integran a este trabajo. Al respecto se considera lo sealado por Rudolf (2010) en el artculo ÒLa interdisciplina en los procesos de extensinÓ donde destaca que Òslo desde esa mirada que asuma la complejidad estaremos acercndonos a la realidad de una forma medianamente cientficaÓ (p. 83). La autora ubica en el orden de la necesidad y en el plano de lo tico la conformacin de equipos para abordar los temas de salud y en su anlisis focaliza en las construcciones disciplinarias, profesionales, interdisciplinarias e integrales en ese campo especfico. Considera lo enunciado por Enrique Saforcada y concibe que la conformacin de equipos es la nica forma de: Òrecomponer Òla unidad ecolgicaÓ del ser humano (colectivo) con su ambiente, despus de los minuciosos anlisis que la modernidad hizo de todas esas ÒpartculasÓ para llegar a la conclusin de que son inseparablesÓ (Rudolf, 2010, p. 85).
Esta reflexin sobre la interdisciplina en la extensin se aproxima a ciertos puntos que son significativos respecto al enfoque que pretende tener este trabajo, en tanto Rudolf hace referencia a la necesidad de ser respetuosos y democrticos no slo entre nosotros sino tambin con los otros (no acadmicos) y con los saberes de los otros. Ante ello surge interrogarse Àentre nosotros somos respetuosos y democrticos? ÀSer respetuosos y democrticos no constituye algo del orden de lo polticamente correcto? Interrogantes que se formulan en tanto se puede identificar/reconocer que en la prctica estos principios parecen regir a modo de pilares el trabajo con los otros pero no necesariamente entre nosotros. Por lo tanto en el marco de esta reflexin donde el preguntar/se es parte de lo propuesto surge Àen qu medida esto se constituye en obstculo de la construccin interdisciplinaria?
Otro aspecto a considerar de lo planteado por Rudolf es que ese ÒnosotrosÓ al que hace referencia lo retoma luego en su trabajo e integra lo vincular en los procesos interdisciplinarios y propone la necesidad de pensar en ello visibilizando el poder intrnseco que esta dimensin tiene en todo proceso de interrelacin humana.
Entre los referentes tericos del Ro de la Plata el tema de la interdisciplinariedad ha sido analizado desde diferentes enfoques, una de las autoras argentinas consideradas es Stolkiner (1999), quien refiere a la yuxtaposicin de dos tipos de prcticas:
Éla de la investigacin interdisciplinaria y la de la configuracin de equipos interdisciplinarios asistenciales. (É) la diferencia es de nfasis en cuanto al producto. En el caso de la investigacin el nfasis es la produccin de conocimientos. En el caso de los equipos asistenciales el nfasis est en la produccin de acciones. Nadie, no obstante, podra separar de manera absoluta la investigacin de su efecto en las prcticas y nadie podra suponer que el desarrollo de acciones no produzca, o deba producir, simultneamente, conocimientos (p. 1).
Si bien la clasificacin remite a diferenciar prcticas, involucra la dimensin de la praxis como inherente e inseparable a los procesos que acontecen tanto en la investigacin como en la asistencia. Stolkiner ha abordado el tema de interdisciplina conjugando diferentes aristas y hace una clara diferenciacin entre las prcticas hospitalarias y las que acontecen en comunidad. Plantea que estas ltimas en muchos casos implican la integracin de ÒotrosÓ que no son necesariamente profesionales y por ello habla de la necesaria construccin de inter-saberes donde resulta central la definicin de problemas y objetivos con la gente protagonista de esos procesos.
Desde esta perspectiva se reconoce que existen aportes significativos respecto a la mejor comprensin de los fenmenos pero faltara produccin que aproxime a la comprensin sobre lo que acontece entre quienes investigan juntos. Por ello, en lo que respecta a la interdisciplina en la praxis (foco de este trabajo) los obstculos parecen surgir por la ausencia de espacios de reflexin sobre el cmo abordar interdisciplinariamente la realidad pero tambin porque no se integra a la tarea el anlisis del proceso del equipo de trabajo.
Segn la autora la interdisciplina nace de la indisciplina pues entiende que los problemas complejos son imposibles de enmarcar y circunscribir a una nica perspectiva e invita a hacer ciencia desde lo irreverente. Se entiende y acepta esta propuesta provocativa de la necesaria transformacin en la actual produccin de conocimientos donde el esfuerzo en el plano de la interdisciplinariedad debera centrarse en integrar la dispersin entre teora y prctica entre quienes pretenden trabajar interdisciplinariamente. Se llegara de este modo a visibilizar cuales son las fisuras en ese proceso para poder tender puentes desde la reflexividad.
Stolkiner hace referencia a los aportes de Elichiry (2009) quien considera las fragmentaciones del conocimiento y analiza los procesos de formacin universitaria. Segn Elichiry (2009) en el diseo de los currculos aparece en los primeros aos una fuerte presencia de la teora y sobre el final se plantean las prcticas. La autora refiere a un modelo diseado donde se asla la formacin de los contextos socio-histricos generando lo que llama Òislas acadmicasÓ descontextualizadas. Reconoce que los planes de estudios operan fragmentando el conocimiento en tanto se organizan en compartimentos estancos que obstaculizan la comprensin de la realidad.
Para Elichiry la interdisciplina constituye en s misma un reconocimiento de la complejidad donde las diferentes disciplinas desde la cooperacin y la reciprocidad promueven el enriquecimiento mutuo y la transformacin, sin perder cada una su especificidad. Destaca que esta ltima condicin es esencial para el trabajo interdisciplinario. Le da as mismo un lugar relevante a los sujetos protagonistas de ese proceso de trabajo y plantea una serie de pre-requisitos complementarios para que la interdisciplina sea tal:
1. Trabajo en equipo: formacin de actitudes cooperativas en el grupo.
2. Intencionalidad: que la relacin entre las disciplinas sea provocada. El encuentro fortuito entre disciplinas no es interdisciplina.
3. Flexibilidad: que exista apertura en cuanto a bsqueda de modelos, mtodos de trabajo, tcnicas; sin actitudes dogmticas, con reconocimiento de divergencias y disponibilidad para el dilogo.
4. Cooperacin recurrente: que haya continuidad en la cooperacin entre las disciplinas para lograr cohesin del equipo. Una cooperacin ocasional no es interdisciplina.
5. Reciprocidad: est dada por la interaccin entre las disciplinas. La reciprocidad lleva al intercambio de mtodos, conceptualizaciones, cdigos lingsticos, tcnicas, resultados, etc. (Elichiry, 2009, p. 5)
Lo enunciado podra dar respuesta a la interrogante respecto a cules son las acciones/interacciones para construir interdisciplina. Es decir si se toman en cuenta estos puntos estaran dadas las condiciones para que las propuestas de trabajo interdisciplinarias en la praxis se constituyeran en posibles alternativas transformadoras. Por lo tanto sera necesario integrar a la reflexin otras preguntas pues si desde la teora est explicitado Àpor qu en los procesos interdisciplinares emergen tensiones y obstculos que obturan la construccin colectiva? Àqu acontece? Àser que no se sabe de estos pre-requisitos? o Àser que con saber no alcanza?
Una posible respuesta puede estar en lo que plantea Najmanovich (2008) de que la modernidad nos ha condenado a lgicas que no responden a la dimensin de la complejidad y que desde esa complejidad deberamos reconfigurar las formas de Òproducir, validar y compartir el conocimientoÓ (p. 27) Pero adems resulta pertinente la referencia que hace la autora respecto a las limitaciones que imponen posicionamientos paradigmticos que privilegian el producto sobre el proceso. De este modo se esconden los procesos de los que fueron protagonistas los sujetos y la comunidad que le dieron sentido en la singularidad de ese transitar. Por lo tanto desde la linealidad disciplinar no es posible abordar la realidad del Òciudadano planetario de fin de siglo que se encuentra navegando en la complejidadÓ (Najmanovich, 2008, p. 136)
Lo propuesto lleva a lidiar indefectiblemente con la incertidumbre conjugada con la certeza de que no hay respuestas completas y que slo en el intercambio sostenido en un dilogo al que singularmente denomina Òfertilizacin cruzadaÓ ser posible nutrirse de los aportes de los otros desde una clara diferenciacin que d lugar a lo interdisciplinario desde la irrupcin creativa. El conocimiento no es un proceso abstracto sino que ocurre siempre en el ÒentreÓ y es en ese intersticio donde surge la posibilidad de lo novedoso. Por esta razn lo que designa como fertilizacin cruzada Òno implica una mezcla indiscriminada, ni una yuxtaposicin, sino que abre el juego a nuevas emergencias sin necesidad de sntesisÓ (Najmanovich, 1998, p. 9).
Tal vez en ello radique las dificultades/obstculos en los que pretende detenerse este trabajo y por ello tal como se plante en prrafos anteriores no alcanza con identificar cules son los requerimientos para el trabajo interdisciplinario de los equipos pues la dimensin de la complejidad de los problemas a abordar y de los procesos por los que transitan los sujetos protagonistas constituyen en s tramas enredadas. Por lo tanto lo posible ser integrar a esta reflexin los vaivenes de la vida misma dado que no hay respuestas que operen como frmulas en tanto el desafo es propio de la construccin interdisciplinaria. Palabras hilvanadas en textos que adquieren sentido en tanto se parte de entender que la produccin de conocimiento requiere de la necesaria integracin de saberes y por ende es necesario asumir una actitud de comprometida vigilancia epistemolgica de modo de no repetir lgicas empobrecidas por la linealidad y la fragmentacin.
En el marco del anlisis propuesto es necesario integrar la dimensin de lo ideolgico y uno de los autores que integra esta perspectiva es Follari, quien seala que si bien la interdisciplinariedad pareciera prxima al discurso crtico hacia el sistema capitalista dominante ubica el surgimiento de la misma en el marco de:
Éel paquete modernizador post-68, relegitimador del dominio capitalistaÓ y agrega que Òlas reuniones realizadas para extender y promover la interdisciplina se hacan bajo la clara advocacin de que haba que calmar la protesta estudiantil, y finalizar con el predominio de la conciencia anti-sistemaÓ (Follari, 2013, p. 116)
A partir de esta consideracin de interdisciplina el autor analiza los atravesamientos posteriores y las marcas que conlleva en el presente dando respuestas a intereses diversos. Explcitamente refiere a que Òcontinan dndose esta clase de posiciones que promueven una interdisciplina ligada al mundo tecnocrtico y empresarial, utilitarista y anti-terico, de neto corte liberal-conservador en el plano ideolgicoÓ (Follari, 2013, p. 117). E introduce la nocin de que bajo el paraguas de la interdisciplina se pueden encontrar diferencias realmente inconciliables tanto desde lo ideolgico como desde lo epistemolgico.
Follari seala que las propuestas interdisciplinarias son avaladas y promovidas en muchas ocasiones por la derecha ideolgica pro empresarial por lo tanto plantea como errneo que hablar de interdisciplina responda siempre a posicionamientos de un paradigma crtico. En este proceso ubica tambin la relacin universidad-empresa y las consecuencias generadas a partir de ello en el:
Édemrito relativo de la formacin cientfica tras el acento puesto en la formacin exclusivamente profesional. Se ÒoperativizÓ la formacin de acuerdo con la lgica eficientista de los empresarios privados o del Estado como (por entonces) el gran empresario, subordinando el pensamiento crtico y las posibilidades de actividad profesional no regida tan directamente por la dinmica inmanente de la ganancia (Follari, 2005, p. 8).
Reafirma que estos efectos propios del sistema imperante sesgan tambin las investigaciones y a veces en el perfil de las mismas predomina lo utilitario y lo inmediato al servicio de una burocracia que prioriza la innovacin tcnica sobre lo social. Reconoce en ello el riesgo que se da a partir de pretender imponer lo real sobre construcciones tericas, distanciado as teora y prctica. Follari integra la dimensin vincular y destaca como condicin necesaria para la interdisciplina la disposicin a trabajar colectivamente con otros. Abordajes que implican exigencias tericas y metodolgicas de las disciplinas participantes donde lo inter siempre exige la materia de lo disciplinar adems de la necesaria integracin de propsitos prefijados conjugados con posicionamientos abiertos y flexibles. Proceso por lo tanto que se caracteriza como lento y requiere de paciencia Òla interdisciplina desafa el tiempo de las burocraciasÓ (Follari, 2013, p. 128)
Praxis- Pinceladas Latinoamericanas
Desde el marco terico referencial de la Psicologa Social Comunitaria se han reconocido siempre los aportes provenientes de diferentes disciplinas y se integran otras perspectivas de modo que la complementariedad de miradas singulariza los abordajes que se realizan. En este sentido para conceptualizar praxis se parte de una aproximacin conceptual desde el enfoque de tres referentes latinoamericanos, de la sociologa, de la educacin y de la filosofa: Fals Borda, Paulo Freire y Jos Luis Rebelatto.
El recorrido se har de norte a sur. Se parte de Fals Borda y de lo escrito en 1978 en: ÒPor la praxis: el problema de cmo investigar la realidad para transformarlaÓ:
Nuestras herramientas especiales de trabajo han sido y son mayormente los marcos de referencia y las tcnicas con las que sucesivas generaciones de cientficos han intentado interpretar la realidad. Pero bien sabemos que estas herramientas de trabajo no tienen vida propia, sino que toman el sentido que les demos con sus respectivos efectos en variados campos de la vida y del conocimiento. De all que no podamos desconocer el impacto social, poltico y econmico de nuestros trabajos y que, en consecuencia debamos saber escoger, para nuestros fines, aquello que sea armnico con nuestra visin de la responsabilidad social. Asimismo se satisface tambin nuestra vivencia. (Herrera Farfn, & Lpez, 2014, p. 213)
El autor parte del anlisis de la realidad colombiana y considera la dimensin del compromiso de los cientficos ante un proceso histrico que requiere de un claro posicionamiento del investigador en tanto no es ajeno a los fenmenos que investiga. Refiere al riesgo de hacer de la teora Òun feticheÓ y pretender ajustarla a la vida y reducir la realidad a conceptos definidos obturando el anlisis y la reflexin.
Para ello es necesario plantearse la necesaria integracin de las disciplinas y promover transformaciones estructurales de modo de dar lugar a una ciencia social crtica apropiada a las necesidades de la regin y a las producciones cientficas del momento. En este marco para referir al concepto de praxis el autor remite a las definiciones de Hegel y Marx y plantea: Òla praxis, entendida como una unidad dialctica formada por la teora y la prctica, en la cual la prctica es cclicamente determinanteÓ (Herrera Farfn, & Lpez, 2014, p. 225).
Seala la necesidad de entender la praxis en trminos donde permanentemente sea posible reiniciar ciclos rtmicos de investigacin-accin. Ello conlleva a la reflexin sobre la prctica una otra y otra vez donde a punto de partida de los resultados se promueva el intercambio entre conceptos y hechos.
En este limitado esfuerzo por adquirir conocimiento vlido y til a la vez, surgi finalmente otro factor que no era nuevo, sino reiterativo: la dimensin del ÒhechoÓ como proceso histrico, que la realidad es un Òcomplejo de procesosÓ. Reconfirmamos por ensima vez que, en lo social, no puede haber realidad sin historia: los ÒhechosÓ deben complementarse con ÒtendenciasÓ, aunque stas sean categoras distintas en la lgica. (Herrera Farfn, & Lpez, 2014, p. 223)
Estas consideraciones darn lugar a procesos de cambio si la produccin de conocimiento logra conjugarse con el compromiso social de los protagonistas en tanto actores polticos de su tiempo dado que: Òno se estudia nada porque sÓ (Herrera Farfn, & Lpez, 2014, p. 228).
Lo planteado por Fals Borda es posible entrelazarlo con las palabras de Freire (1997) en tanto enuncia:
La realidad social, objetiva, que no existe por casualidad sino como el producto de la accin de los hombres, tampoco se transforma por casualidad. Si los hombres son los productores de esta realidad y si sta, en la Òinversin de la praxisÓ, se vuelve sobre ellos y los condiciona, transformar la realidad opresora es tarea histrica, es la tarea de los hombres (p. 42).
Freire da continuidad a la necesaria articulacin entre reflexin-accin e integra la dimensin de la libertad frente a una realidad opresora que requiere de una toma de conciencia que permita identificar claramente opresores y oprimidos. Donde lo intersubjetivo humanice a los protagonistas en tanto son fundamentales acciones solidarias donde prime el dilogo transformador habilitante del reconocimiento de las diferencias sobre lo lineal de la racionalidad.
En este sentido plantea que la liberacin autntica lleva consigo la dimensin de la praxis entendida como: Òla accin y la reflexin de los hombres sobre el mundo para transformarloÓ (Freire, 1997, p. 84). Y en ello reconoce el valor de la educacin siempre y cuando logre ser problematizadora. Con ello quiere significar un proceso que logre trascender el transferir o depositar conocimientos desde una lgica bancaria a una propuesta liberadora capaz de romper con la inercia educador-educando dando lugar a una propuesta dialgica. ÒDe esta manera, la educacin se rehace constantemente en la praxis. Para ser, tiene que estar siendoÓ. (Freire, 1997, p. 92).
Segn Freire en el dilogo, la palabra es protagonista en sus dimensiones de accin-reflexin siempre y cuando la misma tenga un carcter verdadero y transformador. Si no ser palabra inautntica vaca de sentido mero palabrero que hace que la accin devenga en activismo sin mediar la reflexin. En procesos donde no se problematiza los efectos generados terminan siendo alienantes en s mismos. Este autor hace hincapi en la relacin: opresor-oprimido e identifica en esta lgica una modalidad vincular donde el oprimido queda adherido al opresor sin poder ÒobjetivarloÓ y de este modo se va naturalizando un proceso de deshumanizacin. Reconoce que slo a travs de la praxis se podrn realizar cambios que habiliten otra percepcin del mundo y transitar a partir de la concienciacin de un lugar de objetos al lugar de sujetos protagonistas de la historia.
En ÒPedagoga de la EsperanzaÓ Freire (2002) reconoce que la opresin tiene diferentes caras segn el momento histrico y reafirma el valor de la dimensin pedaggica de la educacin e insiste en el carcter esencialmente poltico de la misma. Asimismo postula con firmeza la necesidad de la esperanza anclada en la praxis proclamando Òque se puede hacer hoy para que maana se pueda hacer lo que no se puede hacer hoyÓ y agrega:
Una de las tareas del educador popular progresista, tanto ayer como hoy, es tratar de colaborar en el proceso en el cual la debilidad de los oprimidos se va transformando en fuerza capaz de transformar la fuerza de los opresores en debilidad, por medio de la compresin crtica de cmo se dan los conflictos sociales. sta es una esperanza que nos impulsa. (Freire, 2002, p. 154)
Expresiones que hacen eco un poco ms al sur e impregnan otros textos en tanto Rebellato en uno de los captulos de ÒEncrucijada de la tica (2000) plantea que en Òlas utopas residen nuestros sueos, nuestras esperanzas, nuestros deseos, nuestras expectativas de cambiar la realidadÓ (Rebellato, 2000, p. 179).
Referir a la esperanza es parte del posicionamiento tico desde el cual se ubica la produccin terica-conceptual y metodolgica de este el autor. Integra a la concepcin de praxis transformadora la perspectiva de una tica transformadora en tanto apuesta que slo as es posible transformar la realidad. Refiere a praxis y no a prctica dado que reconoce en este trmino una explcita intencionalidad integradora del componente cognoscitivo y terico con la accin. El autor seala la dimensin que tiene este concepto en tanto no fragmenta sino que posibilita aproximarse de forma a global a la realidad y de ese modo comprender la dinmica misma de la esencia del hombre. Lo humano singularizado por el potencial creativo hace posible que la praxis devenga en praxis creadora.
Plantea relaciones inseparables entre teora-praxis-tica consideradas como unidades conceptuales impensables en forma fragmentada pues ello conllevara el riesgo de rupturas en la produccin de conocimiento. En este sentido expresa: ÒConocer es transformar y transformarnos. Pero, a la vez, todo intento de conocimiento y de opcin es una tarea pedaggica y poltica. Conocer es educarnos y comprometernosÓ (Rebellato, 2009, p. 58).
En el marco de contribuir a la comprensin de la interdisciplinariedad en la praxis el siguiente enunciado da cuenta de otro aspecto esencial que debe integrarse al anlisis en tanto convoca a reflexionar al respecto:
Y sin embargo, la praxis transformadora es nica, en el sentido que en ella convergen todas las dimensiones disciplinarias. Esta es una profunda contradiccin que no se resuelve con facilidad. Una consecuencia de esta dificultad radica en que, generalmente, depositamos el problema en los estudiantes; a ellos les toca "hacer la sntesis". Esto que, sin lugar a dudas es verdad, no niega otra verdad: ellos deben hacer la sntesis porque nosotros no encontramos espacios para hacerla. Ms grave an: porque huimos de esos espacios. (Rebellato, 2009, p. 113)
Esta huida a la que refiere resuena con alguna de las interrogantes motivadoras de este trabajo pues indagar acerca de cmo se construye lo interdisciplinario surge a punto de partida de problematizar lo que acontece cuando los equipos pretenden abordajes integradores y promover transformaciones. Donde adems se pueden correr otros riesgos y es necesario estar atentos pues tal cual lo expresa Rebellato (2009):
A nadie le cabe la menor duda de que todo trabajo interdisciplinario, encierra necesariamente el cuestionamiento profundo de la propia disciplina. Tampoco deja de ser menos verdadero que muchos esfuerzos interdisciplinarios se convierten, a veces, en verdaderos "paradigmas" de eclecticismo, donde la creatividad se vuelve sinnimo de improvisacin y donde cada uno se siente libre de desarrollar temas para los cuales no se ha capacitado. (p. 113)
En este sentido corresponde reafirmar la perspectiva tica que l integra en tanto no es una dimensin ms a considerar sino que debe ser parte del proceso por el que se transita. Por consiguiente una praxis interdisciplinariaticamente transformadora slo es posible si se logran superar las lgicas basadas en polaridades y se promueve en las ciencias, sobre todo las sociales, producciones colectivas e integradoras de saberes que nos aproximen a comprender ms Òacerca del hombre que vive en sociedad, para que ste se vuelva ms comprensible a s mismoÓ (Rebellato, 2009, p. 120)
Perspectivas Comunitarias
En este artculo se delinearon puntos, lneas, pinceladas y tal cual una pintura requiere una perspectiva desde donde posicionarse por lo tanto es desde la Psicologa Social Comunitaria desde donde se define profundizar en la reflexin sobre la construccin interdisciplinaria en la praxis.
La apuesta/propuesta es identificar las posibilidades y los obstculos que conlleva la interdisciplinariedad desde un lugar que habilite, a partir de Òla humildad acadmicaÓ, visualizar los aportes del otro e integrar a la praxis la solidaridad, la colaboracin y el sentido de construir colectivamente. Posicionamiento que se sostiene en la conviccin de que las producciones colectivas constituyen por excelencia la caja de herramientas que dan sentido a una praxis transformadora. Rudolf hace un planteo propositivo al referir que no basta con formar profesionales que reconozcan la validez de integrar equipos de trabajo interdisciplinarios sino que se requiere de profesionales que definan en sus praxis el intercambio con actores sociales y estn dispuestos a transitar por procesos colectivos en la construccin de conocimiento como estrategia vlida para el abordaje de los problemas a resolver. Pero reconoce tambin que: ÒHay obstculos que provienen del mundo acadmico en el sentido de la determinacin de las prioridades, de cules son los problemas relevantes o dignos de investigacinÓ (Rudolf, 2013, p. 63).
Es necesario considerar estas dimensiones poltico-institucionales pues para que algunas transformaciones acontezcan es urgente un cambio de paradigma que aproxime a la complejidad de las exigencias que el trabajo interdisciplinar conlleva. En esa lnea estara lo expresado por Follari (2007) cuando refiere a que: ÒLo que cabe esperar cuando se juntan las disciplinas es un problema no una solucinÓ (p. 7) y agrega: Òla interdisciplina no se da naturalmente sino que se construye. Se construye significa que es fruto de un trabajo especfico de produccin. Si no se da automticamente, hay que ÒarmarlaÓ (p. 8).
Este enunciado podra hacerse extensivo a toda propuesta de praxis interdisciplinaria. Si hay que armarla puede resultar estratgico integrar algunas nociones bsicas de la Psicologa Social Comunitaria de modo que lo que orienta el trabajo comunitario tambin opere como sostn hacia la interna de los equipos. Lo sealado por Montero (2006) cuando refiere a redes de organizacin comunitaria podra ser tenido en cuenta al momento de definir tareas interdisciplinarias en tanto constituyen:
Éun entramado de relaciones que mantiene un flujo y reflujo constante de informaciones y mediaciones organizadas y establecidas en pro de un fin comn: el desarrollo, fortalecimiento y alcance de metas especficas de una comunidad en un contexto particular. Los aspectos clave en esta definicin son la complejidad de las relaciones (entramado), dada la diversidad de actores implcitos (diversidad de edades, gnero, formacin), la multiplicidad de estilos para establecer y mantener dichas relaciones y la movilidad de los elementos o aspectos de intercambio en pro del objetivo previsto (p. 182).
Lo dicho adquiere sentido en el marco del posicionamiento esperable de los psiclogos que hacen la opcin de trabajar desde esta la perspectiva y deben asumir al decir de Rodrguez (1998) que toda intervencin requiere de una planificacin imprescindible. Una planificacin estratgica que a modo de herramienta posibilite trabajar en el contexto de Òuna realidad contradictoria, turbulenta e impredecibleÓ (p. 91). Desde este reconocimiento surge preguntarse si la tarea del psiclogo como protagonista del trabajo inter-profesional/interdisciplinar no debera definirse en trminos de promover estrategias que habiliten desde el inicio el reconocimiento de la diferencia y explicitar las marcas que signan las distintos abordajes disciplinares y profesionales. Es decir Àen qu medida no es parte de la competencia profesional procurar integrar en el marco de una planificacin estratgica las posibilidades/aportes de cada uno de modo que las competencias disciplinares queden reconocidos? Estrategia planteada con el objetivo de evitar en lo posible la fragmentacin del conocimiento, habilitar el dilogo y aceptar procesos donde la incertidumbre opere como motor de bsqueda y no que lo amenazante lleve a lgicas tubulares (disciplinares) que embreten a todos en tneles sin salida.
Por consiguiente como parte del proceso deberan enmarcarse las expectativas de los equipos de encontrar en los espacios interdisciplinarios nuevas estrategias para el abordaje de situaciones complejas dado la dimensin de lo imprevisible que ese desafo conlleva. De modo de poder identificar como operan las diferencias y reconocer que el construir desde la heterogeneidad es una ardua tarea donde las contradicciones tericas- metodolgicas generan tensiones porque si se imponen manejos de poder disciplinario se obtura la posibilidad de construir colectivamente. En este sentido lo propuesto es que esta dimensin se integre al trabajo de los equipos interdisciplinarios como parte de la planificacin estratgica de modo de habilitar la tarea.
Es decir que esta caja herramientas no se desdibuje y desvanezca en los equipos sino que esta perspectiva singular se constituya en aporte en la construccin de procesos interdisciplinares en la praxis. Reflexionar sobre estas dimensiones es parte de la propuesta planteada en tanto lo propositivo no excluye los riesgos que implica integrar equipos y posicionarse en ellos en determinado lugar disciplinar.
En el seminario sobre interdisciplina realizado en mayo de 2013 en el Espacio Interdisciplinario de la Universidad de la Repblica el historiador y politlogo Gerardo Caetano (2013) se refiri al imperialismo de algunas disciplinas sobre otras y de la aceptacin que esa subordinacin conlleva, situacin que defini en trminos de Òsimulacro de interdisciplinariedad.Ó Afirmacin contundente con la que se hace acuerdo en tanto nos interpela y nos lleva a reconocer la responsabilidad de no quedar en Òel cmo sÓ avalando el manejo del poder, las competencias disciplinares y la repeticin.
Ese simulacro de interdisciplinariedad con el que se opera en determinadas situaciones puede responder a una lgica que repite un modelo de produccin cientfica centrado en la objetividad y el disciplinamiento. Por esta razn cuando la tarea es definir juntos estrategias para el abordaje de nuevas realidades ya sea de intervencin o de investigacin, sera necesario integrar las dimensiones vinculares y subjetivas de modo que no se constituyan en obstculos que obturen la tarea. Adems aunque parezca obvio y muy simple se entiende necesario preguntar sobre el por qu y para qu de los espacios interdisciplinares. Es decir Àcul es el motor de bsqueda que genera el movimiento de ir hacia lo interdisciplinario? Partir de esta interrogante en el marco de los equipos podra generar condiciones que llevaran consigo cierta disposicin a la apertura y la posibilidad de flexibilizar estructuras disciplinares aprendidas e instaladas como certezas. Porque cuando en los equipos la bsqueda no inaugura ni da lugar a lo nuevo, la construccin de lo interdisciplinar se tensiona/se desdibuja, se impone Òla armadura profesionalÓ y aparecen actitudes defensivas de territorios/chacras obturando los procesos. La repeticin se instala de modo que la bsqueda se da dentro de un mismo circuito inhabilitando re-crear la praxis y da lugar as al simulacro de interdisciplinariedad. Ante ello es necesario problematizar e intentar identificar las causas que generan una lgica que contradice la dinmica de la bsqueda iniciada.
La tarea as planteada se constituye en un interesante reto donde los giros y movimientos acontecen y al reconocerlos devienen en insumos que deben ser integrados al proceso de reflexin. Donde lo personal no quedar ajeno a lo que se plantea investigar, indagar, conocer y de esa dimensin no se har cargo el psiclogo en tanto protagonista sino que su aporte ser promover el cmo integrar estos aspectos a la tarea. Ante cada situacin recurrir a los recursos con los que se cuenta y comenzar un proceso de ÒamasadoÓ en el que se pueda identificar el aporte de cada uno y no pretender abordajes en clave de la totalidad pues ello puede obturar el encuentro con lo posible. Propuesta que requiere tiempo, compromiso, respeto por los otros y tambin Òsaberes puestos a disposicinÓ de modo de habilitar un Òamasar colectivoÓ singular y sin recetas definidas de antemano.
ÀA quin le compete esta tarea? Àpueden aportar los psiclogos comunitarios a ello? Àcmo?
Lo que s podra integrarse a la reflexin de los equipos donde la transformacin se enuncia como objetivo es promover instancias de dilogo que den lugar a:
La necesidad de aprendizajes y desaprendizajes, desestructuraciones y nuevas estructuraciones, deconstrucciones y construcciones de las subjetividades. El psiclogo como todo educador crtico y democrtico, no slo fortalece nuevas subjetividades en las poblaciones, sino que se ve desafiado a transformar radicalmente su propia subjetividad. (Rebellato, & Gimnez, 1997, p. 189)
Perspectivas a considerar dado que los autores refieren a las transformaciones en la praxis y reconocen la no neutralidad de los profesionales de la psicologa y la necesidad de integrar la dimensin de la implicacin en los procesos de los que forman parte. A esta lnea de anlisis se integra lo que seala Rodrguez (2012) respecto de: Òla imprescindible reflexividad de los operadores socialesÓ. Esta autora sita el lugar de los psiclogos sociales comunitarios en el marco de procesos donde deben asumir acorde a la responsabilidad profesional que le compete, la interligazn existente entre sus opciones tico-polticas, su vida personal y las definiciones terico-metodolgicas. Es decir que la reflexividad opere dinmicamente en el trabajo que se realiza. Este proceso se gesta en el encuentro con el otro en tanto semejante, donde el lazo social que se construye opera viabilizando la posibilidad de transformacin y deviene en principio tico. ÀCmo integrar esta perspectiva a lo propuesto en el marco de los abordajes interdisciplinares?
La reflexividad, es entendida como posibilidad y como lmite del conocimiento segn lo expresa Ibez Gracia (2001) en tanto la realidad que se pretende conocer es la misma de la que somos parte. El autor pone de manifiesto la dimensin de la incertidumbre y cmo el interrogarse permanentemente es inherente a la tarea de producir conocimiento y seala que ello no es equivalente a reconocer que el conocimiento transforme la realidad, sino que:
Producir conocimiento sobre algo es un proceso que hace que ese algo devenga diferente como consecuencia del propio proceso de establecer sus caractersticas. Conocer es, por consiguiente, un proceso que siempre se queda un paso atrs del objeto conocido, puesto que al formarse ya lo ha transformado. Por mucho que corramos nunca alcanzaremos el horizonte porque este se desplaza a la misma velocidad que nuestro avance. Conocer no es, por lo tanto, acotar la realidad tal y como es, es construirla de forma distinta, es decir, modificarla (Ibez Gracia, 2001, p. 25-36).
De las reflexiones realizadas e integrando las perspectivas analizadas se cierra un trabajo que no arriba a conclusiones sino que se plantea:
Consideraciones Finales en Clave de InterrogantesÉ
ÀQu aportes puede hacer la psicologa social comunitaria a la construccin interdisciplinaria en la praxis? ÀProblematizar abriendo interrogantes? ÀDesde qu lugar? ÀCmo?
ÀLa interdisciplina en la Universidad se construye o se decreta? ÀSe reflexiona sobre esta diferencia? ÀCul es la diferencia? ÀLos universitarios identifican la necesidad de lo interdisciplinar en la praxis? ÀPara qu? ÀEntre quienes? ÀEn qu situaciones?ÀDe qu forma integrar la interdisciplina en la formacin/extensin/investigacin? ÀQu aporta a la investigacin la interdisciplina? ÀCuando los investigadores requieren de lo interdisciplinar? ÀEn todas las reas del conocimiento la interdisciplina constituye un desafo? ÀEl Espacio Interdisciplinario de la Universidad de la Repblica ha aportado a la construccin de la interdisciplina en la Universidad? ÀCmo lo ha hecho? ÀSe ha problematizado al respecto en los diferentes espacios universitarios? ÀQu articulaciones existen entre las propuestas de trabajo interdisciplinar de las diferentes facultades y el Espacio Interdisciplinario? ÀSe reconocen mutuamente?
ÀPor qu en la interdisciplina teora y praxis permanecen disociadas? Desde lo conceptual Àqu se aporta a la praxis interdisciplinaria? ÀSe considera lo teorizado sobre la complejidad de lo interdisciplinar? ÀSe problematiza sobre ello? En la praxis la reflexin sobre la construccin interdisciplinaria Àse integra al trabajo de los equipos interprofesionales?
ÀQu efectos tiene en la construccin de interdisciplina? ÀCmo se produce la conectividad entre las disciplinas? ÀQu significa articulacin interdisciplinar en la praxis? ÀEl Òsimulacro de interdisciplinaÓ se reconoce en la praxis interdisciplinar? ÀFortalece a las disciplinas participantes la interdisciplinariedad?
ÀCules son los principales obstculos de la interdisciplinariedad? ÀLos obstculos lo generan las diferentes perspectivas disciplinares o el trabajo de los equipos integrados por diferentes profesionales? ÀCules son las condiciones necesarias para que un equipo interprofesional trabaje interdisciplinariamente? ÀSe diferencia interprofesionalidad de interdisciplinariedad?
ÀEn qu situaciones las empresas financian los abordajes interdisciplinarios? ÀPor qu? ÀPara qu?
ÀCmo se integra la dimensin tica en la praxis interdisciplinaria? ÀCmo se construye interdisciplina en la praxis?
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Repensar la Comunidad desde La Base: aportes de una investigacin situada 1
Rethinking the Community from La Base: Contributions from a situated research
Mara Osorio
Autor referente: dosorio@psico.edu.uy
Universidad de la Repblica
Historia editorial
Recibido: 01/06/2015
Aceptado: 19/10/2015
RESUMEN
En este artculo reflexionamos en torno a la nocin de comunidad, a partir de un proceso de investigacin etnogrfico. Para realizarlo habitamos durante un espacio-tiempo en el Ateneu Cooperatiu La Base, una experiencia asociativa en Barcelona. Las nociones que compartimos en este texto, surgen de la articulacin de: i) la experiencia de habitar en el colectivo; ii) las diferentes posiciones por las que transita una investigadora-activista y iii) las lecturas relacionadas con el campo-tema.
De la articulacin construida, surgen tres ejes de anlisis que buscan poner en tensin tres nociones bsicas sobre la Comunidad: la relacin con el territorio (en tanto espacio geolocalizado), la identidad colectiva y los vnculos. Proponemos tres ejes como posibilidad para la multiplicacin del concepto: i) la necesidad del compartir espacio-tiempo de los cuerpos en las dinmicas colectivas, como posibilidad para los buenos encuentros; ii) el partir de la diferencia como herramienta poltica para la construccin de lo comn; iii) la visibilizacin y el reconocimiento de la interdependencia identificando todas las necesidades, sobre todo las de cuidado y afecto para una vida en comunidad.
Poner en tensin la nocin de la comunidad, pretende aportar a los debates que surgen en el campo social y poltico en la actualidad y acompaa la preocupacin por la necesidad de mundos vivibles.
Palabras clave: Comunidad; Interdependencia; Poltica de la diferencia.
ABSTRACT
This paper discusses about the notion of community based on an ethnographic research process. For that, we live in a space-time in the Ateneu Cooperatiu La Base, an associative and collective experience in Barcelona.This text develops the notions that arise from joining i) the experience of living in the collective; ii) the different positions through which passes a research-activist and iii) the reading related with field-subject. Based on this built articulation, this paper come up three axes of analysis seeking to put in tension three basic notions of Community: the relationship with the territory (as geo-space), collective identity and bonds. We propose three axes as a possibility for the multiplication of the concept: i) the need to share space-time of bodies in the collective dynamics in order to create good meetings; ii) the difference as a political tool for the construction of the communal; iii) the visibility and recognition of the interdependence identifying the needs, especially the care and fondness for community life.
Putting in tension the notion of community, this paper seeks to contribute to the discussions that nowadays arise in the social and political field, being concerned about the need for liveable worlds.
Keywords: Community, Interdependence, Politics of difference
Laocin de comunidad tiene una historia intermitente, que ha transitado por distintos momentos de visibilidad, apareciendo y desapareciendo en las reflexiones sobre el ser humano y la sociedad. Seg n plantea Bader Sawaia (1996), este movimiento estara relacionado con la dimensin poltica del trmino y la confrontacin entre valores colectivistas e individualistas. Los ciclos de cambio social y poltico se convierten en momentos cruciales para repensar y reflexionar sobre las formas de organizacin social.
En el ltimo tiempo, asistimos, particularmente en el mbito del pensamiento social y poltico contemporneo, a lo que alguno/as autores/ as han llamado el revival de la comunidad (Marinis, 2010) en referencia a la emergencia de una retrica comunitaria o comunitarista. La pregunta por la comunidad se ha convertido en una cuestin fundamental de nuestro tiempo y est estimulando un a serie de debates en diversos campos del saber (çlvaro, 2010; Marinis, 2010; Mari nis, Gatti, & Irazuzta, 2010).
De difcil delimitacin, su definicin ha generado debate en relacin a sus rasgos caractersticos, su vigencia en los tiempos que corren, y su utilidad como herramienta para la transformacin social (Krause, 2001; Maya, 2004; Montenegro, Rodrguez, & Pujol, 2014; Montero, 2004; Rodrguez, & Montenegro, 2013; Snchez, 1991). Sin pretender un recorrido exhaustivo de las diversas acepciones, mencionaremos las provenientes de la Psicologa Social Comunitaria (en adelante PSC), nociones centrales que han sido inspiracin en este artculo para reflexionar sobre el concepto.
La Comunidad dista de tener un papel claro dentro de la PSC, utilizada como una forma de diferenciacin de sistemas sociales, ha sido entendida para establecer un espacio intermedio entre individuo y sociedad (Snchez, 199 1). En sus diversas acepciones se coincide en el papel relevante de los procesos de interaccin y lazos comunes construidos para el establecimiento de relaciones de sostn y apoyo mutuo (Krause, 2001; Maya, 2004; Montero, 2004; Snchez, 1991). So bre los principales puntos de debate en relacin a su uso, se discute sobre establecer la necesidad de un espacio compartido como elemento constituyente. Mariane Krause (2001) propone la prdida de referencia del espacio geolocalizado, como un componente central de la nocin de comunidad. En esta misma lnea, Maritza Montero (2004) relativiza la relacin con el territorio en la evolucin de su definicin, considerando ms relevantes los elementos vinculados con el aspecto relacional y la construccin de un sentido de lo comn, como elementos constitutivos de la comunidad.
Esta propuesta se refuerza con los planteos de McMillan y Chavis (1986) quienes haciendo nfasis en las relaciones y sus procesos, proponen la nocin de sentimiento de comunidad. Por momentos superpuesta a la idea de comunidad, los autores proponen cuatro elementos centrales para la constitucin de este sentimiento: pertenencia (sentirse parte), influencia (mutua), integracin y satisfaccin de necesidades. En este sentido, coinciden en su mayora con los planteos de Krause (2001) que propone como elementos mnimos de la comunidad la pertenencia, interrelacin y cultura comn.
El otro tema que ha sido debatido en relacin al concepto, refiere a la idea de una identidad colectiva. Frente a planteos cerrados y uniformes que caracterizaron las primeras definiciones sobre comunidad, son varias las voces que apelan a la flexibilizacin de los lmites del concepto (Montero, 2004; Snchez, 1991; Sawaia, 1996; Wiesenfeld, 1997). Se propone el reconocimiento de la heterogeneidad que componen esa unidad, y la referencia al proceso dialctico como componente esencial de su conformacin.
Sin embargo, no solo desde la academia y los espacios disciplinares se desarrolla el concepto de comunidad, sino que est formando parte del repertorio cotidiano de significaciones en la vida cotidiana de actores sociales (Marinis et al., 2010).
Este artculo no pretende entrar en debates tericos sobre el trmino. Nos proponemos, a partir de un proceso situado de investigacin, discutir, repensar y aportar a las formas de significacin sobre la comunidad. Acompaamos laidea de que la comunidad, ms que una categora cientfico-analtica, es una categora de accin y reflexin, condicionada por el contexto social en el que se desarrolla (Sawaia, 1996). Nos enfrentamos a un contexto de crisis que produce y profundiza la hipersegmentacin del campo social, con la consiguiente exclusin de vastos sectores sociales de los medios bsicos de subsistencia (Prez-Orozco, 2012). Los conceptos de desarrollo personal y autosuficiencia se manifiestan como racionalidad dominante (Lpez-Gil, 2014). Sin embargo, tambin en este escenario podemos identificar modalidades colectivas que intentan ser alternativas a la racionalidad capitalista.
La investigacin que realizamos y de la que forma parte este artculo, se pregunta por la constitucin de experiencias socio-econmicas alternativas. Nos referimos a nuevas formas de accin social que estn surgiendo en las ltimas dcadas, con una fuerte expresin en al mbito comunitario. Nos preguntamos por la contribucin de estos colectivos en la construccin de otros modos de vida vivibles. Esta pregunta nos llev a conocer y habitar, a partir de una aproximacin etnogrfica (Pujadas, 2010) en el
Ateneu Cooperatiu La Base (en adelante La Base2) en Barcelona. Una experiencia que se basa y utiliza como referencia en su discurso y formas de hacer, la comunidad como mbito de pertenencia y accin. Esta caracterstica es la que nos ha interpelado a escribir este artculo, reflexionando desde el hacer y el habitar, sobre una nocin que orienta el accionar del colectivo.
Antes de finalizar este apartado, sealaremos3 algunas coordenadas para la lectura de este texto. En primer lugar, en este trabajo no se hablar de y/o por La Base, sino que se compartirn las reflexiones e interpelaciones qu e surgieron del habitar durante un espacio-tiempo en la experiencia. Esta es una forma de politizacin de la vida cotidiana, que permite repensar las formas de vida, generando multiplicidad de saberes, dando cuenta desde el lugar y los procesos que los generan (Aguirre, 2012).
En segundo lugar, y parafraseando a la filsofa Marina Garcs (2010), la pregunta por ese nosotros en este trabajo no est orientada a ge nerar nuevos procesos de identificacin cerrados, ni categoras sociolgicas determinadas. Nos abrimos a la pregunta por los vnculos, por ese entre, para poder constituir nuevos imaginarios mientras vamos haciendo y transformando el mundo.
En tercer lugar, y en relacin al contenido del artculo, comenzaremos con una breve sntesis de los recorridos y aspectos metodolgicos del trabajo, as como una breve descripcin de La Base. Un segundo momento que articula las formas de nombrar del colectivo e ilustraciones de la experiencia de investigacin, que iremos conectando con los planteos sobre la Comunidad provenientes de la PSC. Tomamos las nociones de la PSC por ser nuestro campo-tema de interpelacin en este texto y la disciplina en la que nos movemos. Reconocemos que el tipo de experiencia colectiva que nos interpela en este trabajo, no refiere estrictamente al tipo de ÒsujetoÓ de la tradicin disciplinar. Sin embargo, lo entendemos como una oportunidad de reflexin sobre la comunidad a partir del estudio de los movimientos sociales.
Por ltimo, y en referencia a nuestra posicin, incorporamos en este trabajo la perspectiva feminista, como apuesta poltica de quien investiga por visibilizar y ampliar los marcos interpretativos con los que nos referimos y significamos los procesos sociales.
Sobre las formas de habitar los procesos de investigacin.
En este trabajo, pretendemos compartir la experiencia de un proceso encarnado de investigacin, orientado por la epistemologa de los conocimientos situados (Haraway, 1991). Decimos encarnada porque hablamos desde la ocupacin de un lugar, desplegando unas formas de ver, Òla visin desde un cuerpo complejo, contradictorio, estructurante y estructurado, contra la visin desde arriba, desde ninguna parte, desde la simplezaÓ (Haraway, 1991, p. 335).
La propuesta de investigar habitando durante un ao y medio en una experiencia colectiva, nos permiti un espacio-tiempo de articulacin, de encuentros/desencuentros; una oportunidad para compartir espacios en los cuales debatir sobre nuestras formas de nombrar y significar, as como de producir conjuntamente. Plantear el conocimiento desde conversaciones, y no desde la lgica del ÒdescubrimientoÓ, no obvia que estos procesos son relaciones cargadas de poder (Calln et al., 2007; Haraway, 1991), pero apostamos por establecer conexiones parciales que nos permitan una visin ms amplia, estando en un sitio en particular. Esto genera un sentido de relacin en la que el sujeto cognoscente se suma en el proceso de interpretar los sentidos del mundo, por lo tanto la separacin sujeto/objeto se vuelve borrosa (Adn, 2006).
Sin embargo, este no es un proceso de co-investigacin; es decir, no parte del deseo o las necesidades del colectivo en cuestin. Ha sido una invitacin de quienes investigamos a participar de un proceso colectivo, que permiti la modificacin de posiciones iniciales de quienes participamos, como oportunidad para la produccin de conocimiento. En este sentido, se ha generado la posibilidad de identificar la Òactividad significadaÓ (Calln et al., 2007) en relacin a las aproximaciones etnogrficas. Nos referimos a prcticas solo comprensibles en sus con textos de emergencia y relevantes a los sentidos en ellas construidas y, por otro lado, a los significados materialmente impresos en las acciones y objetos presentes en estos espacios.
Destacamos as el aspecto relacional del conocimiento, un proceso de relacin constituyente entre persona conocedora y conocida, redefiniendo al sujeto cognoscente en su dimensin social, corporal, material. Adems de las conversaciones en los espacios informales, charlas, debates, comidas, hemos establecido espacios formales en los que compartir las formas de nombrar y el enfoque de la investigacin. Nos referimos al taller que generamos para debatir las ideas centrales de la investigacin luego de siete meses de participar en el colectivo, as como a la produccin conjunta de un texto colaborativo a partir de las ideas que surgieron del taller. Con estas instancias no pretendimos buscar una voz representativa del colectivo, ni homogeneizar en un relato los procesos y experiencias vividas all. Entendemos estos ltimos como espacios de enunciacin que permiten expresar y articular posiciones, as como poner en comn relatos y comprensiones.
En el proceso de compartir el espacio-tiempo, se fueron construyendo vnculos de confianza, afecto, encuentros y desencuentros. Por momentos ms o menos visibles en el rol de la investigacin, se produjo el cambio de posicin a formar parte del colectivo, como activista. Nos posicionamos en estas formas de intervenir ms cercanas, sucias, en la frontera (activista-investigadora), interpelada/os por la necesidad de profundas transformaciones sociales. Tampoco creemos estar Òdando vozÓ a las participantes, sino articulando formas de nombrar y construir la experiencia. Estas ltimas son herramientas para la produccin de conocimiento, que pueden ser amplificadas en espacios privilegiados de enunciacin, como el acadmico.
Durante el recorrido del artculo aparecern fragmentos del proceso de la investigacin: textos de la web del colectivo, texto colaborativo producido conjuntamente y entrevistas. No hablamos de datos, sino que los consideramos comprensiones terico-emprico situadas (Calln et al., 2007), que sern articulad as con otros materiales de la investigacin (fragmentos del diario de campo) y lecturas acadmicas que consideramos con el mismo valor y peso epistemolgico. Este proceso de conexiones parciales que se ha dado durante el proceso de investigacin, sufre en este texto una serie de reordenamientos, a modo de traduccin para ser compartido en este mbito de dilogo acadmico.
La Base...
El Ateneu Cooperativo La Base se encuentra ubicado en el Barrio de Poble Sec, en Barcelona. Es un proyecto colectivo mixto que surgi como idea en el 2011 con el objetivo de construir en el barrio una forma alternativa de hacer, basada en los principios de cooperacin y ayuda mutua. Se constituy a partir de la puesta en comn de esfuerzos, trabajo, afectos y ahorros (a partir de la constitucin de un fondo comn), con la idea de construir y defender espacios autogestionados en el barrio. El encuentro de una diversidad muy heterognea de procedencias, pensamientos y recorridos ha sido una de las caractersticas centrales que nos llevaron a elegir habitar en este espacio.
Funcionan all varios proyectos: un comedor popular y catering ecolgico, un bar-espacio de encuentro, una cooperativa de consumo, un ateneu de oficios, una aula de estudio para adolescentes, as como tambin una biblioteca popular y un grupo de crianza compartida (Babalia: grupo de padres y madres que se autogestionan para cuidar a sus hijos pequeos). Asimismo, funciona como un espacio de encuentro para diversos colectivos afines que lo solicitan. En la actualidad, se encuentra compuesto por 150 personas socias, con diversos grados de implicacin en el colectivo. En la experiencia se congregan diferentes orientaciones organizativas y polticas, as como vecinos y vecinas del barrio sin ningn grupo que l es identifique. El espacio se organiza a partir de comisiones y grupos de trabajo, asambleas generales y grupos de gestin.
Los principios que orientan su accin son: i) Autonoma, como la capacidad de determinar directamente la forma de actuar en el mundo; ii) Comunidad, definida por la cualidad de las relaciones que all se practican y construida localmente; iii) Equidad, cada uno/a en funcin de sus posibilidades y cada uno/a segn sus necesidades; iv) Solidaridad, basada en el soporte mutuo y la responsabilidad compartida; v) Permacultura, acompaar el ritmo natural del medio, estableciendo formas armnicas con la naturaleza.
La propuesta acordada para la investigacin era la posibilidad de habitar durante unos meses en las actividades y reuniones que se desarrollaran. Cuando comenzamos todava no se haba inaugurado, y se encontraba en obras para terminar de acomodar el espacio. Durante este tiempo compartimos mucho tiempo de trabajos de obra, asambleas, reuniones de grupos de trabajo, inauguracin del espacio, asamblea de socios y socias y espacios de trabajo con otros colectivos (Asamblea del Barrio, Mercado de intercambio, Organizacin Jornadas de Cooperativismo). La propuesta tambin inclua realizar algunas entrevistas y organizar un espacio de discusin colectiva de los ejes de anlisis que surgieran en el proceso de la investigacin (taller), as como la produccin conjunta de un texto colaborativo. Este proceso signific un compromiso que se ha profundizado en este tiempo, as como el vnculo de ser socia en la actualidad.
Construyendo y debatiendo sobre comunidad desde La Base.
La experiencia de investigacin en La Base ha sido una fuente inspiradora para articular y exponer modos de significacin sobre la comunidad, tanto en relacin con su espacio de accin, como por las formas de nombrarse. Para empezar partimos de la definicin que desde La Base utilizamos para referirnos a ese nosotros comunitario:
Una comunitat es defineix per la qualitat de les relacions que sÕhi practiquen. Les comunitats poden tendir cap a la depressi, lÕansietat i les conductes addictives (com el capitalisme actual), o cap a lÕalegria, la franquesa i la potncia comuna de fer i de pensar. Nosaltres lluitem per aquesta ltima, i per crear-la fruit dels llaos de solidaritat, de suport mutu i sobretot dÕamistat i de confiana que sapiguem construir. Una comunitat contra la desconfiana i la por, per tant, oberta a lÕaltre, hospitalria. Volem construir aquesta comunitat localment, al barri, all on vivim, en aquest sentit entenem el territori. (Definicin de Comunidad extrada de la web de la Base)4
Comenzamos con esta definicin porque resalta tres ideas sobre la comunidad que queremos desarrollar en estas reflexiones y que vamos a ir articulando en el texto a partir de tres ejes. Nos referimos a ideas bsicas como la relacin con el territorio, la identidad colectiva y los vnculos que se establecen entre sus integrantes. Trabajaremos estas ideas en tres ejes, en primer lugar, nos vamos a referir al territorio y a la nocin de un espacio-tiempo compartido. A continuacin, hablaremos de las formas de identificacin y las polticas de la diferencia. Y, por ltimo, nos referiremos a las relaciones que se construyen en una comunidad, visibilizando las relaciones de interdependencia que sostienen un colectivo.
Eje 1: Del territorio a la construccin de compart ir espacio-tiempo de los cuerpos.
Encontramos en La Base discursos que plantean la vuelta al territorio, en particular la referencia al Barrio como espacio de resistencia y de construccin de la vida cotidiana. Uno de los objetivos del colectivo se expresa de esta manera: ÒFortalecer los lazos entre el vecindario y crear y potenciar comunidad en el barrio.Ó (Extrado de la Web de la Base, 2015)
Sin embargo somos conscientes de partir de heterogneas composiciones, el barrio o los barrios que se encuentran dentro de la metrpolis son puntos de partida diversos a considerar en la actualidad. En el contexto en el que nos movemos, la diversidad de culturas y procedencias de origen marcan dificultades para la aproximacin. Este es un efecto de las sociedades globalizadas que, como plantea Sawaia (1996), tensionan el concepto de comunidad, haciendo referencia a la alteridad, las nuevas identidades, la segregacin y las redes sociales.
En el espacio urbano Ð contexto en el que nos movemos en esta investigacin Ð se cuestiona la funcin integradora del barrio, el cual ha dejado de ser el espacio mediador entre el universo privado y el mundo pblico de la ciudad (Montenegro et al., 2014). Esta situacin est vinculada a los procesos de fragmentacin y segregacin residencial que se producen en las ciudades, afectando las relaciones interpersonales y la construccin colectiva a nivel local (Montenegro et al., 2014)
Tambin destacan en las grandes urbes, la construccin de:
espacios de no-lugar (avenidas comerciales, establecimientos de comida rpida, hoteles, centros comerciales, etc.), espacios de trnsito que han perdido todo contacto con la historia social y econmica de la geografa que ocupan, donde el sujeto que lo transita se disocia del entramado geogrfico que habita. (Montenegro et al., 2014, p. 35)
Para combatir el anonimato de los espacios vitales, y volver a ocupar el espacio pblico, desde la Base se visualiza la necesidad de acciones que permitan acercar y compartir con las personas que residen en el barrio. Actividades como las comidas populares en la calle o la participacin en el Mercado de Intercambio, se convierten en pequeas acciones que poco a poco van permitiendo apropiarse de lo prximo y acercarse a personas que no participan en el colectivo.
Tambin poda verse la participacin de unas mujeres de origen musulmn, que tenan un espacio tambin en el mercado, esto sumado a las que venan a participar e intercambiar. Como me haba comentado X, este espacio ha sido uno de los pocos puntos de conexin que han tenido con esta poblacin del barrio, en parte tambin porque entiende que son parte de prcticas de intercambio tambin desarrolladas en sus comunidades. (Registro de diario de campo, 20 octubre 2013)
Estos espacios podran hacer referencia a la idea de los eventos en la comunidad a los que apuntan Montenegro y otros (2014). Se refieren a espacios acotados en el tiempo que permiten articular las epistemologas de la diferencia, a partir de acciones comunes que no supongan la renuncia a ciertos elementos diferenciales que se encuentren implicados.
Sin embargo, la Base tambin se construye en la bsqueda de un espacio comn, sostenido en el tiempo. El objetivo del encuentro es la posibilidad de salir del aislamiento en el que nos encontramos sometidos dentro del sistema capitalista, que no slo privatiza materialidades, sino afectos y vitalidades.
Davant dÕaquestes dinmiques, som moltes les persones que apostem per trobar-nos, compartir i construir juntes noves maneres de ser, de fer i de relacionar-nos. Volem compartir les nostres vides, sentint-nos part dÕuna comunitat humana que recolzem i que ens recolza; volem pensar i relacionar-nos lliurement, escollint all que volem realitzar i responsabilitzant-nos de les nostres decisions. Volem, en definitiva, una vida comuna, una vida plena i viscuda lliurement. (Texto presentacin de La Base en la Web)5
Los espacios-tiempos compartidos, el encuentro cara a cara, aunque hoy no definen a la comunidad, son una posibilidad para la construccin de relaciones. Una oportunidad, en palabras de Sawaia (1996), para los buenos encuentros, en tanto nos permiten el reconocimiento del Otro, pero partiendo del reconocimiento de las diferencias. En ese espacio-tiempo compartido, nos permitimos comprender qu es lo que le pasa, qu nos pasa a nosotros y nosotras con otras personas en el hacer (Berrault, 2007). Para que se produzcan estos buenos encuentros, necesitamos del reconocimiento de las diferencias, de sabernos constituida/os por una amalgama heterognea de pensares, sentires y haceres en comn (Barrault, 2007). Cmo potenciar estos encuentros diversos y convertirlos en una herramienta para la transformacin nos introduce el segundo eje de reflexin.
Eje 2: De la identidad comn a la poltica de las diferencia.
La idea de espacio en construccin ha sido otra de las caractersticas centrales del proceso que hemos vivido en La Base; en el sentido ms literal del trmino en los primeros seis meses de obra y luego de la inauguracin hasta la actualidad en la puesta en marcha del espacio.
En un principio, la accin comn estaba orientada a la construccin del ateneo. Compartir el trabajo de obras trajo sus dificultades en relacin a los distintos perfiles y orientaciones (tipo de materiales a utilizar, las dinmicas de trabajo, el reparto de tareas, etc.), que nos enriquecieron en el debate y nos enfrentaron al conflicto.
El tema de materiales eco-sostenible se hace cada vez ms evidente en las discusiones, pero no parece haber un consenso sobre el tema. En un momento se plantea que es ms el inters de un grupo partic ular, que pretende este objetivo, no aparece como una prioridad para toda/os. Se define entonces en relacin a este tema tener toda la informacin disponible, y convocar a una asamblea extraordinaria que decida. (Registro del diario de campo, 15 octubre 2013)
Los objetivos del ateneo en ese momento no estaban relacionados con grandes consignas, sino que se orientaban a la resolucin de situaciones concretas en la construccin del espacio compartido. El momento cambi con la inauguracin y con el espacio abierto. Las dinmicas del colectivo se emp ezaron a centrar en la gestin del espacio, y en poner en funcionamiento cada proyecto. Otra gran etapa de aprendizajes compartidos y decisiones colectivas a tomar en la que surgen nuevas preguntas: ÒÀDe qu manera construir una trinchera colectiva? Esta pregunta forma parte de una de las ideas centrales trabajadas en relacin a la actualidad, ÀCmo lograr en un grupo tan heterogneo poder conseguir la construccin de algunos frentes comunes?Ó (Texto colaborativo, mayo 2014) . Estas dudas conectan con uno de los dilemas en relacin a la nocin de comunidad en referencia al nosotros: ÀCmo construir una identidad compartida desde la diversidad? ÀDesde qu parmetr os identitarios concebimos la comunidad?.
El cuestionamiento de una identidad comn, a partir de la idea de un sujeto homogneo e idealizado, ha ocupado buena parte de los debates de la PSC (Montero, 2004; Rodrguez, & Montenegro, 2013; Sawaia, 1996, 1999). Esa tensin ha llevado a poner la mirada sobre los movimientos sociales y formas de accin colectiva, que permitieran la redefinicin de sus orientaciones (Rodrguez, & Montenegro, 2013). Concebir la identidad de manera amplia, mvil, abierta y en proceso, forma parte de las nuevas reflexiones.
Las orientaciones tericas y los posicionamientos a nivel de la accin social se expresan cada vez ms desde procesos abiertos, en c onstruccin, que eviten hablar desde una afuera y un adentro (Ghon, 1997; Ibarra, 2000). Ya no se juntan los iguales o, por lo menos, no articulados bajo grandes consignas e ideales hegemnicos. En La Base confluyen muchas orientaciones polticas y grupos de base organizada, pero el espacio ha querido mantenerse independiente de cualquier identidad poltica marcada.
El uso de una esttica iconogrfica 6 marcada por la idea de Òen construccinÓ, es una expresin de este constante movimiento. Sin embargo, las diferencias entre una identidad abierta al cambio y el proceso en construccin, comienzan a tensarse al intentar construir un discurso compartido. En este sentido, lo comn puede verse, segn plantea Lpez-Gil (2014), de dos formas: como la suma de pequeas realidades que intentan construir una nueva unidad, con el riesgo de cerrarse en s misma; o como proceso que se abre al contacto y a la posibilidad de ser afectadas, un comn que no puede ser clausurado.
Cmo transitar en el equilibro entre el reconocimiento de las diferencias y la construccin de un imaginario comn para el cambio, son un desafo que identificamos como colectivo en este momento. Se abre una posibilidad de descolocacin de las lgicas hegemnicas (Barrault, 2007) que nos permiten salir de manera temporal de los marcos dominantes, a modo de suspensin para habitar esos mrgenes. Pensar desde lo mltiple, lo diferente, desde el acontecimiento, pero tambin en relacin al estado de la situacin y su contexto, como herramientas para desprenderse de la idea de comunidad, como unidades homogneas (Sawaia, 1996).
Aix que diem Ateneu cooperatiu perqu abans que res ens hem unit les diferents, les que potser no compartim encara una idea sobre com fer la revoluci, les que a voltes ens sentim perdudes davant l'ensordidor soroll de la metrpolis malaltissa, les que no tenim nom, les que ens mantenim escptiques davant solucions totals i miraculoses, les que encara estem aprenent a ser comunitat. Tot i aix, en la diferncia, ens reconeixem i cooperem. (Fragmento del texto ledo en la inauguracin de la Base, enero 2014)7
Cuando planteamos la idea de la poltica de las diferencias, hacemos hincapi en que el reconocimiento de la diferencia como base del encuentro, se convierte en una herramienta para el cambio. Poner en el centro la articulacin desde las diferencias requiere, en palabras de Lpez-Gil (2014), por una parte, una poltica de la escucha, la atencin y el aprendizaje que permita descubrir lo que hay de comn en la experie ncia cotidiana. Aquellos lazos, ms o menos elaborados, que compartimos, que rmoslo o no, con otros por el hecho de existir, dada nuestra condicin de vulnerabilidad. Por otra, una poltica imaginativa que no se quede en lo que hay, sino que genere otros sentidos en el interior de las relaciones sociales. (p.50)
Esta poltica de la diferencia, que se construye habitando en los espacios de confluencia, parte del reconocimiento de nuestras diferentes posiciones. Las diferencias no son siempre tan visibles, por lo que tenemos que trabajar en su reconocimiento y acciones para el cambio. Reconocer las distintas necesidades que sostienen nuestros colectivos, cmo condicionan nuestra formas de estar en los espacios compartidos, y cmo hacemos para que se conviertan en espacios habitables, son la motivacin del ltimo eje.
Eje 3: Interdependencia y poltica de los afectos en la construccin de lo comn.
En este sentido se visualizan como dos lneas de trabajo, por un lado dotarse de las condiciones materiales para sostener la existencia, por otro visibilizar y trabajar para construir esos lazos de confianza y apoyo mutuo. Tambin para pensar en ese sentido otras formas de organizacin social que no sea la familia tradicional. Podemos pensar en la idea de familias ampliadas, romper la segregacin e individualizacin que se produce entre el espacio productivo-reproductivo. (Texto colaborativo, mayo 2014)
En este ltimo punto pretendemos hablar de La Base como ese espacio de vitalidad compartida, que permite establecer una continuidad entre los mbitos productivos y reproductivos. La revalorizacin de prcticas y saberes particularmente vinculados a la esfera reproductiva, han sido una de las propuestas ms fuertes del pensamiento y accin feminista. Dando un paso ms all, surgen planteos (Carrasco, 2001; Prez-Orozco, 2012) que apuestan por la superacin de estos ejes dicotmicos de anlisis, proponiendo la reorganizacin vital a partir de poner la vida en el centro. Para ello se propone el reconocimiento y visibilizacin de la interdependencia como herramienta en la construccin de lo comn.
Con interdependencia nos referimos en particular a los planteos de Butler (2010), al reconocimiento de la precariedad que condiciona nuestra existencia y que vincula nuestra condicin a la presencia de otras (humanas y no-humanas) durante el proceso vital. Su planteo no se propone la construccin de posturas escencialistas, sino que pretende amplificar los marcos de referencia sobre los procesos de interrelacin que nos sostienen. De lo que se trata no es de la Òvida como talÓ, sino acerca de las condiciones de vida, la vida como algo que exige condiciones para llegar a ser una vida ÒvivibleÓ (Butler, 2010).
La teora de la autosuficiencia que se imprime en estos tiempos, se sostiene imponiendo un ideal de independencia que, como menciona Lpez-Gil (2014), se basa en tres cosas:
La primera es que la conciencia se basta a s misma para ser y conocerse (autonoma del yo). La segunda, que la vida es un proyecto individual que nada tiene que ver con la experiencia colectiva (privatizacin de la existencia). Por ltimo, que no necesitamos a nadie que nos cuide (autosuficiencia en el cuidado). (p. 51)
Ampliar los marcos interpretativos sobre las diversas dependencias, permite visualizar y reconocer todas aquellas actividades y necesidades, afectos y materialidades que hacen posible la existencia. El reconocimiento de nuestras fragilidades y la necesidad de vnculos de sostn, ponen en el centro la vida en comn como una necesidad de primer orden, as como herramienta para el cambio (Lpez-Gil, 2014).
En un contexto social en el que la nocin de comunidad est ligada fuertemente a los procesos de diferenciacin y subalternidad, y dndela comunidad es vista como signo de debilidad frente a la lgica de la autosuficiencia (Rodrguez, & Montenegro, 2013), se apuesta por trastocar los valores subvirtiendo la debilidad en fortaleza y potencia para el cambio.
El reconocimiento de nuestros lmites tambin es una oportunidad para darle un lugar a las tareas que sostienen nuestra cotidianidad y han sido histricamente relegadas al mbito privado de lo domstico y asumido en su mayo ra por mujeres. La preocupacin pasa por cmo gestionar el cuidado de los nios y nias pequeos en las asambleas, el reparto de las tareas de preparacin y gestin de asl comidas en los tiempos de obra, o Àquin limpia los baos en la Base?.
El tema de la participacin de las mujeres en la obra, sobre todo aquellas que tienen responsabilidades con nios y como concilian con el trabajo en la casa no es un tema que se discuta colectivamente, incluso cuando se debate acerca de la falta de participacin de alguna/os socia/os. En particular es el caso de las que participan en Babalia, en ms de una oportunida d han mencionado las dificultades que tienen para participar. (Registro del diario de campo, viernes 13 de diciembre 2013)
Algunas de las preguntas y temas que mencionamos antes, fueron parte de las discusiones en los espacios de debate, origen de malestares y posibilidades para la gestin de pequeos cambios en las dinmicas del colectivo. Por ejemplo, en las ltimas asambleas se viene gestionando un grupo de crianza para que padres y madres participen en las asambleas. Sin embargo, queda mucho trabajo y camino por recorrer, lo que ha generado la conformacin de un grupo no mixto de mujeres, lesbianas y trans de la Base, con el objetivo de profundizar el debate y la mirada feminista en el colectivo. Entender la centralidad de las apuestas colectivas, orientadas a construir una cotidianidad vital, requiere de la articulacin de posiciones para no reproducir aquello que queremos modificar. En este sentido, proponemos recordar la apuesta feminista por la visibilizacin, en un sentido amplio, de los cuidados y la importancia de los soportes afectivos (Precarias a la deriva, 2004). No para que esta tarea sea nuevamente asumida por mujeres, sino para que se instale en el discurso social y poltico su dimensin ms invisible.
Las formas de afectividad que se construyen en el contacto de los cuerpos, en un hacer comn, se vuelve presente en el contacto y en los d iscursos de esta experiencia.
Si bien se reconocen dificultades, una de las valoraciones ms compartidas es el proceso de aprendizaje y la construccin de vnculos de confianza y cario como elementos que sostienen en muchos grados la participacin. Marca una diferencia especial en el relacionamiento de quienes compartieron momentos de obra, charlas, almuerzos. (Texto colaborativo, mayo 2013)
La apuesta feminista por la politizacin de los afectos remite a la visibilizacin del papel que adquieren los mismos en los procesos de transformacin social (Gandarias, & Pujol, 2013). Acostumbrados y acostumbradas a la racionalizacin de la poltica y su estrabismo androcntrico, poner en el centro los afectos se vuelve una cuestin revolucionaria. Hablar de afectos, reconocerlos y visibilizarlos, no busca retornar a planteos esencialistas o romnticos. La dimensin afectiva pone en juego tambin nuestros deseos y miedos, sostiene nuestra presencia, as como nuestra distancia o alejamiento de los espacios colectivos. Reconocer el papel que ocupan y generar visibilidad sobre sus efectos, seran parte de la apuesta poltica para el cambio.
Consideraciones finales
A partir de este trabajo, intentamos conectar desde un proceso encarnado de investigacin, algunas reflexiones para poner en tensin la nocin de Comunidad. Los debates y aportes que surgen de este trabajo los entendemos como una contribucin en la construccin de herramientas tiles para la transformacin social (Krause, 2001). Compartimos los planteos de Sawaia (1999) y mantenemos distancia de visiones maniquestas que plantean la presencia de espacios como buenos o malos, liberadores o aprisionadores. Nuestra propuesta en este artculo evita anlisis dicotmicos en este sentido, para abrirse a la multidimensionalidad de los conceptos y reflexiones. A partir de las articulaciones, quisiramos cerrar con tres ideas que puedan orientar a futuras reflexiones sobre la comunidad.
En primer lugar la necesidad del compartir espacio-tiempo de los cuerpos en las dinmicas colectivas, como posibilidad para los bue nos encuentros. Ms que resignar este elemento en la definicin de la comunidad, quizs sea necesario analizarlo en el contexto de expresin, identificando los efectos en la vida de las comunidades que se aborden. Sobre todo considerando los procesos de fragmentacin que vivimos en las sociedades contemporneas, donde la ocupacin de un espacio compartido se puede constituir como elemento fundamental en su constitucin y resistencia al aislamiento.
En segundo lugar, partir de la diferencia como herramienta poltica para la construccin de lo comn. Ante propuestas identitarias cerradas y segregacionistas, la apertura y el reconocimiento de la diferencia se convierten en un acto tico para la conformacin de comunidades abiertas al encuentro. En este sentido, la mirada a los procesos de accin social y sus construcciones identitarias abiertas, se convierten en una orientacin para pensar la comunidad en este sentido.
Por ltimo, destacamos el aporte que el pensamiento feminista puede ejercer en estas reflexiones sobre la comunidad. La necesidad de visibilizar y reconocer la interdependencia identificando todas las necesidades, sobre todo las de cuidado y afecto para la construccin de una vida en comunidad. No slo por el lugar que ocupan a nivel de la vida de las personas, sino por las relaciones de poder que se pueden perpetuar o subvertir entre las personas que lo componen. Y por otro lado, en el reconocimiento de los efectos polticos que adquieren los afectos en la constitucin y mantenimiento de las comunidades.
Con este trabajo no buscamos ni la idealizacin del concepto, ni de la experiencia concreta con la que articulamos, pero s apostamos por transformar la concepcin del nosotros, parafraseando a la filsofa Marina Garcs (2014)
Ms all de la dualidad unin/separacin, los cuerp os se continan. No slo porque se reproducen, sino porque son finitos. Donde no llega mi mano, llega la de otro. Lo que no sabe mi cerebro, lo sabe el del otro. Lo que no veo a mi espalda alguien lo percibe desde otro ngulo. La fi nitud como condicin no de la separacin sino de la continuacin es la base paraotra concepcin del nosotros, basada en la alianza y la solidaridad de los cuerpos singulares, sus lenguajes y sus mentes. (p. 30)
Queda para otra reflexin (o artculo), el significado de investigar habitando, las posibilidades y lmites de las articulaciones. Es decir, en qu medida los recorridos que realizamos en este tipo de investigaciones nos permiten la constitucin de comunidades cientficas, que se constituyen ms all de la acad emia, en sus mrgenes.
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Notas
1 Este trabajo forma parte de mi tesis doctoral en el Doctorado en Psicologa Social del Departamento de Psicologa Social en la UAB. El artculo no hubiera sido posible sin las discusiones, intercambios y encuentros en los grupos: Fractalidades en Investigacin Crtica (FIC) y Polticas de Cuidado y Trabajo de la UAB. Tambin a la participacin e intercambio con compaeras del Programa de Psicologa Social Comunitaria de la Facultad de Psicologa de Uruguay (UDELAR). A mis compaeras y amigas, Karina Fulladosa e Itziar Gandarias por ser fuente de inspiracin, encuentro y acompaamiento en este camino. Agradecer a mis tutoras Mamen Pearanda y Marisela Montenegro por la lectura, comentarios y aportes. Y por ltimo y muy especialmente Ana Isabel Garay por su compaia siempre presente. La investigacion que da origen a los resultados presentados en la presente publicacin recibi fondos de la Agencia Nacional de Investigacin e Innovacin bajo el cdigo POS_EXT_2014_1_106075
2 http://www.labase.info/
3 Utilizamos en este trabajo la primera persona del plural, para reconocer la pluralidad de voces que han compuesto este texto, por nuestro rol como investigadora-activista, si bien existe una autora en la composicin del artculo. Tambin y desde una posicin poltica utilizaremos el lenguaje inclusivo, para dar visibilidad a todas las voces.
4 Una comunidad se define por la calidad de las relaciones que se practican. Las comunidades pueden tender hacia la depresin, la ansiedad y las conductas adictivas (como el capitalismo actual), o hacia la alegra, la franqueza y la potencia comn de hacer y de pensar. Nosotros luchamos por esta ltim a, y para crearla fruto de los lazos de solidaridad, de apoyo mutuo y sobre todo de amistad y de confianza que sepamos construir. Una comunidad contra la desconfianza y el miedo, por tanto, abierta al otro, hospitalaria. Queremos construir esta comunidad localmente, en el barrio, all donde vivimos, en este sentido entendemos el territorio. (Traduccin propia)
5 Frente a estas dinmicas, somos muchas las person as que apostamos por encontrarnos, compartir y construir juntas nuevas maneras de ser, de hacer y de relacionarnos. Queremos compartir nuestras vidas, sintindonos parte de una comunidad humana que apoyamos y que nos apoya; queremos pensar y relacionarnos libremente, escogiendo lo que queremos realizar y responsabilizndonos de nuestras decisiones. Queremos, en definitiva, una vida comn , una vida plena y vivida libremente. (Traduccin propia)
6 Ver http://www.labase.info/
7 As que decimos Ateneo cooperativo porque ante todo nos hemos unido las diferentes, las que quizs no compartimos todava u na idea sobre cmo hacer la revolucin, las que a veces nos sentimos perdidas ante el ensordecedor ruido de la metrpolis enfermiza, las que no tenemos nombre, las que nos mantenemos escpticas ante soluciones totales y milagrosas, las que todava estamos aprendiendo a ser comunidad. Sin embargo, en la diferencia, nos reconocemos y cooperamos.
Pobreza e suas relaes com a Psicologia Comunitria na 5a Conferncia Internacional de Psicologia Comunitria
Poverty and its relations with the Community Psychology in the 5th International Conference on Community Psycholog
Vernica Morais, James Ferreira, Sara Castro
Autor referente: vemorais@yahoo.com.br
Universidade Federal do Cear
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Historia editorial
Recibido: 21/05/2015
Aceptado: 29/07/2015
RESUMO
O problema da pobreza tem influncias psicossociais na vida humana. A Psicologia Comunitria trabalha com esses problemas psicossociais. Ento, busca-se com este artigo analisar a presena da temtica da pobreza nos trabalhos apresentados na 5» Conferncia Internacional de Psicologia Comunitria (CIPC), que foi realizada em setembro de 2014 em Fortaleza (Cear/Brasil). O tema da 5» CIPC foi ÒPsicologia Comunitria no mundo atual: desafios, limites e prticasÓ com 1553 inscritos e 726 trabalhos aprovados. A metodologia consiste em analisar a temtica da pobreza nos trabalhos aprovados nos cincos eixos temticos: Polticas Pblicas, Acadmico/Formao, Profisso, Movimentos Sociais e tica na dimenso planetria e em defesa da vida. As dimenses analisadas foram: concepes de pobreza, dimenses psicossociais utilizadas e relao da Psicologia Comunitria com a pobreza. Analisa-se que os eixos com mais produes relacionadas pobreza so Acadmico/Formao e Polticas Pblicas. Entretanto, a maioria dos resumos no apresenta uma definio especfica da pobreza. H tambm produes com enfoques monetrios e multidimensionais. Sobre as dimenses da pobreza, as mais utilizadas foram o apoio social, as potencialidades, o fatalismo, a conscientizao, a vergonha, a humilhao e a excluso social. Sobre as relaes da Psicologia Comunitria com a pobreza, grande parte dos resumos utilizam a pobreza somente como caracterizao de um contexto, porm tambm h produes que atuam contra as prticas de opresso relacionadas pobreza e em uma perspectiva crtica.
Palavras chave: Pobreza; Psicologia Comunitria; Polticas Pblicas; Formao.
ABSTRACT
The problem of poverty has psychosocial influences on human life. Community Psychology works with psychosocial problems that occur in the lives of people in situations of social vulnerability. Then, this article analyzes the presence of the theme of poverty in the papers presented at the 5th International Conference on Community Psychology (ICCP), held in September 2014 in Fortaleza (Cear/ Brazil). The theme of the 5th CIPC was "Community Psychology in the current world: Challenges, limits and practices" with 1553 enrolled participants and 726 papers approved. The methodology consists of analyzing the theme of poverty approved in the five themes of the 5th CIPC works: Public Policies, Academic / Training, Occupation, Social Movements and Ethics in planetary dimension and in defense of life. The analyzed dimensions were: poverty concepts, psychosocial dimensions and relationship between Community Psychology and poverty. It is analyzed that the axes with more productions related to poverty are Academic / Training and Public Policy. However, the majority of abstracts do not have a specific definition of poverty. There are also productions with monetary and multidimensional approaches. On poverty dimensions, there were used social support, the potential, the fatalism, the conscientization, the shame, the humiliation and the social exclusion. On the relations between Community Psychology and poverty, the majority of abstracts used poverty only as characterizing a context, but there are also productions that act against oppression practices related to poverty and a critical perspective.
Keywords: Poverty; Community Psychology; Public Policy; Training.
O conceito de pobreza est geralmente relacionado com a falta de recursos financeiros dos indivduos. Alm dessa representao, h presente uma estigmatizao da pobreza que constitui formas de reconhecimento depreciativo do pobre. As pessoas em situao de pobreza passam a ser reconhecidas como seres humanos incapazes de serem produtivos, como tambm sendo responsabilizados por seus fracassos (Rego, & Pinzani, 2013). Assim, deve-se utilizar concepes de pobreza que extrapolem o reducionismo na anlise desse fenmeno, sendo a Abordagem Multidimensional (Sen, 2000) uma perspectiva no restrita unicamente a aspectos de privao financeira. Identifica-se que essa tendncia seria a que melhor contribui para o desenvolvimento de atuaes em Psicologia Comunitria junto s pessoas em situao de pobreza. Portanto, tem-se como objetivo analisar as concepes de pobreza nos trabalhos apresentados na 5» Conferncia Internacional de Psicologia Comunitria (CIPC) realizada em 2014 no Brasil.
A discusso sobre os conceitos de pobreza pode ajudar a compreender como eles influenciam na constituio deste fenmeno. Desde a antiguidade, a pobreza vista como falta de condies materiais para a existncia (Lacerda, 2009). Da mesma forma, na Idade Mdia, o pobre foi considerado como algum carente de terras e riquezas (Piva, 2006). Sob o capitalismo, a pobreza tem sido associada deficincia financeira do indivduo (Mendona, 2006). Laderchi, Saith e Stewart (2003) corroboram com esta ideia ao propor que a pobreza est ligada a uma ordem em que o bem-estar material da pessoa seria baseado em seu consumo de energia, por exemplo. A abordagem monetria da pobreza, ento, demonstra suas limitaes ao se deter apenas ao poder da compra de bens de consumo como indicador de pobreza, ignorando a heterogeneidade dos indivduos, as liberdades pessoais vividas, os contextos sociais e culturais (Lacerda, 2009).
Como contra ponto a essa perspectiva, argumenta-se que a abordagem multidimensional da pobreza no entendida somente como falta de renda, mas como uma srie de fatores que afetam negativamente o Bem Estar da pessoa (Salama, & Destremau, 2002). A Abordagem das Capacitaes desenvolvida por Amartya Sen acredita no homem e na mulher como dotados de habilidades e desejos, sendo necessria uma ordem social que oferea oportunidades para alcanar a autonomia. A pobreza vista, ento, a partir dos fatores que privam os seres humanos do desenvolvimento de suas liberdades (Sen, 2000).
Com isso, amplia-se a concepo de pobreza no sentido de ir alm da considerao dos aspectos materiais, incluindo fatores sociais, estruturais e polticos. O Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) parte deste ponto de vista multidimensional, considerando as lacunas na educao, habitao e sade presentes neste entendimento da pobreza (Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento, 2010). A privao nessas dimenses pode implicar uma diminuio das possibilidades de existncia de pessoas em contextos de pobreza. No entanto, necessrio expandir a concepo do fenmeno para aspectos ainda mais abrangentes e psicossociais, pois se deve entender a pobreza tambm em uma ordem opressiva simblica.
Moura Jr., Cidade, Ximenes e Sarriera (2014) concebem que h dimenses psicossociais essenciais para o entendimento desses impactos da pobreza no modo de existncia dos indivduos. H fatores que favorecem o enfrentamento da pobreza, como o bem estar pessoal, o senso de comunidade e a esperana, e outros que dificultam esse enfrentamento, como a vergonha, a humilhao e o fatalismo. Nesse sentido, deve-se entender a pessoa em situao de pobreza como constituda de um prisma psicossocial com diversas matizes. Dentre os quais, salienta-se que a pobreza geralmente constituda a partir de prticas simblicas de estigmatizao do pobre, produzidas no campo intersubjetivo e de culpabilizao do indivduo por sua condio, o que leva a naturalizao dos processos envoltos na manuteno da pobreza.
Estas prticas de opresso influenciam nas relaes sociais e no psiquismo do indivduo, fomentando a existncia da cultura da pobreza. Tal termo foi desenvolvido por Martn-Bar (1998) e criado por Oscar Lewis em 1959. Ele se caracteriza pelo desenvolvimento de sentimentos de marginalizao, de impotncia, de dependncia e de inferioridade por um sistema econmico social excludente e dominante, amparado por uma ordem ideolgica opressiva que causa e refora este tipo de cultura. A cultura da pobreza , ento, responsvel pela reproduo de uma estrutura funcional singular que refora e mantm a pobreza a partir de normas e atitudes compartilhadas pelos indivduos situados em condies adversas (Martn-Bar, 1989). Nesse sentido, tal cultura representa la falta de autocontrol y la dificultad para aplazar la satisfaccin de las propias exigencias y para salirse del presente, planeando el futuro; un sentido de resignacin y fatalismo; un marcado machismo, una gran tolerancia hacia la patologia psicolgica y la debilidad del proprio yo (Martn-Bar, 1989, p. 85).
Estes elementos ajudam a estabelecer simbolicamente formas especficas de autorreconhecimento e percepes da realidade baseadas em preceitos negativos e estigmatizados da pobreza. O fatalismo, por exemplo, constitui-se a partir do distanciamento emocional da realidade cotidiana e da atribuio de justificativas sobre a realidade por meio de explicaes sobrenaturais (Martn-Bar, 1998). Trata-se de caractersticas que podem ser entendidas como uma reao psicolgica a vivncias de sofrimento criadas em contextos sociais adversos e opressores (Jaspard, 2004). Com isso, tem-se que os aspectos opressores da pobreza podem ter repercusses na vida das pessoas pobres, ocasionando a anomia, a desagregao familiar e comunitria, e a violncia (Gis, 2008). Prilleltensky (2008) compreende que a pobreza uma prtica de opresso que enfraquece as potencialidades dos indivduos.
Por isso, a pobreza entendida como opo histrica e tica da Psicologia Comunitria, posto que essa forma de fazer Psicologia se constitui como uma estratgia de interveno na realidade com objetivo de mudana social. A pobreza, ento, reconhecida como um fator com urgncia de ser superado (Moura Jr., Rebouas Jr., et al., 2014). No Brasil e nos demais pases da Amrica Latina, a construo e a difuso da Psicologia Comunitria se deram principalmente aps a dcada de 1960, com o agravamento das questes sociais e a propagao de novos valores sociais e humanos, sobretudo atravs das lutas travadas pelos movimentos sociais e pelo consequente resgate das ideias marxistas e neomarxistas pela Psicologia Social (Prado, 2002).
Contudo, entende-se que a h a constituio de diferentes formas de fazer Psicologia Comunitria. Apresenta-se, ento, neste artigo uma Psicologia Comunitria com foco marxista e amparada pela tica da libertao. De acordo com Lane (1984), foi dentro do materialismo histrico e da lgica dialtica que foram encontrados os pressupostos epistemolgicos para a reconstruo de um conhecimento que atendesse realidade social e ao cotidiano de cada indivduo. Dessa maneira, com esses aportes tericos, foi possvel a elaborao de propostas de interveno no contexto de pobreza e nas relaes sociais dos indivduos (Montero, 2004a).
Martn-Bar (1997) contribuiu para constituio de uma atuao e de um conhecimento voltado para o povo oprimido, sendo necessrio o alinhamento epistemolgico, conceitual e prxico. Epistemologicamente e conceitualmente, o psiclogo comunitrio e a psicloga comunitria tem que se pautar e se ater de forma crtica realidade de opresso vivida pelas pessoas envolvidas em situao de pobreza, como tambm focar nas potencialidades existentes naquela realidade e com aquelas pessoas. No mbito prxico, imprescindvel construir aes conjuntas de forma cooperativa e participativa, abrangendo os desejos e a realidade histrica dos indivduos.
Alm disso, compreende-se, tambm, que a base de estruturao da Psicologia Comunitria est fundamentada a partir da compreenso da realidade como balizada por concepes ideolgicas que oprimem e anulam o potencial de transformao dos sujeitos, repercutindo em tipos de conscincia como propostos por Freire (1974). Percebe-se que Vygotsky (2004) j compreendia que a realidade estava alicerada em concepes ideolgicas que constituam formas especficas de conscincia. Assim, entende-se que o autorreconhecimento depreciativo da pessoa em situao de pobreza causado por prticas simblicas estigmatizantes que objetivam enfraquecer as potencialidades e a capacidade de enfrentamento do indivduo imerso em condies de privao.
Os processos de conscientizao podem facilitar esse enfrentamento, sendo entendidos como um dos principais conceitos e estratgias de atuao em Psicologia Comunitria. Freire (1979) concebe que a conscientizao est relacionada postura ativa de transformao de si mesmo e da realidade a partir de uma reflexo crtica sobre o cotidiano e suas dinmicas de opresso. O movimento de conscincia iniciado com a tomada de conscincia, atravs da qual o indivduo passa a reconhecer que faz parte de um contexto de opresso, compreendendo de forma mais crtica a realidade social (Martn-Bar, 1997).
A conscientizao ocorre quando o sujeito passa a atuar ativamente no processo de mudana da realidade social de opresso, apropriando-se de um posicionamento mais interventivo. O psiclogo comunitrio e a psicloga comunitria, ento, tem que se colocar como facilitadores desse processo de maneira singular. Freire (1984) afirma que aes tem que ser construdas com as pessoas. No se pode elaborar ou estruturar atuaes para as pessoas, porque, dessa maneira, constroem-se prticas tuteladas que fortalecem a dependncia e a passividade, como as aes assistencialistas e tecnicistas.
Tal compreenso no pode somente ocorrer no nvel propositivo, mas deve ser premissa das atitudes profissionais. A Psicologia Comunitria fornece ferramentas significativas para atuar na transformao dessa realidade. Assim, compreender como esto situadas as teorias, pesquisas e experincias mais atuais em Psicologia Comunitria a partir dos trabalhos da 5» CIPC forneceria uma viso abrangente sobre como est sendo tratada a pobreza.
Conferncias Internacionais de Psicologia Comunitria
A compreenso das trajetrias das Conferncias Internacionais de Psicologia Comunitria importante para o entendimento da forma como essa disciplina vem se organizando ao longo dos anos. As Conferncias tm como foco especfico as possibilidades de discusso e de reflexo, condies de fortalecimento da comunidade e da Psicologia Comunitria no contexto de crise social e de excluso presente na realidade de vrios pases. A cada dois anos, as Conferncias Internacionais tm sido realizadas com temas especficos em pases diferentes, perfazendo um total de cinco: San Juan em Porto Rico (2006), com o tema ÒAgendas compartilhadas na diversidadeÓ; Lisboa em Portugal (2008), com o tema ÒConstruir comunidades participativas, potenciadoras e diversas: visualizar a Psicologia Comunitria desde uma perspectiva mundialÓ; Puebla no Mxico, (2010), com o tema ÒAproximaes comunitrias aos problemas sociais contemporneosÓ; Barcelona na Espanha (2012) , com o tema ÒComunidade e poltica em um mundo em crise: repensando a ao comunitria no novo sculoÓ; e Fortaleza no Brasil (2014), com o tema ÒPsicologia Comunitria no mundo atual: desafios, limites e fazeresÓ.
So eventos no vinculados a nenhuma sociedade acadmica. No entanto, contam com o apoio cientfico da Society for Community Research and Action (SCRA) e da European Community Psychology Association (ECPA). Em todas as Conferncias, so definidos os eixos temticos que estruturam reas que possuem relao com o tema do evento. No caso especfico da 5» CIPC ocorrida no Brasil, foram definidos os seguintes eixos: Polticas Pblicas, Acadmico/Formao, Profisso, Movimentos Sociais e tica na dimenso planetria e em defesa da Vida.
Segundo o site da 5» CIPC (Conferncia Internacional de Psicologia Comunitria [CIPC], 2014), no Eixo Polticas Pblicas Òbuscaremos fomentar um dilogo entre a Psicologia Comunitria e as polticas pblicas e sociais, considerando as dimenses local e global na atuao do psiclogo comunitrio, promovendo o aprofundamento, a reflexo e a avaliao das polticas pblicas e sociais diante das questes sociais que afrontam o mundo.Ó O eixo Acadmico/Formao Òtem a funo de apresentar contribuies dos possveis mbitos de formao em Psicologia Comunitria e sua relao com a formao do psiclogo.Ó O Eixo Profisso aponta para Òuma atuao comprometida com a transformao e emancipao humana, tem como objetivo problematizar a poltica que envolve a categoria profissional.Ó J o Eixo Movimentos Sociais Òbusca problematizar como os Movimentos Sociais assumem o lugar de luta pelo poder no espao de ao histrica, contribuindo, atravs da participao e conscientizao, com o fortalecimento da identidade do sujeito e o desenvolvimento comunitrio.Ó Por fim, o Eixo tica na dimenso planetria e em defesa da Vida Òtoma como questo central o paradigma de defesa do planeta em sua proposta tica, considerando a defesa da vida de todas as espcies, a justia social e a construo da autonomia individual e coletiva, ligada libertao humana.Ó Todos os trabalhos apresentados obrigatoriamente foram inscritos em cada um desses eixos.
Mtodo
Esta pesquisa foi realizada a partir de uma perspectiva qualitativa por meio da anlise documental. De acordo com Souza, Kantorski e Luis (2011), essa anlise refere-se ao processo de verificao do documento com uma finalidade especfica. importante salientar que a apreciao pode ser feita com diversas finalidades, desde realizao de pesquisas histricas at fins especficos, como analisar a relao da temtica pobreza com a Psicologia Comunitria nos trabalhos apresentados na 5» Conferncia Internacional de Psicologia Comunitria (CIPC).
A 5» CIPC foi a Conferncia que teve o maior nmero de participantes e de trabalhos em comparao s Conferncias anteriores, conforme Tabela 1.
Tabela 1
Dados da 5» Conferncia Internacional de Psicologia Comunitria
Os descritores ÒpobrezaÓ e ÒpobreÓ nos ttulos e no resumo foram utilizados como primeiro filtro de anlise dos resumos. Neste primeiro resultado, foram encontrados 78 resumos, conforme Tabela 2. Os cinco eixos temticos, apresentados anteriormente, foram utilizados para anlise dos resumos dos trabalhos apresentados nos Anais 5» Conferncia Internacional de Psicologia Comunitria (CIPC, 2014). Em seguida, os resumos identificados foram analisados com o auxlio do software de anlise de dados qualitativos Atlas.ti e realizada uma anlise de contedo (Bardin, 2006). As categorias de anlise foram divididas em trs grandes famlias ou macro categorias: conceito de pobreza utilizado no trabalho, dimenses psicossociais relacionadas pobreza e posicionamentos da Psicologia Comunitria em relao aos conceitos de pobreza.
De forma especfica, a macrocategoria Òconceito de pobrezaÓ foi dividida em: monetrio, multidimensional e sem definio. Outra macrocategoria chamada de Òdimenses psicossociais relacionadas pobrezaÓ estava estruturada a partir das seguintes categorias: apoio social, conscientizao, enfraquecimento de potencialidades, excluso social, fatalismo, formao, libertao, participao comunitria, potencialidades, senso de comunidade, vergonha, humilhao e violncia. Por fim, foi identificada a Òrelao da Psicologia Comunitria com o conceito de pobrezaÓ atravs das seguintes categorias: fomento da prxis da PC contra os processos de opresso, caracterizao de contexto e objetivo tico da atuao em Psicologia Comunitria.
Resultados e Discusso
Presena do tema pobreza nos eixos temticos.
Os dados apresentados na Tabela 2, a partir dos Anais da 5» CIPC (2014), demonstram a distribuio dos trabalhos por eixos temticos, tipos de trabalho, idiomas e lugares de desenvolvimento do trabalho. A anlise dos dados permite identificar que h uma maior concentrao de trabalhos no eixo das Polticas pblicas, contabilizando 30, e no eixo Acadmico/formao com um total de 25, acompanhado pelo eixo tica na dimenso planetria com 11, eixo Profisso com 7 e eixo Movimentos sociais com 5.
Tabela 2
Trabalhos Relacionados Temtica Pobreza por Eixo Temtico
No eixo das polticas pblicas, encontramos maior incidncia de trabalhos nos idiomas portugus e espanhol, o que pode est relacionado com o contexto social dos pases da Amrica Latina, em que esto presentes altos indicadores vinculados situao de pobreza da populao. Tambm, importante salientar que este resultado pode est vinculado ao fato da Conferncia Internacional ter ocorrido pela primeira vez na
Amrica do Sul e, especificamente, no Brasil. Esse fato contribui para o desenvolvimento de trabalhos em Psicologia Comunitria que tenham o problema da pobreza como foco, como comprovado com uma quantidade de 12 trabalhos a partir de relatos de experincia e 11 de relatos de pesquisa. Os trabalhos esto distribudos em maior nmero nas universidades pblicas e privadas. A presena de psiclogos e de psiclogas trabalhando em polticas pblicas favorece a concentrao de trabalhos nesse eixo, principalmente, porque no Brasil as polticas pblicas de Assistncia Social funcionam como um dos maiores empregadores de psiclogos e de psiclogas. Alm disso, uma rea de atuao desenvolvida prioritariamente para trabalhar com o pblico em situao de pobreza (Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, 2015).
No eixo acadmico/formao, encontramos mais trabalhos nos idiomas portugus e ingls. A temtica acadmico/formao impulsiona o desenvolvimento de trabalhos de cunho terico e de pesquisa tendo em vista que se prope a discusso de teorias e metodologias relacionadas formao do futuro profissional. Diante disso, encontramos 10 trabalhos tericos e 8 resultados de pesquisa, distribudos mais nas universidades pblicas e privadas.
No eixo profisso, encontramos mais trabalhos de cunho terico (4), sendo resultados de pesquisa (2) e somente 1 proveniente de relato de experincia. Esse dado surpreende em virtude da baixa recorrncia de trabalhos oriundos do relato de experincias, porm a falta de discusso sobre o fazer da profisso pode ter contribudo para a procura de inscries de trabalhos em outros eixos mais direcionados. importante salientar que todos os trabalhos foram no idioma portugus, mostrando talvez que essa necessidade esteja mais presente no Brasil.
No eixo movimentos sociais, os trabalhos se distriburam em relatos de pesquisa (4), tericos (1) e no idioma ingls (4). A pouca quantidade de trabalhos nesse eixo, com somente 5 trabalhos, pode demonstrar a necessidade de desenvolver uma aproximao maior entre a Psicologia Comunitria e os movimentos sociais no tocante temtica da pobreza. Por fim, no eixo tica na dimenso planetria e em defesa da vida, os trabalhos se distriburam em relatos de pesquisa (8) e tericos (3). A concentrao esteve em trabalhos em portugus (7). importante salientar que este eixo representava a diversidade de temticas vinculadas aos aspectos voltados para situaes de injustia social. Guzzo e Lacerda (2007) concebem que a pobreza pode ser entendida como uma dessas situaes de dominao.
A partir dessas consideraes mais gerais, importante tambm apontar a forma como foi apresentada a pobreza nos resumos da 5» CIPC. Assim, analisam-se os conceitos de pobreza utilizados, as dimenses psicossociais mais presentes e a relao da Psicologia Comunitria com este tema.
Conceitos de pobreza utilizada nos trabalhos.
Como j mencionado, a pobreza pode ser concebida desde a perspectiva monetria at as mais avanadas abordagens multidimensionais. No entanto, deve-se salientar que a forma de concepo e de mensurao da pobreza impacta sobre a abrangncia, o perfil e a efetivao de polticas e intervenes comunitrias junto ao pblico em situao de pobreza (Feres, & Villatoro, 2013).
Assim, preocupante observar que mais 70% das produes que trabalham de alguma maneira a pobreza nos resumos da 5» CIPC no tenham nenhuma definio sobre este conceito e nem fundamentaes tericas ou formas de mensurao para explicit-la. Foi, ainda, realizada uma anlise para identificar o lugar atribudo pobreza nos resumos apresentados. Verificou-se que a maioria dos trabalhos no tem nenhuma definio da pobreza e posicionam este fenmeno de forma no central nos trabalhos.
Portanto, isso indica que a pobreza que trabalhada nas produes em Psicologia Comunitria da 5» CIPC carece de um aprofundamento terico especfico da temtica da pobreza a fim de que possa facilitar processos de enfrentamento e superao a essa situao de opresso. Esses resumos tiveram como temticas de forma geral: crticas ao neoliberalismo, conceituaes tericas ao lugar da tica na Psicologia Comunitria, experincias de intervenes comunitrias rurais e urbanas desenvolvidas por polticas pblicas e universidades, experincias de atuao junto aos movimentos sociais, investigaes com famlias urbanas e indgenas em situao de pobreza, estudos tericos e pesquisas sobre violncia, situao de rua e situao de abrigamento. A partir dessa anlise, identificou-se que h importantes temas e pblicos sendo trabalhados nessas produes da 5» CIPC.
Aponta-se tambm que h produes que enfatizam de forma explcita o posicionamento terico e metodolgico das concepes de pobreza apresentadas. Foram identificados oito resumos com o enfoque monetrio, apresentando que a perspectiva da pobreza est baseada em uma limitao da renda. As temticas apresentadas nessas produes so referentes s pesquisas sobre violncia contra jovens e sobre casos da intolerncia religiosa contra a populao negra, s experincias de resilincia em adultos de comunidades urbanas e rurais e de atuaes nas polticas pblicas com famlias.
Com o enfoque multidimensional, foram identificados 12 resumos, que ampliam essa compreenso de limitao monetria da pobreza para fundamentaes embasadas na privao de oportunidades e liberdade. Nesses resumos, a maioria faz parte de uma pesquisa com adultos de comunidades urbanas e rurais enfocando diversas dimenses psicossociais. No entanto, tambm h igualmente um estudo com mulheres em situao de abandono e uma experincia de avaliao de uma interveno de micro empreendedorismo com Psicologia Comunitria. Dessa maneira, salienta-se que essas discusses sobre o lugar da pobreza de forma terica e metodolgica dialogam com outras reas do conhecimento para compreenso deste problema.
A perspectiva multidimensional aproxima-se das concepes da Psicologia Comunitria, pois enfatiza, segundo Sen (2000), que a pobreza est ligada aos fatores vinculados ao contexto histrico e social, incidindo nas possibilidades de existncia do indivduo. De acordo com Rego e Pinzani (2013), a pobreza nessa perspectiva constituinte da prpria identidade do indivduo. Portanto, h impactos nas atitudes e nas formas de existncia das pessoas em situao de pobreza, porque h barreiras concretas e simblicas constituindo os processos de desenvolvimento de sua identidade. imprescindvel para uma atuao em Psicologia Comunitria o conhecimento desses impactos, pois, dessa maneira, pode-se desenvolver uma prxis condizente coma realidade social. A anlise das dimenses psicossociais relacionadas pobreza presentes nas produes em Psicologia Comunitria da 5» CIPC poder contribuir no processo de compreenso da pobreza como uma perspectiva complexa e multidimensional.
Dimenses psicossociais relacionadas pobreza.
Identifica-se que as dimenses psicossociais relacionadas pobreza mais utilizadas nos resumos da 5» CIPC so vinculadas aos aspectos positivos com foco no apoio social e nas potencialidades. H experincias de micro empreendedorismo e de educao financeira de apoio frente s situaes de sofrimento psquico causadas pela pobreza. Evidencia-se que a Psicologia Comunitria tem seu alicerce baseado no desenvolvimento de intervenes focadas no fortalecimento das potencialidades das comunidades e dos sujeitos comunitrios. De acordo com Ansara e Dantas (2010), junto com o foco nas potencialidades, tambm necessrio romper com prticas de dominao presentes na sociedade, tendo o estabelecimento de relaes democrticas e colaborativas como espao primordial nesse processo de libertao.
importante salientar que as prticas de libertao tambm foram apresentadas nos resumos presentes na 5» CIPC, sendo relacionadas com experincias de interveno em comunidades pobres. Montero (2004a) concebe a libertao como o processo de emancipao dos indivduos que esto imersos em situaes de dominao, como a prpria situao de pobreza. O enfoque da Libertao foi desenvolvido por conta do processo de reao ativo e crtico acerca da situao de pobreza, de violncia e de opresso localizados de maneira generalizada na Amrica Latina (Martn-Bar, 1998). Em alguns resumos, h o enfoque da relao da Psicologia Comunitria contra as prticas machistas e contra a discriminao impetrada aos trabalhadores de baixa renda como: faxineiros, faxineiras, babs, copeiros e copeiras e aos jovens em situao de pobreza.
Identifica-se que esse processo de excluso social e de discriminao pode desenvolver atitudes fatalistas. Assim, identifica-se que os resumos indicavam a necessidade de superao do fatalismo como via para o alcance da libertao, como tambm era apontado que o fatalismo seria o resultado desse processo de opresso causado pela pobreza. O fatalismo se constitui como ideias, pensamentos e sentimentos ancorados na representao da realidade como imutvel e baseada em explicaes pautadas em assunes divinas, em questes de sorte e em prerrogativas de culpabilizao do indivduo pela sua situao. Dessa maneira, no se questiona as relaes de dominao que funcionam como mantenedoras do status quo (Martn-Bar, 1997). Este mesmo autor indica que uma das formas de desvelamento dessas relaes de dominao e de destruio do fatalismo a conscientizao.
Este ltimo conceito tambm est presente nos resumos, estando relacionado ao processo de apropriao ativa da realidade de forma crtica (Freire, 1979). Entende-se que esse processo fomentado pela participao comunitria e pela revitalizao da memria histrica presente no senso de comunidade. importante salientar que essas duas dimenses tambm so identificadas em alguns resumos da 5» CIPC. A participao comunitria foi apresentada nos resumos como uma proposta de enfrentamento da violncia. Alm disso, essa participao tambm foi entendida como fomentoo processos de incluso produtiva, desenvolvendo localmente as comunidades mencionadas nesses trabalhos.
So identificadas algumas temticas vinculadas realidade de opresso causada pela pobreza. Aponta-se como campo de atuao da Psicologia Comunitria a superao dos sentimentos de vergonha e de humilhao causados pela pobreza. De acordo com Rego e Pinzani (2013), a realidade de pobreza pode fomentar, por conta de suas prticas simblicas depreciativas, a culpabilizao do indivduo pela sua situao, anulando a responsabilidade estatal nos processos de dominao vigente. Assim, identifica-se que h um ciclo opressor contra as pessoas mais pobres.
Esse processo de excluso social causado pela pobreza pode desenvolver atitudes fatalistas, sentimentos de vergonha, atos de humilhao, desvinculao comunitria e enfraquecimento das potencialidades. importante salientar que a Psicologia Comunitria est produzindo conhecimento sobre esses fenmenos. Obviamente, ainda de forma tmida, mas j indicando igualmente sadas para essas realidades de opresso. Portanto, a Psicologia Comunitria coloca-se de forma estruturada metodolgica e teoricamente com ferramentas para transformao desse contexto simblico e concreto da pobreza. A partir dessas consideraes, tambm se buscou identificar como a Psicologia Comunitria posiciona-se em relao aos conceitos de pobreza.
Relaes da Psicologia Comunitria com os conceitos de pobreza.
Primeiramente, esperava-se que a temtica da pobreza estivesse mais presente nas produes da Psicologia Comunitria, pois esta disciplina pode ser entendida como uma subrea da Psicologia Social (Montero, 2004b). Alm disso, entende-se que a Psicologia Comunitria, principalmente na Amrica Latina, surgiu a partir da crise da Psicologia Social. De acordo com Guzzo e Lacerda Jr. (2012), foram realizados movimentos de construo de conhecimentos mais crticos na Psicologia Social, voltados para a realidade de desigualdade social, de pobreza, de violncia e de dominao existentes em territrios latino americanos. Por conta disso, a Psicologia Comunitria situa-se como uma disciplina voltada para a transformao da realidade de opresso, tendo a pobreza como um dos problemas a ser superado.
Portanto, a pobreza coloca-se historicamente como uma temtica central na Psicologia Comunitria. No entanto, a partir das anlises dos resultados, os trabalhos com algum tipo de enfoque relacionado pobreza representam menos de 10% das produes cientficas divulgadas na 5» CIPC. Deve-se compreender esse nmero tambm a partir do lugar da pobreza na estrutura dessas produes. Em uma anlise mais detalhada, identifica-se que a maioria dos trabalhos posicionava a pobreza de forma no central e utilizava somente o critrio quantitativo. Estima-se que h duas vezes mais resumos que localizam a pobreza em uma posio marginal do que aqueles trabalhos que tem a pobreza como tema basal da produo.
Essa uma tendncia presente na Psicologia Brasileira de uma forma geral. Em uma pesquisa realizada no Brasil por Dantas, Oliveira e Yamamoto (2010) sobre as produes cientficas da Psicologia desde a primeira produo at 2008, foi verificado que a Psicologia praticamente no tem uma produo cientfica representativa referente a essa temtica. Somente foram encontrados 209 artigos cientficos relacionados com a pobreza. importante salientar que esta pesquisa restringiu-se aos artigos que fossem encontrados por meio de buscas virtuais na internet.
Assim, compreende-se que a maioria dos trabalhos apresentados na 5» CIPC utiliza a pobreza como uma temtica correlata ou adjacente discusso central. Isso significa que h temas que so mais aprofundados na discusso, sendo utilizada a pobreza como uma das vrias questes a serem discutidas nas produes. Sobre os eixos especficos, identifica-se que a maioria das produes que colocam a pobreza como temtica central est no eixo Polticas Pblicas com 8 trabalhos e eixo Acadmico seguido de 7 resumos. Assim, observa-se que os contextos acadmicos e as polticas pblicas so espaos de atuao mais comuns junto s populaes em situao de pobreza e possibilitam a produo de conhecimento dessa temtica.
O eixo tica da dimenso planetria em defesa da vida tambm contabilizou 5 resumos, evidenciando que a pobreza uma temtica a ser enfrentada, pois se coloca como uma realidade de privao que deve ser combatida de forma tica (Moura Jr., Ximenes, & Sarriera, 2014). Os eixos Movimentos sociais e Profisso praticamente no tem trabalhos com a pobreza como temtica central. importante salientar que, apesar dessas consideraes, os nmeros encontrados so muito baixos relacionados quantidade de trabalhos submetidos e aprovados na Conferncia, aproximando-se de um total de cerca de 800 produes.
Identifica-se tambm que a maioria dos resumos que relaciona a pobreza com a Psicologia Comunitria tem uma perspectiva restrita de caracterizao de um determinado contexto de atuao. A maioria dos resumos presentes neste tpico de anlise tambm est contida nas anlises dos resumos sem uma definio especfica de pobreza. Dentro dos eixos temticos da 5» CIPC, o eixo Polticas Pblicas um dos que mais possuem produes relacionadas utilizao da pobreza como caracterizao de um contexto. Seguindo essa tendncia, o eixo Acadmico/Formao tambm se constitui como tendo a maioria das produes com esse perfil.
Observa-se a utilizao da pobreza de forma mais pragmtica, porque no h a inclinao para o entendimento desse fenmeno em sua constituio. interessante observar que esse resultado segue a tendncia das produes cientficas brasileiras como j apontado por Dantas, Oliveira a Yamamoto (2010). Esses autores enfatizam que a utilizao da pobreza como caracterizao de um determinado contexto de atuao representa um dos grandes focos das produes cientficas brasileiras.
No entanto, importante mencionar que os eixos de polticas pblicas e Acadmico/Formao tambm possuem uma quantidade significativa de produes posicionando a Psicologia Comunitria como uma prtica de desconstruo da realidade de dominao da pobreza. Ento, entende-se que a Psicologia Comunitria constri conhecimento em prol da transformao dessa realidade de dominao nos resumos da 5» CIPC, o que indica que a Psicologia Comunitria deve agir em atuaes contra a situao concreta de pobreza, contra as prticas de discriminao relacionadas a essa situao, contra a reproduo de atitudes fatalistas e contra o processo de violao de direitos humanos que esto direcionados s pessoas em situao de pobreza.
O carter tico de transformao dessa realidade est inserido de forma total no eixo Acadmico/Formao, sem nenhuma produo no eixo polticas pblicas. Os resumos esto relacionados s intervenes comunitrias desenvolvidas pelas Universidades em comunidades urbanas e rurais. Ento, pode-se explanar que as polticas pblicas tem um carter mais pragmtico de atuao voltada para a transformao da realidade de pobreza, principalmente, porque a Psicologia Comunitria coloca-se como uma das principais ferramentas de atuao dentro das polticas pblicas (Ximenes, Colares, & Barros, 2009). No entanto, a reflexo sobre essa forma de atuao pautada em uma perspectiva tica do modo de fazer Psicologia Comunitria est restrita ao eixo Acadmico/Formao. Guzzo (2010) enfatiza que o carter tico est presente como central na prxis da Psicologia Comunitria com um processo de libertao dos contextos de dominao.
Consideraes Finais
Dessa maneira, entende-se que a Psicologia Comunitria est constituda de diversas matizes, formas de atuao e pblicos atendidos. De acordo com as anlises presentes nos resumos, os eixos polticas pblicas e acadmico/formao so os campos profcuos na produo de conhecimento e na atuao junto s pessoas em situao de pobreza. No entanto, importante salientar que ainda so atuaes realizadas de maneira no fundamentada teoricamente sobre a temtica da pobreza e posicionando-a de forma no central.
A necessidade de um processo de construo de conhecimento conjunto com base em uma perspectiva crtica, colaborativa e propositiva fundamental para a construo da Psicologia Comunitria que d respostas s problemticas sociais que afligem a maioria das pessoas que vivem em situao de pobreza. Deve-se salientar que os eixos profisso, movimentos sociais e tica na dimenso planetria e em defesa da vida foram os que tiveram menos consideraes a tratar sobre a pobreza, devendo ser fortalecidas essas discusses mais multidimensionais nesses mbitos de produo da Psicologia Comunitria.
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Formato de citacin
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Theory and practice for a critical community psychology in the UK
Teora y prctica para una psicologa comunitaria crtica en el Reino Unido
Mark Hal Burton, Carolyn Kagan
Autor referente: mark.burton@poptel.org
Universidad Metropolitana de Manchester (Manchester Metropolitan University)
Historia editorial
Recibido: 10/05/2015
Aceptado: 29/06/2015
ABSTRACT
Over the last 30 years we have developed an approach to "Critical Community Psychology", that aims to be locally focussed but globally aware. Characteristics that distinguish it from other approaches in community and critical psychology include 1) the concept of prefigurative action, which relates work with local projects and initiatives to a wider project of principled social change, 2) an understanding of community that reflects its contested nature and lived diversity, 3) a priority for working with those most oppressed or excluded by dominant power systems, 4) ecological and systems thinking which includes our own distinctive use of boundary, edge and the ethic of stewardship, 5) use of a wide repertoire of methods and theories adequate to the variety of problem contexts community psychologists can encounter. We also offer critical reflections on our approach.
Keywords: Community psychology; Prefigurative action; Contested community; Ecological metaphor
RESUMEN
A lo largo de los ltimos 30 aos hemos desarrollado un enfoque de ÒLa Psicologa Comunitaria CrticaÓ, enfocada en lo local pero consciente al nivel global. Sus caractersticas que se distingue de otros enfoques en la psicologa comunitaria y crtica incluyen, 1) el concepto de la accin prefigurativa, que hace vinculacin entre proyectos e iniciativas locales y un proyecto ms amplia de cambio social tico, 2) un entendimiento de comunidad que refleja su naturaleza contestada y su diversidad vivida, 3) una prioridad de trabajar para ellos quienes son lo ms oprimidos y excluidos por sistemas de poder dominantes, 4) conceptualizacin ecolgica y sistmica que incluye nuestro uso distintivo de los conceptos de frontera y borde y la tica de ÒstewardshipÓ, 5) el uso de un repertorio amplio de mtodos y teoras apropiadas a la diversidad de problemas encontrados por psiclogos comunitarios. Ofrecemos tambin unas reflexiones crticas sobre nuestro enfoque.
Palabras clave: Psicologa comunitaria; Accin prefigurativa; Comunidad contestada; Metfora ecolgica.
Introduction
This article is based on a paper presented at Birzeit University, Palestine, in 2013 at an international conference on Community Psychology. There we reflected that our own context is very different from that of colonial occupation in Palestine. It is similarly different from the multiple contexts of Latin America, yet we learn and draw inspiration from the struggles of people in those far away places, not with a view to copying praxis, but on the basis of understanding, adapting it to our own context. At the same time, as this article shows, we also use other concepts and methods in our own approach to what we have called critical community psychology. Unlike much Òcritical psychologyÓ, Òcritical community psychologyÓ also has a practical orientation, aiming for both the amelioration of social ills and transformative action in relation to their causes.
Its critical nature stems from the attempt to understand the wider context of community, embedded as it is in society, with its politics and economy. Moreover, it seeks to uncover those hidden and ideological aspects of social relations and especially the power relations that constitute them.
We live and work in Manchester, the world's first industrial city, now largely de-industrialised and a centre for finance, science, technology and media (and of course, football and music). While the city has boomed in recent years there are areas of great, relative disadvantage, and as many as 25 percent of children are growing up in conditions of poverty. Average life expectancy is 10 years lower than in the South of England. There are strong traditions of collective struggle, and a diverse population comprising communities with roots around the world, as well as traditional white communities.
Over the last 30 years we have developed an approach to working in community contexts that is the framework set out more fully in our book, "Critical Community Psychology" (Kagan, Burton, Duckett, Lawthom, & Siddiquee, 2011). We have done this through working both separately and together, forename2 from the University and forename1 from health and social services, and with a variety of collaborators. Our focus has included people who are disabled, people living in conditions of poverty and marginalisation, people with mental health difficulties, children, older people and migrants. We have worked with individual activists, small groups, community organisations, NGOs and government departments and agencies. We have worked on practice, policy, research and evaluation as well as on theory. Our approach has been both practical - orientated to principled social change and liberation from oppression and disadvantage, and critical - questioning assumptions in dominant ideology and policy, in communities and their practice, and in psychology and allied disciplines. To illustrate our approach we will take five aspects and explore them. Each of them in turn reveals other dimensions and issues in the construction and critique of community psychologies. Figure 1 illustrates their relationships with one another and the overall goal of social justice.
1) The concept of prefigurative action.
Our critical community psychology tries to be about more than ameliorative change ('asistencialismo' in the Spanish language literature), aspiring to transformational change for people and communities that are disadvantaged or oppressed. We see this in terms of social justice. But it is so much easier to aspire to transformational practice than to engage in it: indeed, much of the work of critical community psychologists is, in reality, small scale and time-limited. Why? Among the reasons, we highlight four.
1. Social life is shaped by forces outside the boundaries of both the community contexts and the projects that community psychologists and others are typically involved with. Those forces act as constraints on locally based social change yet can be relatively invisible (in the case of dominant ideology) and inaccessible to interventions at a local level.
2. Even though they might want to facilitate transformational change, community psychologists and their work are often disconnected from social movements that do work on society level change. The self image of scientist or professional can contribute to this isolation.
3. Methods deriving largely from social psychology, that are used in local action projects, do not contain either analytic or action frameworks for the societal level.
4. Community psychology, despite its emphasis on units of analysis that are greater than the individual and the immediate interpersonal context, has produced relatively little theory for the societal level, either in terms of the societal construction of the individual and the group, or in terms of action frameworks for systemic, macro, or societal level change.
So how can the connection be made between the local, project-based working typical of community psychology and a broader agenda or programme of principled social change? We have addressed this question elsewhere (Kagan, & Burton, 2000) through combining the model of action research (especially the idea of understanding social reality by attempting to change it) with Antonio Gramsci's concept of Ôprefigurative struggle' (Gramsci, 1968). Gramsci pointed to the importance in struggle of exploring, defining and anticipating the new social forms that the social movement seeks. So, as we work in ways that develop innovations, anticipating a better world, we will not be immediately creating it: instead we are experimenting (in partnership and solidarity) with change and learning from the process in a systematic way, while also collectively learning about what it is we are struggling for.
Prefigurative praxis, then, has two concerns, the immediate, identifying the limits of reform and hence the need for transformation, and the programmatic, the utopian horizon that gives meaning to a social movement. Prefigurative praxis is not a methodology in itself but an orientation that guides our roles as allies and co-learners within complex social environments.
The learning that always arises in one form or another from pre-figurative work can be released into the wider society, and into community psychological praxis in a variety of ways, including through the lived experiences of those that participated, were challenged, grew or benefited in some way. Sometimes the new learning is stabilised (Ray, 1993) in new social institutions, and sometimes not. Sometimes the new learning emerges later in ways that cannot be predicted: even apparently failed social projects can contribute to the wider programme and movements for principled change.
So through our emphasis on prefigurative praxis we seek to help community psychology and the people it works with to avoid fragmentation and repetition of effort, and link the local to the societal, the social psychological to the political.
2) An understanding of community that reflects lived diversity and the contested nature of the concept.
In our explorations of community psychology with people from other contexts we find that there are differences in the way that community is understood. This is not really surprising since communities themselves differ, even in this increasingly globalised world. It is therefore worth setting out our understanding of community.
Firstly 'community' is a contested concept (Kagan et al., 2011; Williams, 1976). It is used ideologically, for example by politicians to gain support for their policies and programmes. For example, in the developed West, the cutting of welfare spending on children, disabled people, older people, has sometimes been presented in terms of increasing community inclusion, while often the sub-text is that families, and especially women will have to do more (Coote, 2014).
Paradoxically, such policy shifts have also opened up opportunities for genuine inclusion of the excluded and a context for principled community psychological work (Kagan, Lawthom, Duckett, & Burton 2006). Even here, though, we need to take care: part of the recent government rhetoric in the UK is to urge people to participate in their communities. Such participation is seen to be the badge of being a good citizen, thus revealing its ideological base and hiding the complex realities that mean many people are unable to participate in direct ways.
Secondly, 'community' is not necessarily defined in terms of place but in terms of common interests. So in Manchester, there is a community of mothers of disabled children, dispersed across the city so not located in any particular neighbourhood. There is a community of ecological activists and there are communities of people with common ethnic or cultural characteristics. Some of these may correspond to localities but there will also be other communities in those localities, and each community is likely to have connections beyond the neighbourhood.
At the same time sense of place contributes to identity and the uprooting of people from one place to another creates fractures in identity. These fractures are experienced differently by different groups, and here, too, we need to take care to not assume homogeneity in the meanings that place has for identity.
Given the above, it is not surprising that communities do not necessarily have clear or fixed boundaries Ð both the physical and psychological bases of community may change over time as people move and as the social, economic and political context changes, which may at times destroy communities or lead to their redefinition or re-creation.
Manchester's industrial history has been one cause of such change as has the imperialist past and present of our country. And our present government's austerity policies, in the context of a neglect of public housing policy over decades, with the reliance on house price boom to fuel economic expansion, are creating a situation where many people can no longer afford to live in London, the capital city.
This leads us to a third characteristic, linked to lack of homogeneity. Communities are often sites of conflict with different social interests interacting within and beyond the community. Allied to this the community is the object of intervention from dominant social interests, another source of internal and external conflict. The community (as location) is not necessarily a pleasant place to live, for example for sexual minorities in traditional communities, or ethnic or religious minorities within a xenophobic community context. So interventions to strengthen a community can sometimes unwittingly make matters worse for some community members. The stronger the connections between come members of a community, sometimes the worse it is for those who are not connected. Similarly, whilst some communities are characterised by ties of affiliation, others are held together through ties of coercion Ð and it proves impossible for people to leave, should they want to.
It is therefore important to see communities for what they are, rather than having an idealised, romantic picture of them. Despite this, communities are a large part of our social context and they can be sources of great good Ð so one key task of community psychologists is help maximise solidarity, cohesion and inclusiveness.
All the above points to a fourth characteristic, that communities do not exist in a vacuum, but within concrete, contradictory and changing societal contexts, defined politically, economically, culturally and ecologically.
This complex understanding of community necessarily requires a critical, inquiring, and humble stance, where the psychologist seeks not to impose solutions but to understand while increasing understanding.
3) A priority for working with those most oppressed or excluded by dominant power systems.
For us, an absolutely central element of critical community psychology is the ethical commitment to social justice. This stems from a recognition that the world is characterised by unjust inequalities on the international and the local scale, and by oppression and exclusion. Moreover, psychological knowledge and expertise is relatively unavailable to those most oppressed or excluded. Prioritising in this way our relative knowledge and influence is thereby a small contribution to countering the dominant and damaging interests that cause and perpetuate oppression.
In making this emphasis we do not have illusions that psychological knowledge is necessarily something that helps Ð we are very aware of the frequent complicity of psychologists, psychology and the psychological establishment with various kinds of oppressive ideologies, actions and structures (Burton, & Kagan, 2007). So our praxis is necessarily reflexive, reflective, and self-critical, alert to unintended consequences. But we do not take the post-modern, relativist position that psychology is necessarily an oppressive body of ideology and practice.
In part what we are talking about is a question of efficient and effective resource use. Making the scarce resource of community psychology available to communities that have relatively few problems will contribute to the solution of relatively few problems. A greater impact can be made by adoption of a preference for working with the most in need.
This idea is similar to the concept of the 'preferential option for the poor,' or for the oppressed, in the Latin American innovation of Liberation Psychology (Burton, & Gmez, 2015), itself part of a bigger tradition covering the disciplines of theology, philosophy, economics, education and so on, but more than this, with roots in the popular struggles and social movements of the region (Burton, 2013).
Liberatory approaches are also distinct from the merely technical interventions of more orthodox psychologies, and indeed with the preventative model that underpinned the development of North American community psychology.
4) An emphasis on ecological and systems thinking.
Another key emphasis of standard community psychology is the use of the ecological metaphor. We are very comfortable with this both as a resource for understanding people in context, and as a source of ideas for the design of interventions, but have our own way of conceptualising it. Despite frequent mentions of the metaphor in community psychology, there has been surprisingly little systematic exploration of it. One exception was the work of Trickett, Barone and Watts (2000) who identified four concepts: 1) Adaptation, 2) Cycling of Resources, 3) Interdependence, and 4) Succession. We add four more: 5) Unintended consequences, 6) Non-linearity, 7) Ecological fields and edges, 8) Nesting of ecosystems and 9) Ecological design (Kagan et al., 2011).
We will briefly explore one of these, fields and edges (Kagan, 2007), because it is the one we ourselves have used most, and we have not seen its application in other works on community psychology.
An ecosystem is both a system and a field of interacting activities. As a field we are considering a terrain that has a boundary and within which interactions happen. Field concepts have been used in psychology from time to time (although generally outside the mainstream Kantor, 1959; Lewin, 1939). Interactions within any field of activity have a structure and complexity that cannot simply be reduced to the sum of those interactions. Furthermore, fields do not have fixed boundaries, they interact with and influence adjacent fields or ecosystems. The area where two ecosystems meet is called the ÔecotoneÕ or ecological ÔedgeÕ, and contains elements of both contributing fields. As the ÔedgeÕ has characteristics of both ecosystems, it results in a richness of natural resources Ð both species and energy transactions.
The edge concept is used extensively in permaculture (a framework for the ecological design of food systems and living spaces) as a design principle to maximise yield. It can also be applied to social systems to maximise resources. We have found it helpful to use the concept of ÔedgeÕ to think about how to maximise available resources for social change. Strategies for increasing 'edge' include the creation of settings (temporary, for example workshop events, or longer-lasting, for example a series of events or the construction of a new organisation or gathering space), the facilitation of interactions between different groups (for example by identifying projects or campaigns where there is a common interest), or by maximising the time that different groups are in contact (for example by situating projects and events at the physical edge between distinct neighbourhoods).
ÔEdgeÕ is also arguably an ethical principle Ð looking to work with and to maximise ÔedgeÕ between social groups facilitates contact, interaction, learning and respect between them. Thinking about ways of maximising the ÔedgeÕ, as a strategy for maximising the use of community resources, can increase peopleÕs prospects for making sustained changes. It should be noted, however, that increasing the 'edge' does not automatically lead to desirable interactions (e.g. Haddad et al., 2015): the specific interactions have to be understood and worked with. See Burton and Kagan (2000), Choudhury and Kagan (2000), Kagan (2007, 2011), for elaboration of the application of the edge effect.
The concept of ÔedgeÕ is both an analytic and an ethical one. Another ethical concept closely related to ecology is that of stewardship.
Stewardship means being careful about the use of resources, natural resources, economic resources, as well as peopleÕs time and effort. While the concept is understood in the fields of ecological design and permaculture (e.g. Holmgren, 2007), it is not usually mentioned explicitly in connection with Community Psychology. Nevertheless, for us it is a crucial element. If we are serious about stewardship as a value, we are serious about our duties to look after our world and the people in it; to enable people to make a contribution and gain a sense of social belonging; not to waste things, people's lives, or time, to think long-term, make things last longer than us and to do things as right as we can. That means making the best use of resources, working as efficiently as possible, maximising both human and material resources while working in ways that will lead to long lasting sustainable change and not just short term fixes. It demands that we involve other people as fully as possible in innovation, sharing our expertise but not privileging it. The emphasis is on helping people change the context of their lives, valuing and deploying their creativity, strengths and potential. Finally it requires a continual cycle of doing, learning and reflection (Kagan, & Burton, 2005).
Ecological thinking, as we have noted, also makes use of systems ideas, and systems thinking is again important in all variants of community psychology. Elsewhere, we have outlined the central premises of systems thinking (Burton, 2003; Kagan et al., 2011):
1) Complex systems involve interconnected parts. 2) The organisation of complex systems can be understood in terms of a series of levels, where elements of one level can be dependent on the superior and inferior levels, yet simultaneously show a relative autonomy from adjacent levels. 3) The properties of systems are emergent, that is they cannot be predicted from the properties of individual elements in themselves. 4) Systems are characterised by feedback, recursion, boundaries, nested subsystems, and responsiveness to the environment in which the system is located.
Moreover, the kinds of systems that we are concerned with in critical community psychology have some further typical properties. 5) They are open Ð that is they are subject to outside influences and they themselves affect other systems. 6) They are ÔsoftÕ rather than hard, which means that they can not be understood in terms of mechanical-like processes of input Ð output and prediction: they involve people and people have ideas, beliefs and attitudes and these enter into the system as properties. 7) These open and soft aspects come together when we consider that community social systems have boundaries that are flexible, permeable, and changeable. 8) The actors in human systems do not necessarily have the same interests, so conflict and the exercise of power are inherent.
We therefore require a particular kind of systems thinking to appreciate and work with the kinds of systems that we meet in critical community psychology, and this has been variously described as soft (Checkland, & Scholes, 1999) and critical systems thinking (Flood, & Jackson, 1991). From critical systems thinking we take what we regard as a really important idea, that of boundary critique (Kagan, Caton, Amin, & Choudry, 2004; Midgley, Munlo, & Brown, 1998; Ulrich, 1994). In any social intervention a number of decisions are made, many of them hidden, that define the context and content of the intervention and those involved in it.
An example might be helpful here. Suppose you were approached to help plan the design of a healthy eating programme designed to reduce the incidence of diabetes amongst middle aged people. You might ask who is going to be involved in the planning Ð people with diabetes? The person responsible for cooking in the household? Family members? People living in communities where diabetes incidence is high and so are at risk of contracting diabetes? What about the children in families where there is diabetes? But they are quite young, so you need to consider what planning methods could be used to include their ideas, and/or to ensure that their needs and interests are understood. In asking those questions you are asking about the boundary between those included in planning and those excluded.
But there are other boundaries to consider: why focus on people with or at risk of diabetes? What need is this meant to meet? Why prioritise healthy eating and peopleÕs behaviour in the first place? What assumptions have gone unquestioned in the task you are presented with from the start? Why not examine the socio-economic circumstances of those with diabetes and ensure good educational opportunities and well paid jobs are available to all? Why not examine the availability of healthy foods and processed foods and intervene with shopkeepers rather than those with diabetes? What and whose needs are individual behaviour change programmes for health designed to meet? Why prioritise these for intervention and not others? What other solutions have been considered (other than trying to get people to eat a healthier diet), or could be? And so on. Boundary critique, then, opens up a variety of issues that are of great relevance to the ethical and effective practice of community psychology.
5) Use of a wide repertoire of methods and theories both "psychological " and "non-psychological".
The last characteristic of critical community psychology highlighted here is the need for flexibility, creativity and competence with a variety of different methods. This is necessary because community psychologists can encounter a wide variety of problem contexts. Reliance on one methodology, or even a restricted range of methods (for example community diagnosis, or participative inquiry) is insufficient for this variety.
The necessary knowledge and skills come from a variety of disciplines, including politics, policy, ecology, management, system theory and practice, as well as psychology (organisational, clinical, social, etc.) including the use of research methods. They also emerge from the dilemmas of work in community contexts Ð we often find ourselves inventing or synthesising an approach that draws on other methods, and from our background knowledge as social scientists.
This emphasis on a wide repertoire probably sounds obvious, almost not worth mentioning, yet it is interesting to see how different groups of community psychologists have tended to settle on particular, and restricted, sets of tools to use in their work. Look for example at the pages of the (US) American Journal of Community Psychology to see how often multiple regression is used to try and understand community processes. Although it is surely driven by the real problem of finding effective ways to capture the real complexity of real social processes, to us this also looks suspiciously like a retreat from direct engagement with the community, a hiding behind questionnaires and other instruments. And this is only one example of the unnecessary and uncreative restriction of method. We are similarly critical of the Òretreat to the textÓ, whereby qualitative method becomes synonymous with the analysis of the written or spoken word, with a consequent loss of focus on action in concrete social contexts.
Common Threads
It is worth drawing out some of the implications that we have found in our work, for this kind of critical community psychological practice.
Firstly the importance of commitment. Putting into practice those features of practice that we have outlined generally requires a long term commitment to the people we work with and their shifting interests and concerns. Community psychology is sometimes described as a Òway of lifeÓ as much as a professional discipline. Yet there is a tension between this implicit long-termism and the short-termism of the project-based orientation that typically dominates government, NGOs and university research and extension activities. The kind of work we outline is difficult to do with short term projects or, working from a university with projects that meet the continually changing agendas of those who will fund the work. It can be really difficult to retain long term relationships and work to our community partnersÕ priorities, rather than those imposed from the outside.
In some ways this has been easier to address from a human services base (initials1) (whose purpose is to provide long term supports for disabled people who cannot manage without them) than from a University one (initials2). However, different kinds of tensions arise with the coming of cuts to budgets and service transformations imposed from outside the service. These different interests suggest that commitment is hard to maintain wherever one is placed.
It would not be possible to work in the ways we have described without working in alliance with other groups, projects, organisations. Indeed, the very creation of ÔedgesÕ we have talked about is often to be found in the development of strategic links with other organisations working for social justice. This requires a disposition and a set of skills that is about sharing methods and knowledge and the owenership of ÒsuccessÓ, and a clear analysis of and use of power in the interests of the people. Certainly, in the UK, these skills are not normally part of the repertoire of skills for psychology graduates.
One common thread throughout the different features of our critical community psychology, whether this is at a theoretical or practical level, is that of taking the perspective of the ÔotherÕ (Martn-Bar, 1986). At a theoretical level this means interrogating ideas, theories and practices from the perspective of some other coherent knowledge framework that also tries to follow a social justice agenda, and then where possible integrating these alternative perspectives into community psychology training, thinking and practice (Kagan et al., 2011). Examples of such bodies of thought might include feminist thought; anti-racist and de-colonial thought; Marxist thought; environmental and cultural studies; critical disability studies; liberation ethics. We hesitate to give references here, since these are inevitably selective and could misrepresent diverse fields, but the interested reader could consult the following: Butler, 2006; Evans, 1997; Fanon, 1965; Quijano, 2000; Escobar, 2003; Hayes, 2004; Odum, 1971; Shiva, 1989; Williams, 1988; Swain, Finkelstein and Oliver, 1998; Dussel, 2013.
At a practical level taking the perspective of the other suggests a stance of listening, a readiness to understand and not jump prematurely to offer solutions, and the ability to critically reflect upon self Ð one's feelings, motivations, preferences, actions.
A Stance and Practice of Critical Self Awareness and Reflection
It is impossible to pursue the themes we have been discussing without critical self awareness and reflection, and this forms a cornerstone of our approach, borne from many years of experience. This stance requires sound understanding of our own positionality as researcher or practitioner, and the power matrix and web of relationships of which we are part. This includes multi-dimensional self awareness Ð behaviour, historical and cultural influences, role, networks, style, attitudes, future aspirations and so on, not only at an intellectual level but also at emotional and relational levels. Communities are sometimes ÔotherÕ; they are also sometimes ÔweÕ. We suggest it is as important to know the limitations as well as the possibilities of our work
Ð whether there are some people we cannot work with or prefer not to work with, why might this be and what can be done about it. This knowledge has implications for working together in teams, where there is a need to include external agents (community partners) and professionals with relevant specialist knowledge: individual practitioners will rarely have all the skills, attributes and relationships necessary to work effectively with the people and issues in question.
Only with such critical self reflection can we work prefiguratively, understand the complexity of communities with which we are embedded, prioritise who it is that we work with on what issue, maximise the ecological ÔedgesÕ and work with complex systems of which we are a part, widen our repertoire of methods or challenge the boundaries of our work.
Auto-Critique
In considering the key features of a UK based critical community psychology, we would like to finish with some critical reflections on our approach. We know how difficult it is to define with certainty what a critical community psychology would look like, so we will share some of our uncertainties in the form of questions we ask our selves, with our tentative responses:
1. Is it reasonable to combine different methodologies, each with differing philosophical assumptions (Burton & Kagan, 1998). We think it is, but are aware that in doing that we may be violating the epistemological assumptions associated with certain approaches. The question then is whether this actually matters: perhaps this is the way methodological innovation occurs.
2. Is it idealistic to assume that it is possible to challenge boundaries that are strongly connected to values and ethics, often imposed by dominant interests in an issue? We think not, since the very act of challenging such boundaries is act of challenging dominant interests, but it would indeed be nave to believe that mounting a challenge is all that is required to overturn oppressive power structures and practices.
3. As we claim a critical psychological stance, are we always able to be clear what alternative knowledge frameworks we might use to view our practice? By definition, the straight answer will be ÒnoÓ, in that the full universe of possibilities is never knowable. But the only way to address the problem is by consciously striving to widen the repertoire of theory and practice beyond that derived from traditional, individualistic psychology.
4. Are the features we have suggested unique to a discipline calling itself community psychology and does it matter if they are not? They are not, at least in their separate forms. It is possible that the particular combination of features is unique: this might not be a particularly important issue however.
5. Is the approach specific to the situation of rich Western countries who have, themselves been colonisers? Our view is that coloniality, as co-constitutive of modernity (Dussel, 2000; Quijano, 2000), is also a decisive factor in shaping structures and practices of social administration, including the governmental management of communities, in colonising countries too. Many of the issues that we deal with in terms of disadvantage and devaluation of subaltern groups can be understood that way. We strive to escape that legacy in our theory and practice so that such praxis is not reproduced in critical community psychology. but we are not the best judges of our success.
Given these uncertainties, and in the spirit of the participative approach inherent to community psychology, rather than write a conclusion we invite the reader to construct their own.
Figure 1. Diagram showing relationships among the key emphases of critical community psychology in relation to the pursuit of social justice in communities.
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Formato de citacin
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